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Item Novos Desafios para a Museologia Social(MINOM, 01/06/2016) Leite, Pedro PereiraA pergunta “para que servem os museus?” pode parecer irrelevante. Afinal todos sabemos o que é um museu. Para uns a resposta mais simples é que o museu é um edifício, onde há certos objetos de valor, e que pode ser visitado em certas condições; para outros, o museu já será equipamento de natureza cultural, onde se apresentam colecções de objetos raros e importantes para a história, e que devem ser visitados para fins de lazer ou aprendizagem. De qualquer modo museus são em regra edifícios bem definidos num local, seguro e vigiado, onde encontramos uma história ilustrada através de certos objetos, e que deve ser conhecida por quem o visita o museu. Será isso para que serve um museu? Sim, um museu pode ser isso, mas também pode ser muito mais. E esta questão do “pode ser” é a dimensão poética que a Museologia Social tem vindo a defender e que agora faz parte das Recomendações da UNESCO sobre a “Proteção e Promoção dos Museus, Colecções, da sua Diversidade e da sua função na sociedade”Item Portuguese source-material in the Goa Archives for the Economic History of the Konkan in the 16th-17th centuries(Edições Universitárias Lusófonas, 1978) Souza, Teotónio R. de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoSurvey of archival material in Goa for the economic history of the Konkan regionItem “The Voiceless in Goan Historiography”(Oxford University Press, Bombay, 1981) Souza, Teotónio R. de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoThis essay was presented at the first Seminar on Indo-Portuguese History (ISIPH-I) organized in Goa by Rev. Dr. John Correia-Afonso, S.J. in November 1978. It represented a call for a critical revision of Goan historiography in the post-colonial era, following Goa's liberation and the 25th April 1974 change in Portugal. The essay was a sort of manifesto and definition of research plan for the newly established Xavier Centre of Historical Research. The article surveys critically the documentary sources little tapped until recently. Includes the first ever analysis of the records relating to the Pastoral Visits in Goa, a prized source of information for the socio-economic history of Goa in the 19th century.Item Museologia e Comunicação (texto2)(Lusofona University, 1993) Pais, Teresa Azeredo; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoSem ter a pretensão ou o objectivo de criar um texto original ou cientificamente elaborado sobre o tema "Museus e Comunicações", este trabalho constitui um instrumento de reflexão sobre questões levantadas, no âmbito da disciplina "A Função Social do Museu", do curso de pós-graduação em Museologia Social. A escolha do tema deveu-se ao facto de considerar ser esta a questão principal e o maior desafio que se coloca aos museus na actualidade. Reflectir sobre ela, é em última análise, questionar, reavaliar todos os domínios, práticas e conceitos da actividade museológica. Metodologicamente, este trabalho tem como ponto de partida a referência e análise dos dois documentos "Resoluções adoptadas pela Mesa Redonda de Santiago do Chile" e a "Declaração de Caracas", considerados dois marcos fundamentais na mudança que se pretende para os museus, e na génese de novas correntes e instituições museológicas. Ambas tiveram como objectivo comum reflectir sobre a missão actual do Museu como um dos principais agentes do desenvolvimento de uma região ou comunidade.Item A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto1)(Lusofona University, 1993) Menezes, Luís; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO confronto analítico que aqui se preconiza entre a Declaração de Santiago do Chile e a Declaração de Caracas, não pode alhear-se dos momentos conjunturais em que ambos foram produzidos, como da realidade sobre a qual se debruçam de forma particular, a América Latina. Em primeiro lugar, o mundo contemporâneo da Declaração de Santiago, início dos anos setenta, é um tempo em que na maioria dos países da América Latina se travam violentos combates para a institucionalização da democracia, constituindo essa luta política uma condição prévia para a superação da sua profunda crise económica e social, enquanto a Declaração de Caracas se insere num contexto em que as esperanças depositadas como o estabelecimento dos regimes democráticos já em grande número daqueles países, não resultou numa alteração das condições económicas e sociais pré-existentes, antes pelo contrário, o ensaio de modelos político-económicos desenquadrados das realidades sócio-culturais a que se dirigiam, frustraram as expectativas e agudizaram essa crise, inerente a uma acelarada alteração de valores e à desintegração sócio-cultural das comunidades.Item Museologia e comunicação (texto1)(Lusofona University, 1993) Sousa, Francisco Clode; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO esgotamento de um modelo tradicional, que condicionou os campos da museologia, tende hoje, inexoralmente a afirmar-se. A Museologia e o Museu tradicional, se é que se pode falar de "tradição", construíram sobre a sociedade uma organização conceptual, plena de informação, num frenezim constante para tipificar e arrumar correntes, civilizações, programar o futuro, pela construção de modelos. Este fenómeno acumulativo, tem levado até certo ponto, a uma preservação dos conceitos, pela disponibilização de meios técnicos, que fazem harmonizar acessos a uma informação, que anula diferenças, e mais do que isso, banaliza os problemas da sociedade à beira do século XXI. Equacionada sobre esta ânsia acumulativa, pode hoje falar-se numa sobreacumulação de informações, em cemitérios de tecnologia informativa, à espera de utilizações impossíveis, num afastamento progressivo do homem, contextualizado pela sociedade, na percepção dos seus problemas, resultado das dificuldades crescentes em comunicar, pela rigidez insuportável dos códigos, e messianismo dos critérios.Item A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto2)(Lusofona University, 1993) Lima, Francisco Pedroso de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoMário E. Teruggi, um dos animadores da Mesa Redonda de Santiago do Chile de Maio de 1972, é o autor desta frase publicada num artigo da revista Museum dedicado à América Latina e que me parece que de alguma maneira reflecte a situação dos museus perante a sociedade, nos inícios dos anos setenta. De facto, esta reunião internacional, que juntou pela primeira vez museólogos com outros especialistas para discutir o papel dos museus na América Latina, foi considerada por Raymonde Frin como uma nova experiência no que respeita a este tipo de encontros internacionais promovidos pela UNESCO. O carácter interdisciplinar desta reunião, fez com que os museólogos fossem confrontados com outros problemas, levantados pelos outros participantes, como as condições de vida das populações na América Latina o que obrigou aqueles a tomarem consciência do muito pouco ou quase nada que se tem feito nos museus sobre esta área e revelar de facto o divórcio existente entre o Museu e a Comunidade. Por outro lado, os museólogos sentiram que o seu trabalho produzido nos museus, não era insensível às questões económico-sociais como servia essencialmente para sua satisfação, e não era propriamente acessível às populações a quem se destinavam.Item Conservador e Museólogo: Abordagem de Conceitos (texto2)(Lusofona University, 1993) Lousada, Ana Maria; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoMuseólogo/Conservador: realidades idênticas com nomes diferentes? profissões com funções diferenciadas mas que indiscriminadamente se confunde a terminologia? conservador actualizado será um museólogo? Tentar clarificar estas questões, ou pelo menos contribuir para uma equação da sua problemática é o propósito da nossa exposição. A ambiguidade dos termos Museólogo/Conservador decorre no desenrolar de uma nova concepcão museológica. Na década de 60/70 estruturam-se os princípios de uma Nova Museologia por oposição a uma Museologia tradicional existente. É repensado o papel e a funcão social e política do Museu. Este deixa de ser olhado como um "belo armazém" estático, centrado exclusivamente nos objectos e virado para um tempo passado - mais ou menos glorioso - mas passivo, em detrimento dum tempo presente e até futuro. O Museu é agora encarado como um espaço activo, com capacidade de intervenção no mundo em mudança que está inserido. Não perdendo, porém, as tradicionais funções de reunir, conservar e divulgar as colecções com o intuito enriquecimento de estudos e conhecimentos mas também de deleite e prazer.Item Conservador e Museólogo: Abordagem de conceitos (texto1)(Lusofona University, 1993) Brandão, José Manuel de Morais Vale; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA proliferação de Museus regionais e locais bem como de parques, reservas e áreas protegidas a que se tem vindo a assistir um pouco por toda a parte, é sintoma do despertar de um novo interesse pelas questões da preservação e salvaguarda do património natural e cultural. Este movimento, mais nítido nas duas últimas décadas, é também corolário da revalorização do papel que os Museus têm vindo a desempenhar na sociedade, fruto sobretudo, da tomada de consciência do valor intrínseco que as exposições têm, tanto para o desenvolvimento de capacidades e aptidões dos indivíduos, como para a sua própria integração social. O nosso país não tem sido estranho a esta movimentação, que, pode dizer-se, despoletou subitamente com o novo clima social criado pelo 25 de Abril e tem vindo a amadurecer ao longo dos anos, ultimamente de uma forma mais pensada.Item International Summer School of Museology(Lusofona University, 1993) Brandão, José Manuel; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoDesde há sete anos que o ICOM, através do ICOFOM (comité para a formação), vem a desenvolver actividades de formação intensiva, de âmbito internacional, destinadas ao aperfeiçoamento dos quadros técnicos dos Museus, dando assim cumprimento às resoluções tomadas durante os trabalhos da 23ª Conferência Geral do ICOM. Estes cursos, patrocinados pela UNESCO, têem decorrido no departamento de Museologia da Universidade Masarik em Brno, República Checa, com o apoio do Museu da Morávia. Durante o mês de trabalho, os estudantes participam num intenso programa de conferências, seminários e visitas de estudo a museus e exposições, conduzidos pelos responsáveis dos cursos e por um grupo internacional de convidados, especialistas nos vários domínios da Museologia. É dificil resumir um intenso mês de trabalho em meia dúzia de páginas; deixamos no entanto algumas notas sobre os pontos altos do curso em que participámos.Item Novos museus: novos perfis profissionais(Lusofona University, 1993) Cordovil, Maria Madalena; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA recente Declaração de Caracas considera no seu ponto 6 que a "profissionalização do pessoal dos museus é uma prioridade que esta instituição deve encarar como premissa para contribuir para o desenvolvimento integral das populações" (p. 13). A esta recomendação subjaz a ideia de que a formação do museólogo deve "torná-lo capaz de desempenhar as tarefas interdisciplinares próprias do museu actual, ao mesmo tempo que dotá-lo dos elementos indispensáveis para exercer uma liderança social, uma gestão eficiente e uma comunicação acertada" (id. p. 13). Ora, este novo perfil profissional dos trabalhadores dos museus proposto pelos participantes do Seminário de Caracas, supõe, igualmente, a existência de um "novo Museu". Antes de definir o perfil do novo museólogo impõe-se, então, percorrer a história mais recente da museologia e verificar quando, de que maneira e que circunstâncias determinaram que o conceito de Museu tivesse sido alterado, bem como os novos conteúdos que tal conceito integra hojeItem A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto3)(Lusofona University, 1993) Constancia, João Paulo Medeiros; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA "nova museologia", alvo de inúmeras reflexões durante as últimas décadas, tem despertado atenções e ganho adeptos, não só entre museólogos e especialistas, mas também entre o cidadão comum que nas suas acções se vê envolvido. Numa análise sumária, pretende-se traçar as linhas gerais da evolução conceptual relativa aos fundamentos propostos para a museologia, que desde a mesa redonda de Santiago do Chile, têm vindo a tomar a forma e a consistência de um corpo teórico. Sem dúvida uma das primeiras reflexões no âmbito de uma mudança radical de atitudes nos museus, a Declaração de Santiago surge num contexto inequivocamente propício ao debate sobre a missão social dos Museus e sobre o seu papel num desenvolvimento integrado das comunidades. Não terá sido por acaso que esta declaração emerge de uma Mesa Redonda realizada em Santiago do Chile, no seio de uma América Latina conturbada, onde eram crescentes as injustiças sociais, os problemas económicos e humanos e onde não eram, de todo, respeitados os mais elementares princípios de liberdade e democracia.Item A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto4)(Lusofona University, 1993) Jorge, Otília; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoPensar o Museu nos nossos dias é pensar numa organização perfeitamente integrada na comunidade para a qual existe. Desta forma, o Museu não poderá encerrar-se no espaço físico do seu edifício nem centrar as suas investigações nas colecções que possui, mas alargar-se a um campo de investigação multidisciplinar relacionado com a região onde se insere. Assim, o Museu deixará de ser um mero depósito da memória e passará, a par de outras instituições, a porpôr alternativas para o desenvolvimento local. Esta maneira de sentir o Museu consubstanciou-se na declaração de Santiago do Chile, após uma reflexão conjunta acerca do "Papel dos Museus na América Latina". Na Mesa Redonda efectuada naquela cidade evidenciou-se que a resolução dos problemas dos países latino- americanos passava através do entendimento pela comunidade dos aspectos políticos, técnicos, económicos, sociais, culturais e naturais que os envolvem. Neste campo o Museu seria, além de um espaço, um veículo para a tomada de consciência por parte da população não só da sua verdadeira situação bem como da intenção de a resolver através de uma acção participativa e dinâmica de forma a beneficiar com essa resolução.Item O primado do discurso sobre o efeito decorativo(Lusofona University, 1993) Menezes, Luís; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoTrata-se nesta abordagem de pôr à discussão os modos de exposição nos museus, apresentando em maquete o exemplo de vitrinas, um suporte cuja forma substantiva exprime o uso do vidro-matéria prima de construção de algo que se pretende constituir como uma barreira entre o objecto exposto e o meio ambiente. De imediato, diga-se que uma exposição não se improvisa. Ela funda-se sobre imperativos científicos, que determinam um programa e um projecto. Todavia, programa e projecto não devem corresponder só às necessidades de exploração científica das colecções de um museu, mas também pela sua pertinência, devem saber destacar os valores inerentes à comunidade em que se inserem, como situar-se no âmbito das suas necessidades. Um programa, é assim um acto científico, na medida em que constitui a armadura ideológica da exposição, e o projecto nesta acepção, o acto de conceber as estruturas de exposição, selecção e apresentação, a propósito de dados científicos e sua interpretação.Item Novas estruturas - novos Museus(Lusofona University, 1993) Ribeiro, Agostinho; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoConstitui um interessante desafio, poder discorrer livremente sobre alguns fenómenos conceptuais em torno das mais recentes correntes museológicas, num exercício meramente académico e sem outra finalidade que não seja a de expôr algumas dúvidas e interrogações sobre a razão de ser, função e utilidade da chamada "nova museologia". O título proposto, quer pelos equívocos que pode sugerir, quer pela amplitude das abordagens que permite, é, desde logo, motivador para uma profunda reflexão e potenciador de um sem número de questões que à nova museologia cabe interpretar e responder positivamente. Com efeito, "Novas Estruturas/Novos Museus" pressupõe, por oposição, a existência (e eventual falência) das "velhas estruturas" e, consequentemente, dos "velhos museus". Terá algum fundamento esta oposição novo/velho, no sentido da tão falada e discutida ruptura epistemológica primordial ou, pelo contrário, é possível e desejável o encontro de soluções de compromisso entre as velhas e novas estruturas, entre os velhos e os novos museus?Item Sobre o conceito de Museologia Social(Lusofona University, 1993) Moutinho, Mário Caneva; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO conceito de Museologia Social, traduz uma parte considerável do esforço de adequação das estruturas museológicas aos condicionalismos da sociedade contemporânea. Este esforço de adequação, reconhecido e incentivado pelas mais importantes instâncias da museologia, foi sintetisado pelo Director Geral da Unesco, Frederic Mayor, na abertura da XV Conferência Geral do ICOM da seguinte forma: o fenómeno mais geral do desenvolvimento da consciência cultural - quer se trate da emancipação do interesse do grande público pela cultura como resultado do alargamento dos tempos de lazer, quer se trate da crescente tomada de consciência cultural como reaçâo às ameaças inerentes à aceleração das transformações sociais tem no plano das instituições, encontrado um acolhimento largamente favorável nos museus. Esta evolução é evidentemente, tanto, qualitativa como quantitativa. A instituição distante, aristocrática, olimpiana, abcecada em apropriar-se dos objectos para fins taxonómicos, tem cada vez mais - e alguns disso se inquietam - dado lugar a uma entidade aberta sobre o meio, consciente da sua relação orgânica com o seu próprio contexto social. A revolução museológica do nosso tempo - que se manifesta pela aparição de museus comunitários, museus 'sans murs', ecomuseus, museus itinerantes ou museus que exploram as possibilidades aparentemente infinitas da comunicação moderna - tem as suas raízes nesta nova tomada de consciência orgânica e filosófica".Item Sem sonho não há museologia(Edições Universitárias Lusófonas, 1994) Chagas, Mário de Souza; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoSem energia e luta renovadoras não há sonho. Sem sonho não há museologia. Os textos aqui apresentados reúnem sonhos, energia e luta, e não se furtam do confrontamento com o real. Com velocidade aproximada da velocidade do sonho Mário Moutinho (arco de surpresas) surpreendeu-me com a proposta de publicação dos textos utilizados no Seminário "Novos rumos da Museologia", promovido pelo Centro de Estudos de Sócio- Museologia Da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa). Proposta feita, aceita e concretizada. O que, no entanto, para além de uma mesma autoria, para além do fato de terem sido utilizados num mesmo seminário, liga estes textos? Com segurança todos eles são fruto de militância museológica. Alguns a meu ver, têm pose teórica, mas são apenas poesia; outros têm pose poética, ligeira e circunstancial e são teoria e são prática.Item Millôr Fernandes e a nova Museologia(Edições Universitárias Lusófonas, 1994) Chagas, Mário de Souza; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e Administração"O progresso é natural", afirma Millôr Fernandes (Isto É, 29 de Abril de 1987) puxando nota de roda-pé que remete a Noel Rosa. Depois de afirmação tão séria o humorista, improvisado em museólogo, informa que "em Tóquio toquianos prevenidos contra a poluição andam com venda num olho. Descansam um usam o outro, descansam o outro, usam o um." Mais adiante informa que "a Sony mandou instalar em sua sede, também em Tóquio, uma máquina de vender oxigênio." E por uma ótica prospectiva adianta: "Já, já São Paulo entra no páreo - teremos no viaduto do Café" - inventado por Millôr - "uma loja de clorificação dos olhos". "Portanto - arremata o humorista - aproveitando a onda, por que não levar a coisa às suas últimas consequências e criar museus ao ar livre onde, por preço acessível, crianças e adultos possam ver, cheirar e mesmo subir em árvores!? Bolei até um nome pro museu - Praça Pública. Será que pega?" Ao que tudo indica a idéia não vingou - ainda que Millôr acenasse com a possibilidade de se cobrar preços acessíveis para a coisa pública - pois, a cada dia é menor o número de crianças e adultos que podem ver, cheirar e subir em árvores, seja pelo clima de violência nos grandes centros urbanos, o que inibe o acesso da população às áreas verdes, seja pela gradual e sistemática redução dessas mesmas áreas ou ainda pelo corre-corre urbano. O fato, no entanto, é que a idéia é brilhante e que Millôr, não se sabe com que referência acadêmicas, porém com fina ironia, estabelece uma relação de aproximação entre a instituição museu e a ecologia; entre a instituição museu e a praça pública - que "é do povo como o céu é do condor", e na rota do progresso natural, do Concord. Nos periódicos especializados esta relação está incluída no bojo da denominada Nova Museologia.Item No museu com a turma do Charlie Brown(Edições Universitárias Lusófonas, 1994) Chagas, Mário de Souza; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoConsciente da importância dos museus enquanto espaço de reflexão. educação, encontro e lazer, a professora da turma de Charlie Brown organiza uma excursão ao Museu de Arte da cidade. Após a visita os alunos devem preparar, para efeito de avaliação, um relatório sobre o Museu. Charlie Brown está preocupado com a perspectiva de ter que elaborar o referido relatório e tirar nota 10 (dez) para não perder o ano. No dia marcado para a visita, dois ônibus realizam o transporte das crianças da escola até as proximidades do Museu. Ao sairem dos ônibus, as crianças são organizadas em fila. No entanto, Charlie Brown, Snoopy, Isaura, Beth Pimentinha e Márcia distanciam-se do grupo excursionista e terminam entrando, por engano, num Supermercado, julgando que estavam no Museu. A visita de Charlie Brown ao supermercado transcorre com normalidade. As listagens de preço são percebidas como catálogos de exposição; a campanha de preços baixos é percebida como uma estratégia do Museu para superar suas dificuldades financeiras; as latas empilhadas de extrato de tomate são percebidas como esculturas populares; alguns pernis (ou coisa parecida) são percebidos como ossos de dinossauros. A pequena Márcia, apesar de todos os argumentos de Beth Pimentinha, insiste em dizer que o Museu se parece muito com uma mercearia. Ao saírem do Supermercado, que fica ao lado do Museu, Charlie Brown e seus amigos encontram o outro grupo excursionista, entram no ônibus e voltam para casa. Charlie Brown prepara o seu relatório e depois de entregá-lo à professora, descobre, em conversa com amigos que não foram ao supermercado, que ele não foi ao "verdadeiro" Museu. No dia marcado para a entrega das notas, Charlie Brown está tenso e angustiado. No entanto, ao receber o resultado o seu rosto se ilumina. Ele tirou 10 (dez) e não perdeu o ano. A professora ainda anotou em seu relatório o seguinte comentário: "Sua analogia foi brilhante. Comparar o Museu ao supermercado foi uma idéia genial".Item Documentação museológica, educação e cidadania(Edições Universitárias Lusófonas, 1994) Santos, Maria Célia Teixeira Moura; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoFoi com grande satisfação que tomei conhecimento do tema a mim confiado, neste FORUM NORDESTINO DE MUSEUS - IV ENCONTRO, causando-me até uma certa surpresa, devido às poucas oportunidades que temos tido de discutir, da forma mais abrangente e integrante, o trabalho técnico que vem sendo desenvolvido nos museus. Para o profissional que vem se dedicando às ações educativas dos museus, como é meu caso, é pouco comum ser chamado para discutir e analisar as correlações existentes entre as suas ações e as demais desenvolvidas nos diversos setores técnicos do museu. Esta é a primeira vez que recebo um convite desse teor e o considerei um avanço, pois a meu ver, as ações do museu devem ser desenvolvidas de forma integrada, visando a atingir os objetivos mais amplos da instituição, de acordo com as suas características e a realidade à qual está destinado. Falar da relação entre documentação, educação e cidadania, é abordar uma rede de questões, uma malha bastante complexa, da qual, nesse momento, tentaremos puxar alguns fios necessários à compreensão do funcionamento do museu como um todo e, sobretudo, aos objetivos dessa instituição.