Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 11 - 2018 (Vol. 55) : Museologia e Direitos Humanos
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Percorrer Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 11 - 2018 (Vol. 55) : Museologia e Direitos Humanos por assunto "MUSEOLOGIA"
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Item Apontamentos para uma Museologia Marxista: a exposição Linha de Frente(Lusofona University, 2018) Ferreira, Carlos Serrano; Soto, Moana; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO artigo parte da constatação da existência não clarificada de uma relação intrínseca entre o Marxismo e a Sociomuseologia. Apresentando os elementos de ligação entre os dois, principalmente pela mediação do pensamento de Paulo Freire, o artigo aponta os possíveis elementos de enriquecimento da Sociomuseologia pelo desenvolvimento aberto de uma Museologia Marxista. Segue então para a apresentação de um novo conceito de exposição dialética, construído pela analogia com os escritos de Karl Marx e Friedrich Engels, demonstrando posteriormente a primeira aplicação do mesmo na exposição Linha de Frente: Mulheres e Homens em luta pelos Direitos Humanos. Também apresenta outros conceitos que se desenvolveram nesse processo: Museologia da Urgência (contraposto ao conceito de Museologia Alienada), o de Museologia Militante e o de Museologia de Guerrilha.Item Democracia, política e participação: a museóloga Waldisa Rússio(Lusofona University, 2018) Gouveia, Inês; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNeste artigo são apresentados e analisados aspectos da trajetória pessoal e profissional da museóloga brasileira Waldisa Rússio Camargo Guarnieri. Evidencia-se sua identificação com as referências familiares, destacadamente seu avô e sua mãe. Relaciona-se sua origem social, gênero e formação escolar para observar como ela desempenhou sua atuação profissional. Destaca-se como a ideia de trabalho e trabalhador foi estruturante para Waldisa, tanto em sua visão de mundo, quanto em relação as suas jornadas de trabalho. Nota-se como isso se relacionou também à defesa de que o museólogo deveria ser um trabalhador social. Considerando sua trajetória no serviço público no estado de São Paulo, a formação no mestrado e no doutorado, argumenta-se que Waldisa se inseriu em uma posição de destaque no campo museológico brasileiro, oferecendo uma perspectiva política que não estava colocada. A respeito da elaboração político-administrativa, enfatiza-se a sua participação no ensejo de formulação de políticas de cultura e políticas museológicas. Conclui-se, que a brasileira encarnou a dimensão crítica também como meio e possibilidade de ser autorizada a falar no campo museológico. Por fim, observa-se que sua atitude política esteve relacionada ao seu contexto, e se conclui que os desafios dos anos 1980 ainda têm correspondência com o presente, no todo social e no campo museológico.Item O lugar dos museus e o direito à cidade: um estudo sobre espaço, tempo e trabalho(Lusofona University, 2018) Damasceno, Wagner Miqéias; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste estudo trata da relação entre a localização geográfica dos museus e a visitação. Analiso os obstáculos à visitação dos museus brasileiros por parte da classe trabalhadora e pobre, considerando as assimetrias entre a localização dos museus e a produção e apropriação espacial nas grandes cidades e compreendendo essa relação a partir do conceito do geógrafo David Harvey, de desenvolvimento geográfico desigual. Para tanto, trabalharei numa perspectiva interdisciplinar conjugando elaborações da Sociologia, Museologia e Geografia. Utilizarei dados das pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre cultura, mobilidade urbana, trabalho e tempo livre e, também, da pesquisa Museus em Números, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).Item Os lugares de memória da ditadura: disputas entre o poder público e os movimentos sociais(Lusofona University, 2018) Ferraz, Joana D'Arc Fernandes; Campos, Lucas Pacheco; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoOs lugares de memória, na perspectiva de Pierre Nora (1990), são espaços de eternização de uma memória de um grupo que já não consegue mais ser evocada espontaneamente pela memória coletiva. Há uma grande disputa entre o Estado e os movimentos sociais em relação à preservação do patrimônio histórico que faz alusão ao golpe militar-empresarial brasileiro (1964-1985), no Rio de Janeiro. Pretendemos pensar o lugar político destes lugares memórias, a partir das querelas em torno da patrimonização de alguns espaços e prédios, que fazem apologia ao golpe e à ditadura, na cidade do Rio de Janeiro. A política que tem sido efetuada até agora pelo Estado pode ser definida como conciliatória. Não obstante, os movimentos sociais reclamam a inserção de suas vozes nestes lugares, considerando-as, silenciadas ou esquecidas. Interessa-nos analisar estas disputas e as seus reflexos na sociedade.Item A museologia e a construção de sua dimensão social: olhares e caminhos(Lusofona University, 2018) Chagas, Mário de Souza; Primo, Judite Santos; Assunção, Paula; Storino, Cláudia; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoOlhar para a museologia, de modo especial, para a denominada museologia social ou sociomuseologia, conversando com ideias e noções que podem ser consideradas óbvias, mas que, talvez, examinadas por outro ângulo, tenham algo de novo a oferecer, faz parte dos objetivos do presente texto. Além disso, é pertinente perguntar: o óbvio é óbvio para quem? Não raro, aquilo que parece óbvio para determinados grupos de especialistas, pode não ser óbvio para uma grande maioria de pessoas. É neste sentido que peregrinando pela obviedade, afirma-se que a museologia social ou sociomuseologia não surgiu do nada e também não é o resultado de intelectuais iluminados que retiraram de si mesmos, de suas essências a luz museal ou museística que haveria de iluminar o mundo; ao contrário, surgiu de amplos debates e embates, de um acúmulo de tensões, críticas, enfrentamentos, vivências, reflexões e práticas que impactaram a museologia e os museus que do século XIX, projetaram-se no século XX, sem que seus paradigmas tivessem sido submetidos a uma análise crítica. Em outros termos: a museologia social ou sociomuseologia não é o resultado de uma construção teórica que quer, a todo custo, de cima para baixo, enquadrar os museus e as diferentes formas de pensar e praticar a museologia aos seus ditames técnicos, científicos, artísticos e filosóficos; ao contrário, trata-se de uma construção que resulta de um contexto histórico específico, que não tem e não quer ter um caráter normativo e que apresenta respostas singulares para problemas também singulares e que, sobretudo, assume explicitamente compromissos políticos e poéticos.Item Participação comunitária e identidade territorial na gestão de museus: a mobilização museológica organizacional e interorganizacional(Lusofona University, 2018) Cezário, Hilda Barbara Maia; Davel, Eduardo; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste artigo propõe estratégias de gestão para iniciativas museológicas comunitárias com base na participação e na identidade territorial como fatores substantivos a essas iniciativas e mobilizadores da sua dimensão organizacional e interorganizacional. A mobilização museológica organizacional parte do entendimento da organização como processo, que busca interligar as ‘áreas fins’ do museu (ligadas, especificamente, às funções museológicas) às ‘áreas meio’ (ligadas às atividades administrativas e gerenciais), através de estratégias de ação desenvolvidas no âmbito interno do museu, possibilitando uma visão mais completa e gerencial da organização. Já a mobilização museológica interorganizacional refere-se ao potencial de relações externas ao museu, seja através de parcerias ou do trabalho em rede, a partir da cooperação entre organizações, propiciada pelo compartilhamento de uma identidade territorial comum e pela dinâmica participativa. A partir da abordagem qualitativa, da análise documental e dos estudos de diferentes museus, dentro e fora do Brasil, os resultados desta pesquisa (estratégias de gestão), de vocação tecnológica, auxilia líderes comunitários, gestores sociais e empreendedores culturais de comunidades na gestão de museus com base na participação comunitária e na identidade territorial. Consequentemente, torna-se relevante para a formação em museologia e em gestão social, bem como para o norteamento dos poderes públicos em relação ao papel da gestão no desenvolvimento de museus comunitários.