Gonçalves, Ana2009-06-012009-06-0120071645-2585http://hdl.handle.net/10437/559Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura“A memória não é um instrumento para explorar o passado, mas o seu teatro” (Walter Benjamin), cujos actores são pessoas comuns que recordam e recriam eventos passados através de diferentes formas de representação. Assim sendo, a memória é dinâmica e reconstrutiva e permite perpetuar a experiência, bem como criar e legitimar a identidade de cada um (Eber and Neal, 2001:37). O objectivo deste artigo é analisar os desenhos de Jack Sullivan sobre a comunidade das docas de Cardiff, conhecida como Butetown ou “Tiger Bay”, e a sua importância enquanto prática cultural na (re)construção de uma memória colectiva e imaginada. De que forma é que esta comunidade das docas é recordada e de que modo são as suas práticas quotidianas representadas através de desenhos? Quem e o que é que Sullivan representa? O que deixa na obscuridade? Como é que a memória individual se torna em memória colectiva? A este artigo subjaz a ideia de que os desenhos de Jack Sullivan, que estiveram na origem dos seus reconhecidos quadros compilados em Tramp Steamers, Seamen & Sailor Town, se apresentam como uma “forma de lembrança” de eventos passados, tanto para aqueles que viveram nesta área de Cardiff, como para aqueles que lhe eram espacial e temporalmente alheios. Estes desenhos constroem as memórias individuais e colectiva, tornando esta comunidade das docas acessível a todos.“Memory is not an instrument for exploring the past but its theatre” (Walter Benjamin), whose actors are ordinary people who remember and recreate past events through different forms of representation. As such, memory is dynamic and reconstructive and often accessed to perpetuate experience and to create and legitimize one’s identity (Eber and Neal, 2001:37). The aim of this paper is to analyse Jack Sullivan’s sketches of Cardiff’s dockland community, known as Butetown or “Tiger Bay”, and their importance as cultural practice in the (re) construction of a collective and imagined memory. How is this dockland community remembered and how are its everyday life practices represented through sketches? What and whom does Sullivan represent? What does he leave in the obscurity? How does individual memory eventually become collective memory? This paper argues that Jack Sullivan’s sketches, which were at the origin of his renowned paintings compiled in Tramp Steamers, Seamen & Sailor Town, act as a “form of remembrance” of past events, both for those who lived in this area of Cardiff and for time and space outsiders. These sketches shape individual and collective identity and are a way of democratising cultural practices of individual and collective remembering, making knowledge of this dockland community accessible to everyone.application/pdfporopenAccessCOMUNICAÇÃOSOCIEDADEDESENHOCOMMUNICATIONSOCIETYDRAWING"Up the bay, down the docks": Desenhos e memórias de uma comunidade das docasarticle