Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura nº 10 (2011)

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    Qu’est-ce le cosmopolitisme? Ulrich Beck (2006) 
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Macedo, Lurdes
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    A manipulação dos media: os efeitos espectaculares da propaganda - Noam Chomsky (2002)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Guedes, Florbela
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    O segredo e o problema da esfera pública: como o krathos dos partidos fomenta os segredos do poder
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Prior, Helder
    Aparentemente, podemos definir a democracia como o governo do poder “visível”, um lugar que não deve estar confinado ao mistério. Ela é o governo do poder público que actua em público, mas é conveniente não esquecer que o conceito de “público” tem dois sentidos, consoante se contraponha a “privado” ou a “secreto”. A filosofia do Iluminismo estabeleceu os limites entre o que é publicamente privado – o que não sendo público pode ser visto – e o que é secreto – o que permanece por ver. Enquanto na dicotomia público/privado, o termo “público” refere-se à res pública, remetendo para a distinção romana entre ius publicum e ius privatum, na segunda dicotomia o sentido do termo “público” é o de algo “visível”, por oposição ao secreto. Efectivamente, a opinião pública condena a violação do princípio da publicidade, mas se o controlo da democracia tem alguma eficácia no que toca à política interna, ele permite ver que a esfera mais exposta ao abuso é a esfera das relações internacionais. O seguinte trabalho propõe- se estudar um poder político, marcadamente disciplinar, que é tanto mais eficaz quanto mais invisíveis forem as práticas de vigilância da opinião pública. Propomo-nos analisar o problema do segredo na esfera pública, quer no que se refere à simulação e dissimulação do jogo político, quer no que diz respeito à sua resposta, isto é, o desvelamento característico da actividade dos media, de uma actividade que, por vezes esconde os seus próprios processos de construção.
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    Do acontecimento público ao espetáculo político-midiático
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Weber, Maria Helena
    Este artigo tem por objetivo analisar o processo de transformação de acontecimentos públicos em espetáculos político-mediáticos, a partir da hipótese de que isso ocorre somente quando a qualidade do acontecimento se impõe a partir de requisitos como potencialidade, vitalidade, autonomia, passionalidade e rituais associados a ideais coletivos. Estes são indicadores que caracterizam o impacto de um acontecimento público sobre a sociedade e indivíduos, de tal modo que são adotados por instituições políticas e organizações mediáticas que o transformam em espetáculo político-mediático através da apropriação do acontecimento e da sua tradução à estética mediática, ao jornalismo, propaganda, entretenimento, discursos políticos, cerimônias mediáticas e, como conseqüência, sua comercialização e consumo. Como decorrência, a formação e partição da imagem pública associada ao espetáculo político-mediático. A consecução deste processo depende das paixões, como dispositivo de compreensão teórica e de manutenção dos espetáculos político-mediáticos.
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    Os jovens e a cidadania: a relevância do espaço mediático
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Brites, Maria José
    Num espaço público mediatizado, composto por media tradicionais e modernos, as relações de cidadania estão em constante mutação. A história dá-nos conta da evolução do conceito e relações, mas hoje há um elemento preponderante: estudar a sua ligação com os jovens. A forma como os jovens encaram a cidadania e como se relacionam com ela e com os espaços mediáticos dos quais se apropriam tem conquistado a atenção da sociedade civil. As motivações juvenis estão dependentes de diversos factores, vão muito além da visão imediata de que a Internet por si só é uma espécie de salva-vidas da participação e do interesse pelas cidadanias por parte dos jovens.
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    Frame(d): a lógica da visão
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Moura, Catarina
    Tão importante como compreender o acontecimento em si mesmo, é talvez ponderar o processo através do qual tomamos conhecimento desse acontecimento, o que inevitavelmente nos remete não só para a sua construção e para as operações de selecção (de fontes, de imagens, de palavras, de ângulos de abordagem) inerentes a esse mesmo processo, mas também para o próprio meio que o traz até nós. Innis e McLuhan obviaram o facto de não podermos ver no meio um intermediário inócuo, aspecto que as últimas décadas confirmaram e acentuaram. Numa cultura em o acesso à informação, ao mundo e ao outro é quase totalmente sustentado por algum tipo de tecnologia, da televisão ao computador e à Internet, passando pelo inevitável telemóvel, urge ponderar a relevância destes meios enquanto (mais do que veículos ou suportes) estruturas cognitivas capazes de condicionar os conteúdos a um formato específico – e, consequentemente, a nossa percepção dos mesmos. Porque o meio opera tanto ao nível da emissão, como da mensagem e da própria recepção, este domínio sobre a totalidade do processo comunicativo impõe a sua ponderação. E ponderá-lo implica relacioná-lo e vê-lo confluir com conceitos como interface e representação, à medida que nos damos conta de que mediar é formatar e formatar é conformar, ajustar a um formato – o que, no limite, se traduz num modo de ver, que é também, inevitavelmente, um modo de dar a ver e, portanto, de conhecer e dar a conhecer.
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    Arte, acontecimento e acção
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Cruz, Maria Teresa
    Do acontecer como estrutura ontológica da arte, à obra como “happening”, performance, acção ou interacção, parece poder inferirse um devir prático da arte, que importa interrogar na sua vocação emancipadora, mas também na sua afinidade com a dimensão pragmática e mobilizadora da razão moderna.
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    Jornalismo televisivo na internet: emergência e desafios
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Catalão, Daniel
    Num momento em que o vocábulo “convergência” se tornou num chavão, é de todo desejável refletir, analisar a situação atual e desenhar caminhos de futuro para a integração do jornalismo televisivo no espaço Web. Vivemos hoje, ainda, uma era de proto Web TV. A propalada convergência não é mais do que a simples transposição de conteúdos do meio televisivo tradicional para o meio Internet. Esta fase imberbe é muito comparável à génese do jornalismo online, onde o papel se lia no ecrã do computador. O que as televisões fazem atualmente é uma mera transposição de conteúdos. O que existe é a recreação do dispositivo de televisão no ecrã do computador, quando o desejável é uma metamorfose gerada por novas literacias inerentes a uma plataforma que privilegia a interatividade. Ensina-nos a história que o aparecimento de cada meio adota as práticas do antecessor, mas acaba por evoluir tirando partido das capacidade tecnológicas geradas pelo dispositivo em causa, o que, inevitavelmente, gera novas literacias e novas dimensões de linguagem com mecanismos próprios codificadoresdescodificadores. As atuais televisões Web são, aliás, exemplo vivo de como nos encontramos ainda na proto-história. Elas não são mais do que a recreação em computador do meio tradicional hertziano. Afigura-se, portanto, como vital, neste momento, construir uma gramática que oriente a comunicação jornalística televisiva num ambiente de novas plataformas digitais proporcionadas pela Internet, porque há uma nova dimensão de descodificação que exige um esforço semiótico inovador por parte dos emissores.
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    A configuração evenemencial da publicidade
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Mateus, Samuel
    Na produção do socialmente notável, isto é, do acontecimento, há o envolvimento de uma dimensão colectiva irrefutável.Com efeito, o acontecimento é algo que se posta do lado do extraordinário e do socialmente pertinente assumindo contornos imediatamente públicos. E a sociedade estabelece-se a partir da sua encenação em acontecimentos públicos – na dupla articulação de ocorrências tornadas comuns e ocorrências fazedoras de mais publicidade. Há, pois, uma relação estreita entre a realização eventiva das sociedades e a realização pública, isto é, entre o acontecer e o fazer acontecer da sociedade. O acontecimento é uma construção em continuidade, sempre inconclusiva porque sempre irrepetível, espécie de acontecimento singular tornado regra que a sociedade se obriga a recuperar através do seu princípio público. Deste ponto de vista, o acontecimento, enquanto categoria genérica de recorte público dos eventos, é um acontecimento-rito, uma prática que as sociedades cultivam como método primário de organização da sua experiência. Procura-se, nesta reflexão, ponderar a relação entre publicidade e acontecimento inserindo-a numa perspectiva religiosa e moral das sociedades. Trata-se, então, de inverter o privilégio da análise: concentrarmo-nos, não no ajuste público do acontecimento mas na própria configuração eventiva da publicidade.
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    Regimes de visibilidade midiática: os acontecimentos, entre a notícia e o espetáculo
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Coelho, Marja Pfeifer
    As relações entre mídia e sociedade configuram diferentes regimes de visibilidade midiática, através de diversas posições óticas assumidas. Um acontecimento, neste sentido, pode figurar na cena pública contemporânea sob um regime de visibilidade de veiculação (midiatização de baixa intensidade), de midiatização ou de espetacularização. Diferentes acontecimentos e seus regimes de visibilidade alcançados podem ser estudados a partir da forma com que mídia e sociedade vêem e dão a ver os fatos, dotando-os ou não de relevância e permanência, de pertinências próprias e participando destes. Os trânsitos de um acontecimento na cena pública podem conformar experiências e memórias partilhadas, favorecidas por regimes de visibilidade mais intensos.
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    A morte de um ídolo: a construção do herói contemporâneo 
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Gonçalves, Sandra Maria Lucia Pereira
    Passados quinze anos da morte de Ayrton Senna parece-me oportuno voltar o olhar para as condições de nascimento deste herói contemporâneo. Sua morte, tornada um grande acontecimento midiático, foi catalisadora de fluxos do capital, bem como de valores contemporâneos. Para Marcel Mauss, o melhor momento para se estudar uma sociedade é quando se tem o fato social total, instância onde a totalidade do social apresenta-se folheada e formada por planos justapostos, manifesta na experiência. Por possuir esse caráter de fato social total o acontecimento “morte de Ayrton Senna” torna-se propício para se pensar neste mito e na Condição Pósmoderna. A morte de Senna é então tomada como ponto de partida para se pensar questões concernentes à contemporaneidade – sociedade do consumo e do espetáculo, que se desnuda, na morte de um de seus maiores ídolos, mostrando sua face perversa. Há que se fazer desta morte consumo do consumado, revirar a ferida narcísica condenada a não cicatrizar, a finitude humana, e dela fazer reverberar uma imortalidade possível, midiática, esquizóide. A questão da comunicação midiática como elemento vínculo da organização social, bem como de sua posição central na estruturação da sociedade contemporânea será enfatizada. O tema da velocidade, dada a pertinência ao esporte em questão, a Formula 1, será ressaltado. Será abordado o estatuto do corpo na atualidade, o seu valor no esporte e a relação da Fórmula 1 com a televisão. Partirei do pressuposto de que o corpo hoje é capital e objeto de consumo; objeto de investimentos narcísicos de onde se desejam extrair signos visíveis de beleza, felicidade e saúde.
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    Entre o legítimo e o legitimado: a explosão dos acontecimentos nas capas de VEJA
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Vaz, Paulo Bernardo Ferreira; França, Renné Oliveira
    O presente trabalho busca compreender as maneiras como a mídia opera na escolha e seleção de determinados assuntos ao mesmo tempo em que é afetada por outros. A proposta é olhar para duas diferentes concepções de acontecimentos: um que nomeamos de legítimo, pois emerge por força própria, rompendo com as expectativas e afetando as experiências dos sujeitos, obrigando uma investigação a respeito de suas causas e conseqüências – de acordo com a concepção de Louis Quéré; e outro, chamado aqui de legitimado por ser construído e selecionado em função de seus potenciais de atualidade, socialização e imprevisibilidade, que é atrelado ao cotidiano e não produz mudanças significativas para o coletivo – a partir das discussões de Mouillaud e Charaudeau. Questio nando essas diferentes maneiras de aparição do acontecimento na superfície da mídia, trabalharemos a partir de capas da revista brasileira Veja do ano de 2001. Das 51 edições daquele ano, selecionamos para análise um acontecimento que denominamos legitimado (relacionado ao novo papel da masculinidade em nossa sociedade) e três acontecimentos que chamamos aqui de legítimos, sendo que apenas um deles ocupou sete capas da revista: os atentados de 11 de setembro. A tentativa aqui é de buscar perceber como é possível essa operação dos media de, ao mesmo tempo em que se abre a um acontecimento legítimo em seu poder de transformação (como o 11 de setembro), precisa legitimar outros acontecimentos para sua própria sobrevivência enquanto instituição (caso de assuntos cotidianos como o papel do homem no século XXI). A discussão não passará por uma tentativa de justificação desse caráter dual dos meios na sua forma de tratar os acontecimentos. Trata-se de uma busca de compreensão das maneiras como a mídia opera na escolha e seleção de determinados assuntos ao mesmo tempo em que é afetada por outros. O objetivo é buscar compreender como os media lidam com essas duas concepções diferentes de acontecimentos: aquele que emerge provocando descontinuidade e obrigando a instalação de um inquérito a respeito de seu passado e das modificações que provoca para o futuro; e aquele que surge como construção discursiva ligada ao cotidiano, inicialmente sem grande poder para afetar o coletivo. Quais forças estão em jogo entre o acontecimento legítimo e aquele que aparece legitimado pelo discurso midiático?
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    Perspectivas acerca do conceito "acontecimento"
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Silva, Célia Maria Taborda da
    O conceito “acontecimento” é utilizado pelas várias ciências sociais de maneira distinta, o que faz com que existam diferenças de fundo em relação à forma como são percepcionados, interpretados e divulgados os acontecimentos. Veja-se a noção de acontecimento para o jornalismo e para a história. O acontecimento jornalístico valoriza factos do quotidiano, do tempo presente, do agora, do imediato, enquanto à história interessam os acontecimentos do tempo longo e as suas causas mais profundas. Assim, o que propomos analisar é como este conceito é usado pelo jornalismo e pela história, realçando os pontos que lhes são comuns e aqueles em que diferem.
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    Configuração mediática dos acontecimentos do ano
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Lança, Isabel Babo
    Pela memória, os acontecimentos passados, vividos na experiência pública por uma comunidade histórica, podem ser rememorados e reconstruídos. A memória reporta-se ao que aconteceu antes, ao que se passou e que alguém declara recordar-se. Partindo de uma reflexão sobre acontecimento, tempo, memória, quadros sociais da memória, pretende-se abordar “acontecimentos do ano” colocando questões tais como o que significa, em termos mediáticos, sociais e simbólicos, a selecção pelos media dos acontecimentos do ano, a aquisição por parte destes de um tal estatuto e o processo de reelaboração e transmissão mediática de uma memória social. Aspira-se tentar perceber se há um acréscimo de sentido, um novo estatuto e significação atribuídos aos acontecimentos do ano seleccionados e se os balanços do ano construídos pelos media funcionam hoje como um mecanismo de apropriação do tempo histórico e construção da memória colectiva.
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    O crime e o trabalho de individuação do acontecimento no espaço midiático
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) França, Vera Veiga
    Este artigo faz uma leitura de um crime intensamente noticiado pela mídia brasileira, o assassinato de uma jovem de 15 anos por seu ex-namorado, procurando refletir sobre sua inscrição sócio-cultural e sobre o trabalho de construção midiática do acontecimento. Embora pouco discutido sob este ângulo, o crime se inscreve numa sequência de assassinatos de mulheres por seus ex-companheiros, configurando, portanto, um problema de gênero. Na análise da cobertura midiática, privilegiou- se a abordagem do processo de individuação do acontecimento, conforme discutido por L. Quéré, que inclui várias fases: categorização, narrativização, expressão pragmática, inscrição como problema público e normalização.
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    Nascimento do acontecimento mediático moderno: o desastre de Lisboa 
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Arquembourg, Jocelyne
    A fim de compreender o papel dos meios de comunicação na compreensão dos acontecimentos da actualidade, analisa-se o tratamento dos jornais e gazetas da época ao tremor de terra que devastou Lisboa em 1755, considerando que se tratou do nascimento do acontecimento mediático moderno. O que merece atenção prende-se, sobretudo, com o facto dos jornais e gazetas da época terem dado conta do acontecimento de forma contínua, não somente durante o mês de Novembro de 1755, ou seja no momento em que ela ocorreu, mas de modo regular ao longo do ano 1756 e, de maneira mais esporádica, até 1759. Situamos este acontecimento no momento em que se constitui uma cena pública jornalística, mostrando a importância do seu tratamento pelos jornais da época, a relevância dos debates que suscitou e como, no caso específico do tremor de terra de Lisboa, a articulação entre o facto científico e o facto jornalístico é particularmente manifesta.
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    A individualização dos acontecimentos no quadro da experiência pública
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Quéré, Louis
    No âmbito da investigação sobre a individualização dos acontecimentos públicos, e na perspectiva de uma abordagem fenomenológica em ciências sociais, pretende-se neste texto colocar a questão de como dar conta da dinâmica dos fenómenos, i.e. como apreendêlos no movimento da sua estruturação, da constituição da sua individualidade e da suaobjectividade. Mostrar-se-á que a individualização de um fenómeno, ou seja o conjunto de operações através das quais este se torna observável e apreensível como indivíduo determinado, dotado de uma unidade e de uma coerência, assim como de uma identidadee de uma significação estabilizadas, releva de um processo de configuração.