Mestrado em Riscos e Violência(s) nas Sociedades Atuais: Análise e Intervenção Social
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Item O acolhimento de emergência de crianças e jovens em perigo na perceção das adolescentes(2013) Paolo, Elizabeth Gaspar di; Andrade, Marília de Carvalho Seixas, orient.A presente dissertação contribui para a compreensão das vivências associadas ao acolhimento numa casa de acolhimento de emergência (CAE) de um grupo de adolescentes, retiradas às famílias por se encontrarem em situação de perigo iminente de vida. O estudo centra-se na análise categorial das narrativas das adolescentes, pretendendo-se caracterizar as suas percepções face ao acolhimento de emergência através da captação de expressões verbais e não verbais. O desafio foi construir uma gramática do sentir e do pensar que revelasse os significados que as jovens atribuem à retirada do contexto familiar e a eventual repercussão da experiência de acolhimento ao nível da qualidade de vida e bem estar. Trata-se de uma pesquisa exploratória que seguiu uma metodologia qualitativa, procurando fazer uma abordagem interpretativa do objeto de estudo. No decurso da pesquisa empírica, através de entrevistas, de elaboração de colagens e recortes de revistas e da realização de focus group, os discursos das adolescentes foram ganhando voz, deixando emergir as representações construídas em função das experiências e vivências das jovens. Através da construção de categorias e subcategorias de análise, foi possível captar a importância do acolhimento e das relações de afeto e de suporte na CAE. Foi possível entender a auto-perceção ou consciência de si e os desafios colocados pelas perspetivas futuras, estando estas relacionadas com os contextos de vida já vividos ou sonhados. Foi possível perceber através da análise dos testemunhos recolhidos que, ainda que não exista uma clara perceção da dimensão do perigo a que estavam expostas, a noção de perigo parece ser clara para as jovens. Manifestando acima de tudo o desejo de voltar a estar com a família, e Independentemente de não compreenderem e não aceitarem as causas que levaram à decisão de acolhimento, as adolescentes preferem permanecer na CAE em prejuízo de terem de mudar de instituição. Os tempos e modos de retirada dos contextos de vida, a separação e o sentimento de perda da família e a entrada na CAE, corresponderam a alguns dos momentos mais críticos das narrativas discursivas das adolescentes. Pode concluir-se que apesar do desgosto de estarem fora do contexto familiar, existe entre as jovens o sentimento de que a CAE permite um imediato e oportuno acolhimento face a inaceitáveis perigos, mas impõe um aprisionamento e impasse temporal vivencial incompatíveis com a necessidade de estabilização e de autonomia imprescindíveis a uma adolescência saudável.Item Bullying juvenil entre pares em Saurimo-Angola(2016) Garreth, Carolina Chitambala; Gameiro, Fátima, orient.Esta investigação teve como objectivo estudar a prevalência do bullying na Província de Saurimo-Angola, mais especificamente determinar os intervenientes nas situações de bullying; identificar os tipos de bullying a que a vítima foi sujeita; identificar os tipos de bullying praticados pelos agressores; determinar se existem testemunhas de bullying activos e/ou passivos, bem como, identificar os locais de ocorrência identificados pela vítima e pelo agressor e caracterizar agressores e vítimas de bullying quanto ao género. A amostra foi constituída por 225 jovens com idades compreendidas entre os 10 e mais de 14 anos, estudantes do 5º e 6º ano de escolaridade. O instrumento utilizado foi o questionário de auto relato de bullying do Olweus, adaptado à realidade angolana. Da análise dos resultados, verificou-se que 81% dos participantes já foram testemunhas de comportamentos de bullying, 76,9% vítimas e 57,3% agressores. A maior parte das testemunhas percepcionam-se como activas e referem que tentaram ajudar. As vítimas relatam que foram maioritariamente alvo de agressão física e o local prevalente foi o recreio. Os agressores, promoveram mais agressão física e o local prevalente foi o recreio. Ao analisar o género, verificou-se que a maioria das vítimas eram rapazes e dos agressores raparigas. As vítimas de género feminino foram maioritariamente alvo de fofocas e as agressoras utilizaram mais vezes o desprezo. Esta investigação revela-se significativa por disponibilizar dados concretos relativos à prática de bullying em Saurimo-Angola, por forma a poderem ser desenvolvidos projectos preventivos e interventivos junto da comunidade escolar.Item Bullying racial nas escolas: a importância de implementação de práticas sociais como forma da prevenção no combate ao bullying(2023) Lima, Juceila Maria Rodrigues; Bracons, Hélia, orient.A presente dissertação procurou explorar a problemática do bullying racial nas escolas entre os pares. Pretende-se contribuir para uma tomada de consciência coletiva desta problemática e propor soluções que só se tornarão realidade, se formos capazes de transmitir às crianças e adolescentes, o respeito e a tolerância para com os outros. As estatísticas revelam um aumento dos casos do bullying em Portugal. À problemática consiste em identificar os fatores que podem facilitar a ocorrência de comportamentos racistas, em casos afirmativos deve-se ter conhecimento dos intervenientes pretendendo solucionar o problema e sobretudo, apoiar as crianças e adolescentes que são vítimas deste tipo de situações. Neste campo, não será demais lembrar que apenas a educação pode mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e para a construção de respeito recíproco entre os alunos. Tendo em conta a problemática acima referida, e como forma de orientar a investigação realizada, recorreu-se a um objetivo, saber qual a implicação que o bullying racial tem no percurso escolar e no desenvolvimento dos alunos. Trata-se de um estudo transversal e a amostra é composta por 54 alunos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 8 aos 14 anos de idade, que frequentam o primeiro, segundo e terceiro ciclo, e foi realizado, na Associação de Academia do Jonhson, onde foi constatado que, uma grande maioria dos alunos é de etnia africana e afrodescendente. O trabalho desenvolveu-se através de uma metodologia mista “quantitativa e qualitativa” e os instrumentos de recolha de dados foram recolhidos através de um questionário aplicado aos alunos e à aplicação de entrevistas semi-estruturadas a um grupo restrito de funcionários, analisando os dados através da análise do conteúdo. Para uma maior compreensão da temática recorreu-se a uma revisão da literatura em trabalhos científicos, artigos especializados, pesquisas académicas realizadas na Internet, analisou-se estudos que privilegiaram a reflexão sobre o impacto do bullying racial nos alunos em contexto escolar. A violência é um comportamento anti-social, cujas repercussões têm aumentado, sobretudo nas comunidades mais jovens e entre pares, manifestando-se através de comportamentos desajustados, com a pretensão de magoar, maltratar, humilhar ou causar dano a alguém física ou psicologicamente. Palavras-chave: Bullying Racial; Escola; Serviço Social; Práticas SociaisItem Caraterização de crianças e jovens em risco com processo de promoção e proteção(2022) Felizardo, Beatriz Filipa Rodrigues; Gameiro, Fátima, orient.Com o aparecimento da pandemia por Covid-19, mesmo com a menor visibilidade e a crescente complexidade no acesso às crianças/jovens, famílias e pessoas de referência na comunidade, verificou-se em 2020, comparativamente a 2019, um aumento de 7,6% da violência doméstica com reporte às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ). Esta investigação tem como objetivos caracterizar as crianças/jovens com processo de promoção e proteção em CPCJ entre os anos 2019-2020 e comparar a tipologia de maus tratos e as medidas de promoção e proteção aplicadas nos períodos pré e pandémico. O método utilizado foi a análise documental. A amostra foi constituída por 335 processos de crianças/jovens que se encontravam a ser acompanhadas por uma CPCJ (155 no ano de 2019 e 180 em 2020). Da análise dos processos, conclui-se que nos dois anos o tipo de mau trato mais frequente foi “exposição a comportamentos que possam afetar o bem-estar e desenvolvimento da criança”, no sexo masculino. No ano de 2019 as idades mais prevalentes foram entre os 11 e os 14 anos e em 2020 entre os 15 aos 21 anos. Ao nível da saúde física, nos dois anos, o problema mais frequente foi reações alérgicas e ao nível da saúde psicológica a regressão e infantilidade. Quanto ao percurso escolar, de um ano para o outro, o número de vítimas diminuiu mas o de agressores aumentou, aumentou a evasão escolar e a necessidade de apoio escolar. Quanto à organização psicossocial, nos dois anos a passividade/ agressividade e o consumo aditivo foram recorrentes, aumentando em 2020. A prática de desporto e integração em atividades lúdicas, apesar de escassa, aumentou em 2020. A maioria das crianças/jovens tiveram acompanhamento técnico e médico de família e estavam integrados em famílias bi-parentais (muitas em situação de desemprego, com RSI, a residir em casas/apartamentos arrendados, com aumento de 2019 para 2020 e muitos dos cuidadores com o 4º ano do 1º ciclo). Relativamente às medidas de apoio aplicadas, a mais prevalente nos dois anos foi o apoio junto dos pais. O apoio mais recorrente por parte da CPCJ foi o apoio psicológico e o encaminhamento foi para atividades extracurriculares, ambos mais utilizados em 2020. Palavras-chave: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo; Tipologia de Mau-trato; Medida de Promoção e Proteção; Perfil das Crianças/Jovens; Perfil do agregado familiar.Item Competências do assistente social na intervenção com utentes institucionalizados, vítimas de abandono(2022) Matos, Ana Cláudia Mora de; Ferreira, Paula, orient.Os profissionais, independentemente da área, devem dotar-se de competências, ao nível do saber, do saber-fazer e do saber-ser. Quando abordamos uma área temática sensível, como o abandono de idosos, o nível de competência dos profissionais, que contactam diretamente com estes indivíduos, torna-se mais exigente. Assim, definiu-se como objetivo geral desta investigação Conhecer as competências do AS na intervenção com utentes institucionalizados em UCCI–ULDM e UMDR, vítimas de abandono. Do universo constam AS que intervêm com utentes de UCCI–ULDM e UMDR, no território português. Da amostra fazem parte 18 destes profissionais, escolhidos de forma aleatória, após divisão por NUTS II. O modelo teórico utilizado para identificação e avaliação das competências foi o de Le Boterf (2003). Utilizou-se uma metodologia mista, através do método Delphi aplicando um inquérito aberto, numa primeira fase, e um inquérito por questionário, com uma escala de Likert de cinco níveis, numa segunda fase. Realizou-se um Focus Group com sete profissionais, que haviam, nas fases anteriores, respondido aos questionários. Com esta investigação reconhecemos que as competências mais valorizadas pelos Assistentes Sociais, na resolução da problemática do abandono nas UCCI-ULDM e UMDR, incidem no saber-fazer e que as estratégias mais utilizadas recaem sobre o trabalho em equipa/rede.Item Competências dos assistentes sociais na intervenção com pessoas com deficiência vítimas de violência doméstica(2023) Pereira, Ana Catarina Baptista; Gameiro, Fátima, orient.A violência doméstica praticada contra a pessoa com deficiência ou incapacidade é um fenómeno social de grande complexidade que não pode ser tratado de forma superficial, seja por parte daqueles que intervêm tecnicamente, seja por parte das vítimas e agressores, pois trata-se da vida real de muitos indivíduos. Este estudo tem como objetivo conhecer a perceção dos assistentes sociais relativamente às competências necessárias para a intervenção com indivíduos com deficiência. O método utilizado para traçar o perfil do assistente social que desenvolve atividade na área da deficiência foi o de Delphi, sustentado no modelo de competências de Le Boterf (os saberes; os saberes-fazer e os saberes ser/agir). A amostra é composta por 25 especialistas da área do serviço social que trabalham diretamente com pessoas com deficiência. Como resultados, verificou-se que os técnicos especialistas identificam 94 competências necessárias para a intervenção com indivíduos com deficiência vítimas de violência doméstica, 24 relativas aos saberes (sete teóricos, quatro do meio e 13 procedimentais), 36 competências respeitantes aos saberes-fazer (15 formalizados, sete empíricos, 10 relacionais e quatro cognitivos) e 34 competências relativas aos saberes ser/agir (12 aptidões e/ou qualidades, 10 recursos fisiológicos e 10 recursos emocionais). O maior número de competências elencadas foram relativas aos saberes-fazer, depois os saberes ser/agir e por fim os saberes. Relativamente à significância atribuída, em primeiro lugar surgem os saberes-fazer (mais os saberes relacionais, depois os cognitivos, formalizados e empíricos respetivamente), depois os saberes (os saberes do meio e depois os teóricos e os procedimentais respetivamente) e por último os saberes-ser (aptidões e/ou qualidades, depois recursos fisiológicos e recursos emocionais, respetivamente). Como conclusão, foi possível estabelecer um perfil de 94 competências necessárias para a intervenção com indivíduos com deficiência vítimas de violência doméstica, sendo, de acordo com a perspetiva dos técnicos especialistas, as mais significativas os saberes do meio, os saberes relacionais e as aptidões e/ou qualidades.Item Competências dos técnicos nas equipas de adoção(2023) Reis, Rita Almodôvar dos; Ferreira, Paula Isabel Marques, orient.Os técnicos que desempenham as suas funções em equipas de adoção, devem seguir boas práticas profissionais, sendo estas fulcrais aos mesmos. Da pesquisa realizada constatou se que, não há muita informação acerca das competências que os técnicos das equipas de adoção devem deter na sua prática profissional. Este estudo pretende conhecer o perfil de competências dos técnicos que desempenham o seu exercício profissional em equipas de adoção, de acordo com as categorias do modelo teórico de Le Boterf (2003). A amostra da investigação é composta por 19 técnicos de diversas áreas de formação que desempenham o seu exercício profissional nas equipas de adoção, em Portugal. Para definir o perfil de competências essenciais destes profissionais nas equipas de adoção, recorreu-se a uma metodologia do tipo misto ou quali-quantitativa, optando por usar o método de Delphi, em duas fases, tendo os dados sido recolhidos através de inquéritos por questionário. Na 1ª fase do estudo, verificou-se que os técnicos demonstram estar em concordância no que se refere aos três tipos de competências (os saberes, os saberes-fazer e os saberes ser/agir). Após a análise dos resultados da 2ª fase, pode-se averiguar uma ligeira diferença entre as categorias. Os resultados apontam no sentido de uma maior valorização das competências relativas ao saber-ser, embora se reconheça ainda a importância de outras competências (saber e saber-fazer) na intervenção nas equipas de adoção. De igual modo, verificou-se que, na análise comparativa entre as competências referidas pelos técnicos e as normativas legais e manuais/ relatórios dos Organismos da Segurança Social, apenas uma minoria das competências identificadas pelos técnicos se encontram expressas nos normativos regulamentares. Conclui-se a necessidade de integrar estas competências nos normativos regulamentares, por forma a traduzir as competências presentes na intervenção.Item A Criminalidade Infanto-Juvenil : intervenção adotada pelo Centro Educativo na Recuperação dos Jovens Delinquentes que cumprem a Medida Tutelar Educativa(2014) Furtado, Elisangela Semedo; Sousa, Óscar Conceição de, orient.A criminalidade constitui uma prática anti–social capaz de impedir o desenvolvimento, progresso, paz e tranquilidade social. Por essa razão, a mesma, necessita de uma atenção especial por parte dos governantes, escolas, centros de formação profissional, psicólogos, sociólogos, ONG, Igrejas e pessoas coletivas. Pelo facto de se tratar do comportamento humano, que deve ser guiado constantemente pelas normas sociais, urge a necessidade dos jovens serem educados, reeducados e reintegrados pelas instituições. Neste âmbito, o estudo que apresentamos é uma investigação que se intitula Criminalidade Infanto-Juvenil tendo como principal objetivo analisar quais as Medidas Estratégicas de Intervenção na área do Serviço Social face a este problema (Criminalidade Juvenil) e também analisar os Tipos de Intervenção que constam e são recomendados num Projeto Educativo do Centro Educativo Padre António de Oliveira na Recuperação dos Jovens delinquentes e verificar se os Egressos testemunham mudanças e elencar as boas práticas e as menos boas práticas. Para alcançar o conhecimento sobre esta problemática, utilizamos a metodologia qualitativa, tendo o estudo empírico sido desenvolvido com base na observação descritiva dos contextos onde os jovens estão a cumprir medidas educativas em regime fechado e recolheu-se, através da entrevista, a opinião de uma pessoa responsável pelo Centro Educativo em questão que, com o seu testemunho, fornece uma visão pessoal sobre a problemática em estudo e a forma como a Instituição a enfrenta, ajudando a compreendê-la na sua totalidade. No que concerne à investigação, o estudo tinha como objetivo analisar 4 fontes: os documentos estruturantes da intervenção em um centro educativo, O Regulamento Interno (RI), que elabora todo o funcionamento do centro, o Projeto de Intervenção Educativa (PIE), documentos que estruturam e organizam a intervenção educativa, a observação direta feita no centro, bem como a entrevista a uma Responsável pelo Centro.Item A divulgação dos femicídios em contextos de relação de intimidade nos meios de comunicação social(2023) Novato, Kele Regina Novato; Ramalho, Nélson, orient.A prática do femicídio não se restringe às esferas das relações familiares ou de intimidade, contudo são nas relações de intimidade onde este crime é mais recorrente. A violência é cometida sobretudo por homens contra as mulheres, com quem as vítimas mantiveram algum tipo de relacionamento atual ou passado. Na tentativa de conhecer de que forma os femicídios em contexto de relaçoes de intimidade são divulgados nos jornais diários em Portugal, procurou-se realizar uma caracterização geral das vítimas e homicidas e da prática do crime, observar se as peças jornalísticas fomentam a culpabilização das vítimas em detrimento da desresponsabilização dos homicidas, e verificar se os jornais cumprem com as recomendações nacionais da divulgação de notícias referente à violência doméstica. Para tal, aplicou-se a metodologia qualitativa, fazendo uso pesquisa documental e análise de conteúdo de 20 peças jornalísticas de dois jornais de grande dimensão nacional jornalísticas, 11 do Correio da Manhã e 9 do Jornal de Notícias, respeitante a 13 vítimas assassinadas no ano 2021. Como resultado, assim verificou-se que as peças jornalísticas tendiam a justificar a prática do crime com argumentos ligados à sintomatologia depressiva e a traços de personalidades obsessivas dos homicidas. O crime era representado como sendo um “crime passional”, advindos de uma ação “impulsiva” e “inesperada” do homicida, desculpando o homicida e criando uma culpabilização em torno das vítimas, apresentando-as como “permissivas” e “negligentes” no processo de violência. Estes resultados permitiram identificar a existência de discursos incoerentes e desajustados em torno da violência doméstica, remetendo a conflitualidade conjugal para a esfera doméstica, podendo, por conseguinte, levar as pessoas leitoras a um posicionamento distorcido e enviesado face ao fenómeno.Item Doença mental e violência intrafamiliar : fatores de risco e de proteção(2022) Lourenço, Mariana Ribeiro; Gameiro, Fátima, orient.Verificam-se na literatura perspetivas díspares relativamente à dinâmica dos indivíduos com doença mental no contexto familiar, em termos de papéis de vítima e/ou agressor/a, perceção de agressividade e fatores de risco e de proteção. Para conhecer esta realidade, desenvolveu se uma investigação com o objetivo de identificar, nos indivíduos com diagnóstico de doença mental, papéis de vítima e/ou agressor no contexto intrafamiliar, conhecer a perceção da agressividade destes indivíduos e conhecer os fatores de risco e proteção que estes indivíduos, com e sem integração em resposta social, identificam. A amostra foi constituída por vinte e seis indivíduos com diagnóstico de doença mental, oito com esquizofrenia, nove com perturbação de humor e nove com doença bipolar, com uma média de idade de 54,8 anos, dos quais doze são mulheres e catorze homens, dez encontram-se integrados em contexto institucional. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e aplicado o questionário de agressividade de Buss e Perry, com base em dimensões alinhadas aos objetivos da investigação e tendo em consideração todas as dimensões éticas. A recolha dos dados foi realizada através da plataforma ZOOM, contacto telefónico e presencialmente. Como resultados, relativamente à perceção de papéis de vítima e/ou agressor, verificou-se que 61,5% dos indivíduos que constituem a amostra vivenciaram episódios de violência intrafamiliar, destes onze como vítimas (42%), dois como agressoras (7,69%) e três como vítimas-agressoras (11,53%). A maior prevalência de vítimas e agressoras identifica-se na perturbação de humor e em pessoas que não se encontram integradas em resposta social. No que respeita à perceção de agressividade, o valor médio de agressividade reportada pelos 26 indivíduos foi 76,23 (mulheres, 79 e homens, 73,8) o que demonstra valores dentro dos valores normativos para a população portuguesa. No que concerne aos fatores de proteção individuais, verifica-se prevalência de toma de psicofármacos (n=19), proatividade (n=19) e capacidades cognitivas (n=17), considera-se o isolamento social (n=15) e a situação socioeconómica vulnerável (n=14) como fatores de risco individuais. Quanto a fatores protetores familiares, prevalecem a existência de família alargada (n=15) e a existência de suporte familiar (n=11), paralelamente, a desestruturação familiar (n=18), os conflitos familiares (n=14) e a existência de violência física contra o próprio (n=11) revelam-se como fatores de risco a nível familiar. Em contexto comunitário, prevalecem os fatores de risco, tais como, a ausência de rede de suporte social (n=24), de locais de referência na comunidade (n=13) e de grupos formais de pares (n=10). A nível institucional, identificaram como fatores protetores a existência de técnicos gestores (n=26), frequência em resposta social (n=12) e permanência em resposta social (n=10), como fatores de risco, 15 pessoas identificaram ausência de projeto. Assim, conclui-se que indivíduos com doenças mentais mais do que perpetradores tendem a ser vítimas de violência.Item O efeito da arte e do desporto na dinâmica afetiva e comportamental de crianças e jovens com medida de acolhimento(2022) Ros, Simone Chaves; Gameiro, Fátima, orient.No âmbito da promoção de competências pessoais, relacionais e sociais, a Casa de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, Unidades Residenciais, Primeiro Passo e Lar dos Rapazes encontram-se a desenvolver o projeto D’AR-TE, que contempla a promoção bissemanal do desporto e das artes. Esta investigação tem como objetivo analisar o efeito da participação no projeto na dinâmica fisiológica, afetiva e comportamental de crianças e jovens em perigo com medida de acolhimento residencial participantes nas oficinas do projeto. A investigação foi desenvolvida a partir do contacto direto com 16 rapazes, com idades compreendidas entre os 6 e os 20 anos, dividida em encontros grupais e individuais. Foram aplicadas, no início e 7 meses depois, a Escala de Comportamentos Assertivos para crianças (CABS), o Questionário de Agressividade (AQ), as Escalas de Medida de Perceção do Suporte Social dos Amigos (PSS-Am) e da Família (PSS-Fam), a Escala de Autoconceito de Piers- Harris (PHCSCS-2) e a Escala de Autoestima de Rosenberg (RSES). Foi também implementado, no primeiro e no sétimo mês do D’AR-TE, uma Grelha de Observação de Comportamentos Agressivos (GOCA), com o objetivo de registar os comportamentos dos indivíduos ao longo da intervenção. Os resultados evidenciaram alterações estatisticamente significativas na diminuição de comportamentos agressivos e no aumento da autoestima, após a participação nas oficinas de Artes e Desporto do projeto D’AR-TE. Em relação à perceção de assertividade e de agressividade, ao autoconceito, à perceção de suporte social dos pares e familiares e aos níveis de cortisol, apesar de na maior parte das dimensões avaliadas os resultados serem positivos, não se revelaram ainda melhorias estatisticamente significativas. Conclui-se que os sete meses de participação no D’AR-TE já revelou efeitos positivos, potenciando a autoestima e a diminuição de comportamentos agressivos das crianças e jovens. Palavras-chave: D’AR-TE; Arte; Desporto; Autoconceito; Autoestima; Perceção Social; Violência; Cortisol; Crianças e Jovens; Acolhimento Residencial.Item Fatores de risco nos jovens para o consumo de cannabis: o papel do assistente social(2021) Ferreira, Joana Cordeiro das Neves; Gameiro, Fátima, orient.Os efeitos nefastos, de ordem holística, do consumo de cannabis são largamente reportados na literatura e manifestam-se a curto, a médio e longo prazo. A curto-prazo os efeitos mais comuns decorrentes de uma intoxicação, são as perturbações ao nível das emoções, dos comportamentos, de cognição e da consciência. O longo-prazo pode estar associado a uma multiplicidade de condições, que abrangem a dependência, perturbações psiquiátricas, disfunção cognitiva, doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crónica e cancro de pulmão (Barrona, 2017). Para conhecer a tomada de decisão relativamente ao consumo é preciso conhecer as interações entre as singularidades de cada usuário e o meio sociocultural em que vive. Este estudo tem como objetivo conhecer os fatores de risco individuais e sociais que levam os estudantes universitários, entre os 18 e os 25 anos, a consumir canabinoides e, ainda, conhecer a sua perceção relativamente à importância atribuída ao técnico superior de serviço social nas escolas. A amostra é constituída por 243 estudantes universitários, sendo que 179 dos mesmos já consumiram cannabis. A técnica utilizada para a recolha de dados foi o inquérito por questionário através do Google Forms. Concluiu-se que a perceção dos inquiridos relativamente às principais motivações para consumir cannabis passa pela procura de desinibição, pela busca de prazer e pela diversão com os seus pares, e que o consumo ocorre com maior frequência nas saídas à noite com os amigos. No que concerne aos fatores de risco, verificaram-se na dinâmica individual, a inconstância ao nível do autocontrolo, a dificuldade de decisão no imediato e as dificuldades de concentração, na dinâmica familiar, as expetativas elevadas por parte dos familiares em relação a si, na dimensão do grupo de pares, o consumo de tabaco, o abuso de álcool, o facto da maioria dos pares experimentarem droga e de alguns fumarem cannabis, no domínio escolar, a reduzida manifestação de interesse por parte dos professores em apoiar os estudantes e uma perceção de relação entre alunos e professores fragilizada, quanto à comunidade, foi identificado o fácil acesso a substâncias ilícitas. A maioria dos inquiridos reporta a importância dos assistentes sociais nas escolas secundárias e apontam como principais competências, apoiar os alunos nas suas dificuldades sociais e motivar para comportamentos adaptados.Item Os filhos do silêncio : crianças e jovens expostos à violência conjugal : um estudo de casos(2013) Sousa, Tânia Sofia de; Carvalho, Maria Irene de, orient.O presente estudo debruça-se sobre a problemática violência doméstica, na vertente da infância, isto é, compreender o impacto/consequências e percepções das crianças e jovens expostos à vitimação indirecta. A família é o primeiro local de aprendizagem e formação social das pessoas, sendo responsável por experiências que podem ser determinantes na trajectória de vida. As crianças/jovens expostos aos diversos tipos de violência no seio familiar trazem consequências negativas para o seu desenvolvimento. É relevante ter em conta que apesar do impacto que a exposição poderá ter na criança/jovem, existem algumas variáveis mediadoras para avaliar os efeitos dessa exposição. A investigação realizada, que usou a metodologia qualitativa, caracterizou-se pela execução de múltiplos estudo de casos (quatro), possibilitando conhecer a experiência de crianças/jovens com história de exposição à violência entre os seus cuidadores. A investigação decorreu na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo de Cascais (CPCJ). Os resultados indicam que a exposição à violência tem efeitos negativos a vários níveis da vida destas crianças/jovens, sendo que os mais prejudiciais verificaram-se ao nível psicológico e emocional. Ainda, os resultados sugerem que, por vezes, também são alvo direto de comportamentos abusivos no seio familiar.Item Início e/ou desenvolvimento da sexualidade em adolescentes e jovens portadores de VIH(2016) Mota, Ana Sofia da Silva Gouveia Barata; Vilar, Duarte Gonçalo Rei , orient.Este trabalho enquadra-se numa abordagem compreensiva relativa ao início da sexualidade em adolescentes e jovens portadores de VIH. Tem-se como objetivo aprofundar conhecimentos no que respeita a esta realidade, descortinar obstáculos, conhecer formatos de actuação, pareceres, opções e soluções de mudança em prol da prevenção da infeção e reinfeção do vírus. Podemos considerar, actualmente, que a sociedade se tornou mais tolerante. Assim, considerando as margens de tolerância, identificamos que foram incluídas as vivências da sexualidade dos adolescentes na perspetiva de alguns adultos, ainda que não a identifiquem de uma forma plenamente positiva e não a incentivem (especialmente a sexualidade nas raparigas). Se, por um lado, uma parte dos adultos reconhecem que a vivência sexual dos jovens é algo de inevitável e positivo para o seu desenvolvimento posterior, outra parte continua a olhar os comportamentos sexuais dos adolescentes, sobretudo das raparigas, como um perigo, uma nova desordem amorosa que deve ser controlada. Os adultos encontram-se num misto de confusão e de impotência face às transformações que se operam nos comportamentos sexuais dos jovens nas últimas décadas. As questões referentes ao comportamento sexual são complexas porque muitas vezes o individuo compreende a situação, porem, não consegue interiorizar ou colocar em prática o que a ciência comprova, com vista à promoção da saúde. Relacionado com estes comportamentos de risco surge o vírus de VIH, que é associado a más práticas sexuais, a uma sexualidade anormal ou um padrão de conduta capaz de colocar em risco o bem-estar social.Item A perceção das crianças e jovens sobre a medida de proteção de colocação em acolhimento residencial e possibilidade(s) de participação no processo(2016) Varela, Patrícia Alexandra Gomes; Vieira, Sandra Regina Alexandre Ferreira, orient.A presente dissertação foi realizada no âmbito do Mestrado em Serviço Social, na especialização de Riscos e Violências nas Sociedades Atuais - Análise e Intervenção Social. Num período em que se fala e se promove muito o superior interesse da criança, a vontade de dar “voz” às crianças levou-nos a procurar perceber a sua perceção sobre a medida de proteção de colocação em acolhimento residencial e sobre as possibilidade(s) da participação das mesmas no processo. Desta forma, surge este trabalho de investigação, de cariz exploratório, sustentado numa metodologia qualitativa e tendo por objeto de estudo os jovens em acolhimento no Centro de Acolhimento Quinta dos Fidalgos. Como instrumentos de recolha de dados, para além da utilização da técnica de entrevistas com guiões semi-estruturados, foram explorados dados recolhidos a partir dos processos individuais das crianças e jovens. Ao longo dos discursos/das conversas ficou claro que as crianças e jovens consideraram-se em situação de risco/perigo antes do acolhimento, conseguindo identificar alguns dos motivos que os conduziram à medida de acolhimento. No entanto, se fosse uma decisão que estivesse nas suas mãos, quatro dos cinco jovens entrevistados acreditam que não aplicariam esta medida de acolhimento apesar de atualmente perceberem que foi uma medida necessária. Relativamente à participação no Projeto de Vida as crianças consideram que têm participado no mesmo. No entanto, a forma de participação é considerada numa dimensão passiva, na medida em que passa pelo cumprimento das regras que lhes são indicadas. Dois dos cinco jovens entrevistados referem que participam através do cumprimento das regras do CAT, outros dois dando a sua opinião sobre o Projeto de Vida e, por último, um dos cinco jovens considera que saber o que se passa com o seu processo também é uma forma de participação. Assim, através desta investigação focalizamos a nossa atenção no domínio do superior interesse da criança, colocando-a no centro da investigação social, procurando que seja este o procedimento a seguir por todos aqueles que diariamente trabalham em prol de uma sociedade pautada pelos direitos das suas crianças.Item Perceção do impacto da violência doméstica na gravidez e/ou pós-parto : estudo de caso(2023) Samarro, Maria Beatriz Lopes Pernes; Marques, Jacqueline, orient.A presente dissertação analisa e reflete sobre a temática da Violência Doméstica, onde se pretende entender o percurso de vida das mulheres vítimas de violência doméstica e compreender a perceção das mulheres sobre a Violência Doméstica e suas consequências, antes e durante a gravidez e no pós-parto. Este é um estudo exploratório, tratando-se de uma pesquisa qualitativa, utilizando a metodologia do estudo de caso. Para a recolha da informação utilizou-se a Entrevista Biográfica e a Entrevista Semiestruturada. A partir da entrevista biográfica construímos a história de vida das mulheres e posteriormente o biograma de cada uma delas. Numa segunda fase, a entrevista e a sua posterior análise de conteúdo permitiram concretizar os restantes objetivos. Foram criadas cinco dimensões que pretendiam responder aos objetivos. As participantes são mulheres vítimas de violência nas relações de intimidade com filhos. Os principais resultados: no percurso de vida das vítimas de violência doméstica constatou-se que com a violência doméstica as mulheres experienciaram acontecimentos negativos sucessivos e sentimentos negativos associados aos mesmo, após o fim da relação foi possível verificar que as mesmas identificavam acontecimentos e sentimentos positivos na sua vida; durante a gravidez foi possível verificar o aumento das situações de violência; durante a gravidez e depois de serem mães a perceção sobre a violência doméstica foi alterada, verificando que o principal fator para esta mudança foi a maternidade devido à preocupação constante em proteger os filhos para que estes futuramente não tenham sequelas da violência; referente às consequências da violência doméstica, foram a perda da autoestima, confiança, autonomia, dificuldades em fazerem novos amigos, dependência económica e financeira; as crianças ficam com problemas psicológicos, mau comportamento, carentes, inseguras, desconfiadas, maus resultados escolares e a perda da relação entre pais/filhos.Item Percursos escolares : o envolvimento parental na reintegração no sistema educativo dos jovens, no âmbito da formação profissional(2012) Coelho, Célia Maria Caetano; Rodrigues, Marlene Braz, orient.Com as transformações no sistema de ensino, nomeadamente com a massificação do ensino é cada vez mais exigida uma participação da comunidade na escolarização dos jovens e essencialmente o envolvimento da família na mesma, tendo em conta os novos desafios que se colocam à educação. Crê-se contudo que o papel de cuidador e educador das famílias é imprescindível no desenvolvimento e crescimento de qualquer individuo, nomeadamente o seu envolvimento no sistema educativo, com vista à promoção de um projeto de vida com sucesso. No presente estudo procurámos analisar qual o envolvimento das famílias na reintegração escolar do sistema educativo de jovens, que já vivenciaram percursos de abandono escolar e reintegraram o sistema de ensino no âmbito da formação profissional. Enveredou-se por um estudo qualitativo, que visou captar as preocupações das famílias e jovens sobre o seu percurso escolar/formativo e para tal foram entrevistados dez jovens e respetivas famílias. Considera-se fulcral a colaboração das famílias de forma a promover o sucesso escolar, considerando ainda que a qualificação escolar pode despoletar grandes alterações na vida dos jovens e da própria família.Item O perfil do Assistente Social enquanto técnico gestor de processo de habitação social : um agente na promoção(2023) Gabriel, Tânia Margarida Pereira; Gameiro, Fátima, orient.O Assistente Social (AS), apesar do avanço teórico sobre Serviço Social (SS), ainda não tem lugar na definição, execução e avaliação das políticas sociais. Esta investigação tem como objetivos caraterizar o papel do AS na área de habitação social e definir o perfil (saberes saber, saberes-fazer e os saberes-agir/ser) do AS, como técnico gestor de processo de habitação social. O método Delphi foi aplicado, em duas fases, a uma amostra de 21 especialistas. Como resultados, verifica-se que o AS, como gestor de processo de habitação social, se revê no modelo de gestor de caso, intervindo com uma abordagem colaborativa e são validadas 12 competências dos saberes-saber, 26 dos saberes-fazer e 16 dos saberes agir/ser, que sintetiza num perfil profissional de 53 competências profissionais. Apesar da evidência numérica dos saberes-fazer, os saberes-agir/ser têm maior relevância junto dos especialistas. Conclui-se que se contribuiu para a afirmação do AS, enquanto profissão, em particular na área da habitação, como profissional de relevo na defesa de um direito constitucional e para a discussão quanto à participação do AS na conceção, implementação e avaliação de políticas sociais. Palavras-chave: Assistente Social; Perfil de Competências; Habitação Social.Item A prática de judo em crianças e jovens em acolhimento residencial(2022) Jorge, Rogério Paulo Santos; Gameiro, Fátima, orient.As artes marciais tornaram-se uma atividade popular para os jovens pelo mundo inteiro e mais recentemente têm havido esforços para introduzir este desporto em contextos educacionais e de reabilitação. Esta dissertação é um estudo longitudinal, com início e três meses depois da integração no projeto D’AR-TE, que teve como objetivos avaliar a relação entre prática de judo, atitudes empáticas e comportamentos agressivos nas crianças e jovens em acolhimento residencial e conhecer a perceção das crianças e jovens relativamente à prática de judo, as suas repercussões ao nível das atitudes empáticas e dos comportamentos agressivos. A amostra foi constituída por 4 crianças e 10 jovens do sexo masculino, que integram duas respostas residenciais de uma Casa de Acolhimento. Para a execução dos objetivos utilizou-se uma metodologia mista. Como instrumentos foram utilizados o Questionnaire to Assess Affective and Cognitive Empathy in Children, uma grelha de observação dos comportamentos de agressão e uma entrevista semiestruturada. Embora não se tenham observado diferenças estatisticamente significativas após três meses da prática de judo ao nível da empatia, verificou-se uma redução significativa das agressões físicas nas crianças e jovens em acolhimento residencial e a presença de perceções positivas por parte das crianças e jovens relativamente à influência da prática da modalidade ao nível da mudança comportamental e das atitudes empáticas. Perante os resultados observados, pode-se considerar a prática de judo como uma ferramenta útil na diminuição dos comportamentos de agressão nas crianças e jovens com medida de acolhimento residencial.Item Reaprender a confiar : o perfil de competências do assistente social em contexto de acolhimento residencial(2020) Florêncio, Micaela Paulo; Gameiro, Fátima, orient.Os profissionais que trabalham na área da infância e juventude, mais especificamente no acolhimento residencial, devem reger-se por um conjunto de boas práticas, sendo estas essenciais porque o trabalho desenvolvido com esta população exige além da formação base, uma especialização e contínua na área. Da pesquisa efetuada não existe uma identificação, nem nacional nem internacionalmente, das competências que devem reger a sua formação/intervenção. O universo da investigação são os especialistas assistentes sociais que intervêm com crianças e jovens com medida de acolhimento residencial em Portugal, quer continental quer arquipélagos. A amostra é de 37 especialistas, licenciados em Serviço Social. Foram definidos como objetivos conhecer as competências que se conferem como necessárias aos assistentes sociais para a intervenção com crianças e jovens com medida de acolhimento residencial de acordo com as categorias (os saberes; os saberes-fazer e os saberes ser/agir) do modelo teórico de Le Boterf (2003). Foi utilizada a metodologia quali-quantitativa recorrendo ao método Delphi. Com a análise de conteúdos e dos dados estatísticos recolhidos nos inquéritos por questionário, delimitou-se, após um grau de concordância entre os especialistas, um perfil final de competências necessárias ao assistente social para realizar uma intervenção eficiente com as crianças e jovens com medida de acolhimento residencial.