Revista Lusófona de Ciência das Religiões, Nº 21, 1ª. s. (2018)
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Percorrer Revista Lusófona de Ciência das Religiões, Nº 21, 1ª. s. (2018) por assunto "CATHOLIC RELIGION"
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Item Ao serviço da fé ou da vingança? : A delação inquisitorial e os seus efeitos(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Oltean, Crina Adriana; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste artigo pretende apresentar rivalidades e conflitos sociais como justificação para o recurso à denúncia inquisitorial. Pretende demonstrar-se o papel da delação não só como ferramenta do Tribunal do Santo Ofício para o controlo e disciplinamento social mas também para as populações nas suas vivências diárias.Item Catolicismo vintage : a busca pelo sentido de tudo(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Portella, Rodrigo; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA Igreja Católica, através ora do próprio Vaticano, ora por meio de vários movimentos de cunho exclusivista, tende, nos últimos anos, a uma afirmação de sua fé de forma mais tradicional, no sentido de resgatar teologias, doutrinas e costumes que a pronunciem com maior vigor diante do campo religioso cada vez mais plural em que o mundo se encontra, e em que a própria Igreja Católica se encontra, internamente. Este movimento de acentuar doutrinas católicas – às vezes de forma intransigente ou pouco dialogal – com o mundo moderno representaria um rosto cada vez mais exclusivista do catolicismo quanto às questões doutrinais, mostrando a Igreja como a única – ou máxima – detentora da verdade religiosa. Este artigo pretende refletir sobre tal postura recorrendo às ciências sociais e, ao final, perguntando se é algo essencial à identidade católica algum tipo de exclusivismo.Item José Tolentino Mendonça : da espiritualidade como ato poético ou de como a poesia pode ser uma profunda alegria(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Honrado, Alexandre; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoTeólogo, especialista em estudos Bíblicos e poeta repetidas vezes premiado e inequívoca e justamente reconhecido, José Tolentino Mendonça tem como alicerces o Cristianismo e a Cultura, a Religião e o que neles as palavras inspiram em metáforas líricas: ao escrever poesia, o autor é utente e utilizador da linguagem ao seu dispor, comum aos homens, porém no registo mais elevado da partilha da mesma com fins estéticos. A aceitar o que já Aristóteles sugeria, isto é, que a poesia compreende aspetos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem o mundo fático, a poesia de Tolentino Mendonça reforça a espiritualidade como ato poético, entendendo a espiritualidade como a dimensão do homem como ser religioso e a poesia como um profunda alegria do espírito, mesmo nos seus momentos mais severos ou melancólicos, pois é seu apanágio a abordagem (com rigor e criatividade) dos temas e dos textos do cânone cristão, num diálogo sensível com as interrogações do presente.Item Uma narrativa sobre o massacre de Lisboa : a emergência do discurso de ódio nos panfletos da testemunha anônima alemã(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Voss, Rita Ribeiro; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO objetivo desse artigo é trazer a público uma tradução inédita do alemão para o português dos panfletos da testemunha alemã do Massacre de Lisboa de 1506. A tradução permite investigar com maior clareza a configuração do discurso de ódio a partir de temas que emergem de sua narrativa. Com esse intento, descreve-se as diferentes edições existentes, uma vez que o desconhecimento de sua existência levou alguns cronistas a discordar sobre algumas interpretações dos acontecimentos. Em seguida, consideramos a construção discursiva do judeu como inimigo dos cristãos e o contexto da crise urbana lisboeta dos eventos violentos. A correlação de forças políticas entre, de um lado, o rei, a corte e alto clero e, de outro lado, o povo e o baixo clero, definiu as fronteiras identitárias que foram sedimentadas pelo discurso de ódio que se verifica nos panfletos.Item Notas sobre o catolicismo em Fortaleza, da transição Republicana ao Vaticano II(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Souza, Ney de; Geyrdenn, Tiago; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO presente artigo objetiva apresentar três situações entrelaçadas na formação da realidade econômica, política e religiosa do Ceará: catolicismo, realidade cearense e o episcopado do período. Marcada em sua contextura histórica pelo ultramontanismo, a arquidiocese de Fortaleza é herdeira do bispado do Ceará, fundado no período imperial, portanto, dentro do regime de padroado. Também é fortemente marcada por aspectos geográficos, como o fenômeno da seca. A seca não é um fenômeno simplesmente climático, mas também cultural, político e social, sendo, por vezes, incapaz de ser dissociado do éthos do cearense. Para compreender o processo histórico de desenvolvimento desta arquidiocese, faz-se necessário também apresentar os bispos que estiveram à frente da mesma, até o período do episcopado de Dom José de Medeiros de Delgado.Item Projeto 'Portugal' e a relação Estado-Religião à luz da metáfora conjugal(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Oliveira, Rui; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO presente trabalho surge como proposta modelar de interpretação, à luz da metáfora conjugal, das relações entre as duas instituições – o Estado/Monarca e a Religião/Igreja – na prossecução dos seus objetivos sociais e políticos em torno do projeto «Portugal». Os documentos de investigação disponíveis permitem observar, nas relações institucionais, comportamentos de grande similitude, ou flagrantemente próximos, com os que se verificam no quadro das relações humanas de conjugalidade, pelo que o uso da metáfora conjugal se tornou um privilegiado e útil instrumento na análise dessas relações. Partindo do âmbito das generalidades contextuais e tomando como fundo a evolução histórica, com seus aportes e ajustes, tanto as da realidade histórica como as que a metáfora oferecia, foi encetada e progredindo a investigação. As similitudes cotejadas e sua demonstração tiveram mais em conta os resultados finais de cada situação ou período do que propriamente as razões que estiveram na origem dos diversos comportamentos, porquanto também eles foram gerados por diversa motivação e foram de índole e natureza distinta. Os primeiros indícios do projeto identitário do País dos Portugueses em que se veem envolvidos clérigos e nobres do Condado Portucalense transmitem uma atmosfera de cumplicidades de afetos que só encontram paralelo no aflorar dos primeiros ardores do enamoramento humano. A conjugação dos esforços levou à concretização de uma aliança de vidas em que foi posto em comum tudo o que era das partes (bens materiais e espirituais) para a prossecução do único objetivo: a construção de um País como uma união conjugal monogâmica, entre a Religião (Igreja católica) e o Estado. A partir de então, numa sucessão de bons e de maus momentos, como sucede em qualquer união conjugal, houve situações de alguma fricção, houve amuos, houve reconciliações e também houve muito desgaste que, um dia, ditou uma rutura com separação e divórcio. Posteriormente, deu-se a reaproximação e estabeleceu-se uma relação diferente, comparável à união de facto entre pares humanos mas com separação de bens, projetos diferenciados para o País, embora já numa condição de poligamia em tempos que são de convivência confessional diversificada, pois são várias, atualmente, as confissões religiosas professadas pelos Portugueses.Item A teologia retórico-humanista do Padre António Vieira(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Pinto, Porfírio José dos Santos; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO padre António Vieira escreveu uma obra de circunstância – as cartas, os sermões e os papéis –, que ele chegou a apelidar de «choupanas», e uma obra de grande investigação – a Chave dos Profetas –, que também apelida de «palácios altíssimos». Em todos os textos perpassa uma teologia retórico-humanista, que ele partilha com muitos dos pensadores do seu tempo, e com os seus confrades em particular. O inovador desta teologia é que ela faz também recurso a «novas» fontes (a reflexão histórica e a espiritualidade jesuíta) e a novas inspirações (próprias de Vieira) que a tornam única e merecedora de um aprofundamento que ainda não foi feito.