Mestrado Transdisciplinar de Sexologia
URI permanente para esta coleção:
Navegar
Percorrer Mestrado Transdisciplinar de Sexologia por assunto "CHRONIC DISEASES"
A mostrar 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Disfunção sexual masculina após transplantação renal : influência do tempo pós-transplantação renal e do impacto da imagem corporal na satisfação sexual pós-transplantação(2017) Mota, Renato Miguel Lains dos Santos; Cardoso, Jorge Manuel dos Santos, orient.Estima-se que 10% da população mundial sofra de insuficiência renal crónica (IRC). Esta altera a qualidade de vida e a sobrevida dos doentes, sobretudo no período terminal da doença pela necessidade de utilização de uma técnica de substituição da função renal. A transplantação renal é a terapêutica que oferece uma qualidade de vida que mais se aproxima da dos indivíduos sem IRC terminal. A sexualidade é uma componente significativa da qualidade de vida global (QoL) e da qualidade de vida associada à saúde (HRQoL), sendo no doente transplantado renal influenciada por diversos factores biopsicossociais. A disfunção sexual é muito prevalente no transplantado renal, apresentando uma etiologia multifactorial e exercendo um impacto negativo sobre a satisfação sexual e sobre a QoL e a HRQoL. Nos transplantados, a integração de um novo órgão no organismo implica um reajustamento da imagem corporal, com a probabilidade de desencadear efeitos psicológicos negativos, bem como repercussões na intimidade e na resposta sexual. Este estudo teve como objectivo avaliar a função sexual masculina, a satisfação sexual e a satisfação com a imagem corporal após transplantação, numa amostra de conveniência obtida na Unidade de Transplantação Renal do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Foi realizado um estudo transversal unicêntrico com recurso aos seguintes instrumentos: International Index of Erectile Satisfaction, New Scale of Sexual Satisfaction, Brief Symtom Inventory e Body Image Scale. A taxa de resposta foi de 27.2% diagnosticando-se disfunção eréctil em 66.1% da amostra. Identificou-se a presença de pelo menos um factor de risco para doença cardiovascular em 97.3% dos inquiridos e de 3 ou mais factores em 27.7%. Encontrou-se uma correlação entre o funcionamento sexual e a satisfação sexual (r=.598; p<.01; n =112) e entre satisfação com a imagem corporal e a função sexual (r =-.193; p<.05; n =112). O tempo decorrido após a transplantação (36meses) não evidenciou diferença na função sexual e na satisfação sexual ainda que a idade, o consumo de psicofármacos, a imagem corporal e a existência de parceira/o sexual tenham moderado a variância entre esses grupos de transplantados. Estes resultados apontam para uma elevada taxa de disfunção sexual, nomeadamente de disfunção eréctil, face à prevalência conhecida para a população geral. Verificou-se uma relação entre a função sexual e a satisfação sexual. A imagem corporal mais satisfatória associou-se a um melhor funcionamento sexual mas não a maior satisfação sexual reflectindo provavelmente os mecanismos de ajustamento que a satisfação sexual tende a manter ao longo da vida de um indivíduo. Permanece por determinar de modo longitudinal o efeito da transplantação renal sobre a sexualidade e a imagem corporal.