Revista Lusófona de Ciência das Religiões, Nº 21, 1ª. s. (2018)
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Percorrer Revista Lusófona de Ciência das Religiões, Nº 21, 1ª. s. (2018) por autor "Oliveira, Rui"
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Item Projeto 'Portugal' e a relação Estado-Religião à luz da metáfora conjugal(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Oliveira, Rui; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO presente trabalho surge como proposta modelar de interpretação, à luz da metáfora conjugal, das relações entre as duas instituições – o Estado/Monarca e a Religião/Igreja – na prossecução dos seus objetivos sociais e políticos em torno do projeto «Portugal». Os documentos de investigação disponíveis permitem observar, nas relações institucionais, comportamentos de grande similitude, ou flagrantemente próximos, com os que se verificam no quadro das relações humanas de conjugalidade, pelo que o uso da metáfora conjugal se tornou um privilegiado e útil instrumento na análise dessas relações. Partindo do âmbito das generalidades contextuais e tomando como fundo a evolução histórica, com seus aportes e ajustes, tanto as da realidade histórica como as que a metáfora oferecia, foi encetada e progredindo a investigação. As similitudes cotejadas e sua demonstração tiveram mais em conta os resultados finais de cada situação ou período do que propriamente as razões que estiveram na origem dos diversos comportamentos, porquanto também eles foram gerados por diversa motivação e foram de índole e natureza distinta. Os primeiros indícios do projeto identitário do País dos Portugueses em que se veem envolvidos clérigos e nobres do Condado Portucalense transmitem uma atmosfera de cumplicidades de afetos que só encontram paralelo no aflorar dos primeiros ardores do enamoramento humano. A conjugação dos esforços levou à concretização de uma aliança de vidas em que foi posto em comum tudo o que era das partes (bens materiais e espirituais) para a prossecução do único objetivo: a construção de um País como uma união conjugal monogâmica, entre a Religião (Igreja católica) e o Estado. A partir de então, numa sucessão de bons e de maus momentos, como sucede em qualquer união conjugal, houve situações de alguma fricção, houve amuos, houve reconciliações e também houve muito desgaste que, um dia, ditou uma rutura com separação e divórcio. Posteriormente, deu-se a reaproximação e estabeleceu-se uma relação diferente, comparável à união de facto entre pares humanos mas com separação de bens, projetos diferenciados para o País, embora já numa condição de poligamia em tempos que são de convivência confessional diversificada, pois são várias, atualmente, as confissões religiosas professadas pelos Portugueses.