Mateus, Samuel2015-02-262015-02-2620111645-2585http://hdl.handle.net/10437/6059Caleidoscópio : Revista de Comunicação e CulturaNa produção do socialmente notável, isto é, do acontecimento, há o envolvimento de uma dimensão colectiva irrefutável.Com efeito, o acontecimento é algo que se posta do lado do extraordinário e do socialmente pertinente assumindo contornos imediatamente públicos. E a sociedade estabelece-se a partir da sua encenação em acontecimentos públicos – na dupla articulação de ocorrências tornadas comuns e ocorrências fazedoras de mais publicidade. Há, pois, uma relação estreita entre a realização eventiva das sociedades e a realização pública, isto é, entre o acontecer e o fazer acontecer da sociedade. O acontecimento é uma construção em continuidade, sempre inconclusiva porque sempre irrepetível, espécie de acontecimento singular tornado regra que a sociedade se obriga a recuperar através do seu princípio público. Deste ponto de vista, o acontecimento, enquanto categoria genérica de recorte público dos eventos, é um acontecimento-rito, uma prática que as sociedades cultivam como método primário de organização da sua experiência. Procura-se, nesta reflexão, ponderar a relação entre publicidade e acontecimento inserindo-a numa perspectiva religiosa e moral das sociedades. Trata-se, então, de inverter o privilégio da análise: concentrarmo-nos, não no ajuste público do acontecimento mas na própria configuração eventiva da publicidade.The production of the socially remarkable – the event – implies a central collective dimension. The event is always an extraordinary social occurrence gaining, therefore, a public shape. And society is staged in public events – in the double sense of shared occurrences and occurrences that demand more publicity. There is, thus, a close association between society’s eventful outline and publicness, between the happening and make it happen of society. The event is a work in progress, always unfinished because always unrepeatable, some sort of singular event that has become a rule and that society has to constantly publicly rehabilitate. From this point-of-view, the event is a ritual, a practice society holds in order to organize its experience. In this paper we assess the relation between publicness and event through a religious and moral perspective. We will invert the analysis’ axis: we will focus, not in the public quality of events but in the very (and literally) eventful character of publicness.application/pdfporopenAccessCOMUNICAÇÃOEVENTOSPUBLICIDADERELIGIÃOSOCIEDADESOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃOCOMMUNICATIONEVENTSADVERTISINGRELIGIONSOCIETYSOCIOLOGY OF COMMUNICATIONA configuração evenemencial da publicidadearticle