Mestrado em Ciberterapia e Reabilitação Neurocognitiva

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http://hdl.handle.net/10437/11262

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Cozinha Virtual : uma prova de avaliação Neuropsicológica em Realidade Virtual
(2012) Caires, Cláudia Sofia Pereira; Gamito, Pedro, orient.
Esta dissertação surgiu com o intuito de criar uma prova neuropsicológica com todas as características das tradicionais provas de papel e lápis, com o acréscimo de vantagens que as novas tecnologias lhe podem trazer. Desta forma, desenvolveu-se um ambiente virtual com um propósito avaliativo, semelhante ao da prova em papel Trail Making Test e posteriormente ao seu desenvolvimento elaborou-se uma aplicação que foi testada em dois grupos. Compostas por um total de 47 elementos, estas amostras abrangeram população com e sem diagnóstico de problemas de alcoolismo (Síndrome de Dependência Alcoólica), que foram submetidas à execução das provas Cozinha Virtual e Trail Making Test. Os dados daí resultantes comprovam a capacidade desta prova avaliar os défices cognitivos ao nível da flexibilidade cognitiva, da capacidade de sequenciação, de procura visual, velocidade motora e capacidades atencionais e confirmam também a sua correlação com a prova que lhe deu origem.
Estudo de pré-validação de um ambiente virtual para reabilitação cognitiva
(2013) Rodelo, Luís Filipe Barbosa ; Gamito, Pedro, orient.
O objectivo deste estudo foi realizar uma pré-validação de um ambiente virtual que futuramente será utilizado para reabilitação cognitiva. Para isso foram abordados vários aspectos das funções cognitivas inerentes às tarefas que os participantes realizaram no ambiente virtual, tais como a atenção, memória, tomada de decisão e velocidade de processamento. Foram relacionadas novas tecnologias como a realidade virtual (RV) com a aplicação de reabilitação cognitiva e as vantagens desta junção. A avaliação destas funções visava a obtenção de valores normativos. A amostra deste estudo foi composta por 59 sujeitos de ambos os géneros, onde 28 (47,5%) são do género masculino e 31 (52,5) do género feminino. A idade dos participantes encontra-se compreendida entre os 16 e os 69 anos (M=26,6; DP=10,7). Com este estudo conseguimos mostrar que esta amostra, dita de população normal, escolheu na grande maioria os produtos mais baratos, como era pretendido (58,5% dos que completaram a tarefa na totalidade, gastou o menor gasto possível para esta tarefa). Outra das constatações deste estudo foi a vertente de quem joga jogos de computador apresentar uma média de tempo significativamente inferior à média dos participantes que afirmaram não jogar quaisquer jogos de computador. As mulheres gastam mais tempo na realização da tarefa que os homens mas no entanto no final acabam por gastar menos dinheiro que o género oposto (média de dinheiro gasto pelos homens = 12,2583; DP= 0,27214. Média das mulheres = 12,1446; DP= 0,14551), no entanto não existem diferenças significativas entre os gastos de ambos os géneros. Neste estudo pode-se comprovar que as funções cognitivas têm um papel fundamental no decorrer da realização da tarefa.
Estimulação cognitiva em doentes que tiveram AVC, com défices de atenção e memória, utilizando ambiente de realidade virtual
(2013) Coelho, Carla Helena Loureiro Ferreira; Gamito, Pedro, orient.
Atualmente ainda surgem dúvidas na vantagem de utilização de ambientes de realidade virtual na reabilitação cognitiva. Com o intuito de verificar se existe vantagem ou não, na utilização desta nova tecnologia, realizou-se o presente estudo. O objetivo deste estudo foi verificar se a estimulação cognitiva em doentes resultantes de AVC, com défices de atenção e memória, utilizando ambiente de realidade virtual, melhoravam em relação aos doentes em que não foi efetuada estimulação cognitiva com o recurso de ambiente em realidade virtual. Para estudar este tema, utilizou-se um cenário de ambiente virtual com tarefas específicas de forma a estimular a atenção e memória dos doentes. A amostra foi composta por 20 doentes resultantes de AVC, tendo sido efetuados dois grupos com 10 elementos cada, num grupo foi utilizado ambiente de realidade virtual e no outro grupo não foi utlizado ambiente de realidade virtual. Os dados resultantes deste estudo demonstram diferenças significativas na estimulação cognitiva referente à memória.
Reabilitação neurocognitiva dos processos atencionais e mnésicos em casos de acidente vascular cerebral com utilização de ambientes virtuais
(2013) Martins, Marta Filipa de Carvalho; Gamito, Pedro, orient.
O Acidente Cerebral Vascular (AVC) é considerado um dos défices neurológicos agudos mais comuns e das principais causas de morte em Portugal. Neste sentido, a tónica da reabilitação incide na reaquisição das capacidades cognitivas afectadas. Com efeito, o objectivo do presente estudo é verificar o impacto do plano de reabilitação cognitiva com recurso à Realidade Virtual no desempenho cognitivo de um grupo de utentes do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, com diagnóstico de AVC após oito sessões de treino e estimulação cognitiva. A amostra clínica é constituída por nove sujeitos (N=9) com uma média de idades de 52,67 anos (DP=14,70) dos quais três são mulheres (N=3; 33,3%) e seis são homens (N=6; 66,7%). Os resultados desta investigação revelaram uma diferença estatisticamente significativa entre os dois momentos da avaliação neuropsicológica Montreal Cognitive Assessment (Z=-2,524; p= ,012) e da Wechsler Memory Scale (Z= -2,666; p= ,008). Com base nos resultados obtidos, verificou-se que os ambientes virtuais têm no processo de reabilitação cognitiva. Neste sentido, urge a necessidade de instaurar planos desta natureza nos hospitais e centros de reabilitação, de modo a proporcionar a reaquisição das funções cognitivas lesadas e consequente melhoria da qualidade de vida dos utentes.
Reabilitação neurocognitiva com recurso a realidade virtual em doentes com a perturbação do uso de álcool
(2018) Matias, Marcelo Alexandre Cabaça; Gamito, Pedro, orient.
Existem cerca de 2 mil milhões de pessoas que consomem bebidas alcoólicas sendo que destas 76,3 milhões possuem problemas derivados ao consumo de álcool. O consumo excessivo de álcool está associado a diversas doenças. A Perturbação do Uso do Álcool (PUA) tem impacto a nível cognitivo, traduzindo-se em deficiências no funcionamento do lobo frontal, especialmente nas funções executivas. Entre os modelos de tratamento destaca-se o Modelo de Minnesota que se baseia numa abordagem multidisciplinar. De forma a auxiliar na recuperação cognitiva dos doentes é essencial realizar estimulação cognitiva, nesse aspeto, destaca-se a Realidade Virtual (RV), uma vez que oferece mais vantagens que os métodos tradicionais de estimulação de papel e lápis, onde entre outas, se evidencia a repetição e a validade ecológica. Este estudo compreende uma amostra de 16 doentes de ambos sexos, em regime de internamento, que foram divididos em dois grupos, o grupo experimental que realizou o tratamento na instituição e realizou um programa de estimulação cognitiva através de RV (PEC) e grupo controlo que apenas realizou o tratamento. Foram aplicadas provas neuropsicológicas a ambos os grupos no início e no fim do tratamento de forma a inferir a eficácia do PEC. Foram encontradas melhorias significativas a nível cognitivo, concretamente na atenção, memória, velocidade de processamento, processamento e habilidades visuoespaciais entre os grupos
Estudo comparativo entre a avaliação de funções executivas com recurso a atividades digitais da vida diária e a avaliação por testes clássicos numa população sénior
(2018) Morais, Geovana Marques; Gamito, Pedro, orient.
O processo de envelhecimento, sendo natural à nossa espécie, é caracterizado pelo declínio de diferentes funções cognitivas, como, as funções executivas, que permitem aos indivíduos regularem de forma flexível suas ações, pensamentos e desempenhar comportamentos adaptáveis orientados por objetivos. Por isso, as avaliações que permitam investigar as funções mentais superiores são importantes. Deste modo, muitas provas neuropsicológicas precisam ser validadas para o funcionamento das atividades de vida diária, assim sendo, devem ser complementados com abordagens que captam a capacidade dos indivíduos de realizar tarefas da vida real. E os ambientes de realidade virtual são apresentados como auxiliares potenciais para melhorar ou aumentar a validade ecológica das avaliações neuropsicológicas. O presente estudo teve como principal objetivo comparar o desempenho entre a avaliação tradicional de testes a papel e lápis versus avaliação com recurso a uma plataforma de realidade virtual, bem como a relação entre os testes em uma população sénior. A amostra foi constituída por 18 participantes, 6 do sexo feminino (33,3%) e 12 participantes do sexo masculino (66,7%) com idade média de idade 70,5 anos (DP = 5,36), e com uma média de 6,33 anos de escolaridade (DP = 3,44). Os resultados evidenciaram uma correlação significativa entre o MoCA e o número de acertos na Sapateira (r = 0,545; p = 0,019); entre o tempo da Cozinha (r = -0,551; p = 0,018) com o resultado da FAB; e o tempo da Galeria mais os erros do CTT1 e erros de cor CTT2 (r = 0,0502; p = 0,034). Esses resultados mostraram que um desempenho fraco na SLB está associado a um mau funcionamento cognitivo e a nível do funcionamento do lobo frontal, avaliados respetivamente pelo MoCA, FAB e CTT1 e 2. Conclui-se que os resultados do funcionamento cognitivo global do estudo sugerem que o desempenho em tarefas tendo como recurso as plataformas de realidade virtual com validade ecológicas confirmam ou atestam o desempenho dos testes neuropsicológicos tradicionais, confirmando que a mesma pode ser um grande preditor do funcionamento cognitivo e do funcionamento do lobo frontal.
Terapia online através de realidade virtual : revisão sistemática e proposta de aplicação
(2021) Dias, Fábio André Sousa; Gamito, Pedro, orient.
O desenvolvimento tecnológico tem vindo a promover o surgimento de novas metodologias de intervenção psicológica, entre as quais, a intervenção à distância e a realidade virtual (RV). Esta última, embora ainda pouco acessível à população, tem consistentemente demonstrado eficácia ao longo das últimas décadas, com especial enfoque no uso de ambientes virtuais para exposição em perturbações de ansiedade. A junção destas modalidades, a terapia online através de RV, tem potencial para revolucionar o paradigma das intervenções à distância e auxiliar na inovação e disseminação das intervenções RV. Este documento apresenta uma revisão sistemática da literatura sobre o tema acima referido, tendo apenas 4 dos 2246 estudos identificados no Web of Science, PubMed e PsycINFO reunido condições para inclusão. Os estudos incluídos apresentam uma índole exploratória com abordagens inovadoras, embora de baixa validade científica. Não obstante, estes estudos representam o empenho das ciências psicológicas em acompanhar o exponencial avanço tecnológico, tendo os resultados apontado para a possível viabilidade deste formato interventivo. Neste seguimento, é apresentada uma proposta para o desenvolvimento de uma aplicação multifacetada que possibilite: (a) uma análise rigorosa das variáveis experimentais, (b) a adaptação e desenvolvimento de técnicas interventivas, e (c) maior disseminação de intervenções psicológicas através da RV.
Treino de competências com pacientes virtuais : validação do guião de entrevista clínica e caso clínico
(2021) Mansuklal, Shivani Atul; Gamito, Pedro, orient.
A entrevista clínica envolve competências adquiridas através da atualização científica e treino, porém, a literatura científica é escassa e não existe um modelo de treino com base científica. Acresce-se o uso de pacientes virtuais (PV) no contexto de saúde, ainda que este não se verifica no contexto da psicologia. O objetivo é compreender as áreas essenciais a explorar durante a anamnese e validar um guião de primeira entrevista e um caso clínico como recursos pedagógicos de condução de entrevista para estudantes de psicologia. 13 psicólogos constituíram quatro grupos focais. Dois grupos representaram uma primeira fase de recolha de dados, ao qual se seguiu a modificação dos materiais de acordo com a análise dos relatos, e as restantes, uma segunda fase de validação. O guião de entrevista foi considerado adequado na sua estrutura e na sua abrangência. Na primeira fase, as sugestões foram: reorganizar determinadas secções; diminuir a sua extensão; e utilizar perguntas mais abertas e linguagem adequada ao cliente. Na segunda fase, estas foram: diminuir a extensão; e utilizar linguagem menos focada no problema. O caso clínico foi considerado adequado nas duas fases, porém sugeriu-se inserir feedback do terapeuta. Refere-se, ainda, a pertinência do mesmo para o objetivo do estudo.
O som enquanto promotor de arousal emocional em contextos multi-sensoriais de valência negativa
(2021) Nunes, Edna Távora; Gamito, Pedro, orient.
Os objectos mundanos são descritos em termos de dimensões perceptuais ou modalidades sensoriais. Apesar destas poderem ser integradas numa única percepção, existe informação sensorial que é frequentemente ignorada ou suprimida, devido à incapacidade cerebral de processar todos os estímulos presentes no ambiente. Este esgotamento de recursos atencionais podem ser interpretados alternativamente por efeitos de diluição, ou efeitos de priming cross-modal. Pensa-se que estes sirvam para reduzir a magnitude ou inibir a percepção de um input modal menos saliente, fazendo com que este seja considerado “ruído” perceptual no fundo de inputs presentes mais relevantes. Relativamente a estímulos emocionais, parece que os afectos negativos influenciam a atenção de diversos modos, dependendo especificamente do nível de arousal provocado. Assim, este fornece informações sobre a urgência ou importância dos estímulos no ambiente. O presente estudo avaliou o nível de arousal provocado por um cenário de valência negativa em termos multi e uni-modais, especificamente nas modalidades visual e auditiva. Deste modo, estipulou-se que, neste contexto, a informação não seria integrada, inferindo a importância da modalidade auditiva para a criação de níveis elevados de arousal, bem como a sua possível implicação no desenvolvimento e/ou manutenção de Perturbações Psicológicas, como a PTSD. A nível dos resultados obtidos, a análise inferencial através do Teste de Kruskal-Wallis para as medidas de auto-relato e para as medidas fisiológicas não revelou a existência de quaisquer diferenças significativas entre as condições a estudo (p>0,05).
Tarefa de treino cognitivo através de um multibanco em pacientes com AVC e TCE
(2022) Pereira, Rita Rocha; Gamito, Pedro, orient.
A lesão cerebral adquirida (LCA) tem consequências que afetam a autonomia dos pacientes, nomeadamente no que respeita às atividades da vida diária (AVDs). No sentido de diminuir o impacto que essas mesmas alterações irão ter na vida do paciente, é importante desenvolver tarefas diversificadas para que o seu treino e execução promova a otimização das áreas comprometidas e o fortalecimento das que se encontram conservadas. O uso da realidade virtual oferece um diferente conjunto de vantagens à reabilitação quando comparada a métodos tradicionais, no entanto, é necessário confrontar as soluções em RV com as soluções tradicionais que já se encontram validadas ou com tarefas reais, a partir das quais as primeiras são desenhadas. Este estudo compreende uma amostra de 100 participantes de ambos os sexos. Os participantes foram divididos em quatro grupos: grupo 1 com LCA e tarefa virtual; grupo 2 com LCA e tarefa real; grupo 3 sem LCA e tarefa virtual; grupo 4 sem LCA e tarefa real. É importante referir que cada participante só realizou uma tarefa, ou no real ou no virtual e as tarefas não envolveram qualquer transação monetária (ex. consulta de horário da CP). Era esperado que o desempenho entre esta tarefa e a sua congénere real seja semelhante. Os resultados demonstraram que o tipo de ambiente em que a tarefa se realizou não teve influência nos tempos de realização o que favorece a validade ecológica da tarefa. Demonstraram também uma relação inversa entre os resultados do MoCA e da FAB e o tempo de realização da tarefa, isto é, os participantes com os resultados mais baixos foram os que demoraram mais tempo. O presente estudo contribuiu para a investigação na área da reabilitação através de um exercício de treino cognitivo com recurso a um MB virtual.
Um exercício de mindfulness com recurso à realidade virtual e biofeedback
(2023) Domingues, Ana Filipa Loureiro; Gamito, Pedro, orient.
Objetivos: Em geral, este projeto pretende compreender se a RV e o biofeedback, aliados ao mindfulness, facilitam a prática do mindfulness em comparação com a sua prática tradicional. Para isto, propusémo-nos a desenvolver e a avaliar uma ferramenta digital em RV, que consistiu num exercício de atenção mindfulness com recurso a mecanismos de biofeedback. Método: Participaram 72 indivíduos (4 desistentes), com idades entre 18-57 anos, sendo a maioria mulheres (n=44, 60,3%). Os participantes foram divididos num dos seguintes grupos: Condição A - mindfulness, biofeeback e realidade virtual (instruções de áudio em cenário de realidade virtual com biofeedback); Condição B - mindfulness e realidade virtual (instruções de áudio em cenário de realidade virtual); Condição C - mindfulness tradicional (somente instruções de áudio). Foram realizadas avaliações pré e pós experiência. Questionários de autorrelato foram usados para medir sintomas de ansiedade, sintomas de depressão, stress, afeto positivo, afeto negativo, consciência recetiva e atenção ao momento pesente. Um registo do batimento cardíaco também foi realizado ao longo dos exercícios para comparação de quaisquer diferenças entre as três condições. Resultados: Todas as condições mostraram resultados significativos na redução do stress, afeto positivo, ansiedade e batimentos cardíacos do pré ao pós-teste. No que diz respeito à consciência receptiva e atenção ao momento presente (característica nuclear do mindfulness), verificou-se um aumento significativo na Condição A (mindfulness, biofeeback e realidade virtual) face às restantes condições. Conclusões: Os resultados deste estudo mostraram que a prática de mindfulness parece ser uma estratégia eficaz na promoção do ajustamento psicológico e na redução da atividade fisiológica, independentemente do formato do exercício realizado pelos indivíduos (exercícios tradicionais vs. baseados em realidade virtual). No entanto, os nossos resultados sugerem que aliar o biofeedback a um exercício de mindfulness baseado em realidade virtual pode facilitar a prática de mindfulness, especialmente no que diz respeito à promoção de estados de mindfulness (consciência receptiva e atenção ao momento presente). Assim, o uso de realidade virtual e biofeedback pode ser uma forma eficaz de superar os dois principais problemas da prática de mindfulness. Palavras-chave: Mindfulness, Biofeedback, Realidade Virtual, Ansiedade, Stress, Batimento Cardíaco
O poder das metáforas: utilizando uma experiência psicoeducativa em realidade virtual para promover a flexibilidade psicológica e a qualidade de vida – Um estudo piloto
(2023) Esteves, Miguel Teodoro; Gamito, Pedro, orient.
Jovens adultos estão num momento crítico para o surgimento de perturbações emocionais afetando cerca de 30,5%, existindo vários fatores que tornam esta população vulnerável. Uma das intervenções que surge para ajudar esta população é a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), derivada da Teoria das Molduras Relacionais e compartilhando semelhanças com a técnica da Terapia Cognitivo Comportamental (CBT). A ACT é bastante utilizada na depressão, ansiedade, stress entre outras, existindo dentro da ACT existem as metáforas, promotoras da flexibilidade psicológica. A utilização de novas tecnológicas em intervenções ACT não é algo novo, no entanto até ao momento ainda não foram aplicadas as metáforas às novas tecnologias de realidade virtual imersivas (IVR). Este estudo pretende perceber a aplicabilidade de tecnologias de realidade virtual imersivas com metáforas da ACT, aplicando testes de autorrelato e medidas psicofisiológicas numa aplicação em ambiente virtual onde metáforas ACT são replicadas tendo como população alvo jovens adultos. Obtivemos resultados contraditórios, no entanto não é possível confirmar nem infirmar a veracidade destas técnicas devido à falta de uma amostra robusta. No entanto obtivemos resultados positivos para o isolamento, sobre identificação, afeto negativo e autoafirmações negativas, assim como o possível relaxamento dentro dos ambientes virtuais. Palavras-chave: Perturbações emocionais; ACT; CBT; Metáforas; IVR.
Reconstruindo estórias : recurso à abordagem narrativa em realidade virtual para a promoção da adaptação de sobreviventes de cancro
(2023) Reis, Sofia Margarida Salgueiro Valamatos dos; Gamito, Pedro, orient.
Introdução: A abordagem narrativa e a realidade virtual (rv) permitem aos pacientes partilhar as suas histórias do processo oncológico, valorizá-las, atribuir significados da experiência e possibilita a reflexão da experiência e o impacto psicossocial do cancro. Uma vez que não existe estudos sobre os efeitos das narrativas e rv nos sobreviventes de cancro, desenvolveu-se uma ferramenta de intervenção em rv focada no processo oncológico; envolvendo um processo narrativo mais impactante e vivido. Objetivos: O objetivo geral pretende compreender de que forma esta metodologia promove a adaptação dos sobreviventes de cancro e os seus efeitos psicossociais. Método: A recolha da amostra incluiu 9 participantes sobreviventes de cancro (M=53,11; DP=16,602), com os seguintes critérios de inclusão: (a) doentes com idade igual ou superior a 18 anos; (b) em fase de pós-tratamento (i.e., follow-up) e sem doença ativa; (c) em acompanhamento psicológico na Liga Portuguesa Contra o Cancro (Núcleo Regional do Sul). Foram realizadas avaliações pré-teste, pós-teste e follow-up (3 meses após a experiência) com 8 questionários: Termómetro Emocional; Checklist de Problemas; Hospital Anxiety and Depression Scale; Europe Health Interview Surveys Quality of Life; Psychological Well-Being Scales; Brief Illness Perception Questionaire; Posttraumatic Growth Inventory; questionário da aplicação digital. Resultados: Na análise dos dados quantitativos apenas houve uma diminuição na ansiedade da escala HADS (X2= 6,467; p value= 0,039). Procedeu-se à realização da análise de Comparações por Método Pairwise verificando-se diferenças significativas do momento pré teste para o follow-up. Todavia, na análise dos dados qualitativos foi possível observar que os participantes reconheceram as estratégias e comportamentos que utilizaram para lutar contra o cancro e valorizam a sua própria história e a ajuda recebida nos momentos mais difíceis. Conclusões: O presente estudo apresenta os primeiros resultados sobre os efeitos da abordagem narrativa com recurso da rv na vida nos sobreviventes de cancro. Verificou-se nos sobreviventes oncológicos uma melhoria na ansiedade e valorização da história, do sofrimento, consciência da resiliência e esperança pelo futuro. Esta metodologia proporcionou uma melhor compreensão de cada fase do processo oncológico e a importância de narrar e reviver a história. Palavras-chave: Doença oncológica, Cancro, Narrativa, História, Realidade Virtual

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