Claudia, Alvares2010-01-072010-01-0720051645-2585http://hdl.handle.net/10437/658Caleidoscópio : Revista de Comunicação e CulturaDefende-se, neste texto, que o 11 de Setembro põe em causa os parâmetros de definição tradicional de «acontecimento mediático», revelando uma função simultaneamente integradora e desagregadora. Ao mesmo tempo que serviu para consolidar um comunitarismo ocidental definido em relação a uma alteridade islâmica ameaçadora, também enfatizou a existência de fissuras numa globalização não homogénea, deixando em aberto divisões acentuadas entre centro e periferia. A especificidade do 11 de Setembro prende-se ainda com o facto desse acontecimento ter sido produzido para os media por aqueles que pretendiam desafiar o sistema de globalização de que os media fazem parte. Assim, este mega acontecimento adquire conotações particularmente perversas, pois o ritual ao qual deu origem foi, em parte, ditado pelo ‘outro’, com o intuito de utilizar os media como espaço público de contestação, combate e confronto em tempo real.This paper argues that 9/11 challenges the parameters inherent in traditional definitions of «media events», due to its simultaneously integrative and disintegrative function. Whilst serving to consolidate Western communita - rianism defined against a threatening Islamic alterity, it also foregrounded the existence of fissures within a non-homogeneous globalisa - tion, revealing profound scissions between centre and periphery. The specificity of 9/11 also resides in its having been produced for the media by those who intended to challenge the globalised system of which the media are an integral part. As such, this new type of media event acquires particularly perverse connota - tions, for the ritual it gave rise to was partly orchestrated by an ‘Other’ with the objective of using the media as a public space of live contestation, struggle and confrontation. 359application/pdfporopenAccessCOMUNICAÇÃOJORNALISMOCOMUNICAÇÃO SOCIALTERRORISMOCOMMUNICATIONJOURNALISMMEDIATERRORISMO 11 de Setembro como mega-acontecimento: um desafio à globalizaçãoarticle