Beato, Ana Filipa Gordino, orient.Hardisty, Sandra Cláudia Veiga de Araújo2023-01-192023-01-192022http://hdl.handle.net/10437/13501Orientação: Ana Filipa Gordino BeatoVários estudos se têm dedicado à compreensão das experiências de vitimização sexual. Para além de fatores de risco, como pertencer ao género feminino, outros têm sido explorados, tal como o papel das crenças sobre a violência. Uma dos temas mais recentemente estudados está relacionado com o risco acrescido de pessoas com condições neuropsicológicas têm de ser vitimas desta forma de violência, tendo as pessoas com traços autísticos sido identificadas como uma população particularmente vulnerável. Porém, este é um tema ainda inexplorado no nosso país, necessitando de melhor compreensão, nomeadamente do papel das crenças sobre o consentimento sexual na explicação do fenómeno da vitimização sexual. O presente estudo transversal, descritivo e correlacional teve como principais objetivos: caraterizar as experiências de vitimização em função de variáveis sóciodemográficas relevantes e da presença de traços de autismo; e explorar o papel das variáveis sociodemográficas, das crenças sobre o consentimento sexual e sobre a violência sexual, e da dos traços de autismo na predição de experiÊncias de vitimização sexual. Participaram no estudo 420 participantes adultos da população geral entre os 19e os 74 anos, dos quais 287 eram mulheres e 131 homens. Os participantes preencheram um protocolo de investigação recolhido via online constituído por um questionário geral, pela Escala do Consentimento Sexual – Revista (Humphreys & Brousseau, 2010), Escala de Experiências Sexuais – Subescala de vitimização (Koss et al., 2006), Escala de Crenças sobre Violência Sexual (ECVS) (Martins et al., 2012) e Coeficiente de Espectro Autista (Allison et al., 2012) – versão resumida. Os resultados demonstraram que as experiências e vitimização variam em função da idade e da orientação sexual. Existem diferenças entre vitimas e não vitimas em relação aos níveis de autismo, com as vitimas a revelarem mais caracteristicas autênticas do que as não-vitimas, e em relação às crenças e maior consciência do consentimento sexual. De entre todas as variáveis preditoras utilizadas neste estudo, que foram exploradas conjuntamente, a única que teve um papel significativo na vitimizaçao sexual foi a presença de traços autisticos. Deste modo, os nossos resultados salientam a importância de adequar a educação sexual às necessidades características especificas desta população e salienta a importância das estratégias de medidas de prevenção e de intervenção na área da violência sexual incluírem pessoas com orientações sexuais diversas e com perturbações do neuro desenvolvimento.Several studies have been dedicated to understanding the experiences of sexual victimization. In addition to risk factors, such as belonging to the female gender, others have been explored, such as the role of beliefs about violence. One of the most recently studied topics is related to the increased risk that people with neuropsychological conditions have to be victims of this form of violence, with people with autistic traits having been identified as a particularly vulnerable population. However, this is an unexplored topic in our country, requiring better understanding, namely the role of beliefs about sexual consent in explaining the phenomenon of sexual victimization. The main objectives of this cross-sectional, descriptive and correlational study were: to characterize the experiences of victimization in terms of relevant sociodemographic variables and the presence of autism traits; and explore the role of sociodemographic variables, beliefs about sexual consent and sexual violence, and autism traits in predicting sexual victimization experiences. A total of 420 adult participants from the general population between 19 and 74 years old participated in the study, of which 287 were women and 131 men. Participants completed a research protocol collected online, consisting of a general questionnaire, the Sexual Consent Scale – Magazine (Humphreys & Brousseau, 2010), Sexual Experiences Scale – Victimization Subscale (Koss et al., 2006), Beliefs about Sexual Violence (ECVS) (Martins et al., 2012) and Autistic Spectrum Coefficient (Allison et al., 2012) – abridged version. The results showed that experiences and victimization vary according to age and sexual orientation. There are differences between victims and non-victims in terms of levels of autism, with victims revealing more autistic characteristics than non-victims, and in terms of beliefs and greater awareness of sexual consent. Of all the predictor variables used in this study, which were explored together, the only one that played a significant role in sexual victimization was the presence of autistic traits. In this way, our results emphasize the importance of adapting sex education to the specific needs characteristics of this population and emphasizes the importance of strategies for prevention and intervention measures in the area of sexual violence to include people with diverse sexual orientations and neurodevelopmental disorders.application/pdfporopenAccessMESTRADO EM TRANSDISCIPLINAR DE SEXOLOGIASEXOLOGIAVITIMAÇÃOAUTISMOVIOLÊNCIA SEXUALSEXOLOGYVICTIMISATIONAUTISMSEXUAL VIOLENCEVitimização sexual : o papel dos traços do espectro do autismo e das crenças sobre o consentimento sexual e sobre a violência sexualmasterThesis203157290