Andrade, Rogério Ferreira de2020-10-072020-10-0720011645-2585http://hdl.handle.net/10437/10438Revista CaleidoscópioThe corrosion of character, de Richard Sennett, é um ensaio em forma de novela sobre a impaciência do capital e o destino do carácter na sociedade de informação. O protagonista central? O «homem de rede» do capitalismo neo-liberal, flexível. E o primeiro, mas não o único, perdedor anunciado? O «homem de mármore»1, aquele que quer ainda acreditar que o trabalho e a carreira são para toda a vida, aplicando-se a «provar o seu valor moral através do seu trabalho» (p. 105). Qual a ironia subjacente? A descoberta paradoxal de que quanto mais densificamos a malha e os nós nas redes sociais, tanto mais o carácter – o «laço que estabelecemos com o mundo, o facto de sermos necessários aos outros» (p. 146) – se corrói e, com ele, a confiança, a lealdade e a possibilidade de compromissos mútuos. Sennett não tem grandes ilusões sobre o trabalho que desenvolvemos em equipas e em ambientes empresariais de rede, onde a «ficção dos empregados cooperativos (…), as máscaras do espírito de cooperação» (p. 113) se multiplicam e «as pressões dos outros membros da equipa substituem os golpes de chicote dos patrões para que as linhas de montagem de automóveis rodem sempre mais depressa» (p. 113). O epílogo? O de sempre.application/pdfporopenAccessCOMUNICAÇÃOCOMMUNICATIONRECENSÕES CRÍTICASCRITICAL REVIEWSSENNETT, RICHARDRecensões : the corrosion of character, de Richard Sennettarticle