Mestrado em Cuidados Continuados Integrados
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Percorrer Mestrado em Cuidados Continuados Integrados por autor "António, Paula Alexandra dos Santos"
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Item Percepção de profissionais de saúde relativamente ao trabalho em equipa, em Unidades de Internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados(2014) António, Paula Alexandra dos Santos; Costa, Maria do Céu, orient.Introdução: O trabalho em equipa é em si mesmo um estilo de organização de trabalho, fundamental para a efectividade dos cuidados continuados integrados. Apesar de a evidência apontar para uma associação entre esta forma de organização entre profissionais e a melhoria de qualidade dos cuidados de saúde, não é fácil criar e manter uma cultura de trabalho em equipa em unidades de cuidados de saúde, principalmente devido a hábitos tradicionais de trabalho individualizado. A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados pretende dar maior e melhor resposta aos utentes ao nível da saúde, criando unidades de convalescença, de média e longa duração, e de cuidados paliativos, que permitem aos utentes não permanecerem internados em hospital de agudos quando os cuidados que necessitam não são de natureza intensiva, e evitam que vão para a comunidade ainda em fase de potencial recuperação. Objectivos: Este estudo teve como objectivo principal caracterizar as percepções, por parte dos profissionais de saúde das unidades de internamento, no que se refere à forma de organização do trabalho das equipas de saúde. Métodos: O estudo seguiu um desenho observacional transversal, sendo a recolha de dados realizada através da auto-administração de um questionário online a profissionais de saúde que trabalham em unidades de cuidados continuados integrados. A escolha das unidades de saúde foi feita por conveniência e mediante autorização das respectivas direcções. Resultados: A amostra é constituída por 27 profissionais de saúde que se encontram distribuídos por unidades de internamento da RNCCI da seguinte forma: 15 (55,6%) pertencem a uma Unidade de Convalescença, 4 (14,8%) a uma Unidade de Média Duração e Manutenção, 7 (25,9%) a uma Unidade de Longa Duração e Manutenção e 1 (3,7%) a uma Unidade de Cuidados Paliativos. Relativamente à sua distribuição por profissão temos 17 (62,9%) enfermeiros, 3 (11,1%) fisioterapeutas, 1 (3,7%) psicólogo, 2 (7,4%) assistentes sociais, 2 (7,4%) terapeutas ocupacionais e 2 (7,4%) participante que se desconhece a sua categoria profissional. Os participantes trabalham em equipas jovens. Todos os participantes referem a existência de reuniões de equipa, com periodicidade tendencialmente semanal. É evidente a importância atribuída às reuniões de equipa (média de respostas de 9,15 numa escala de 0 a 10). De acordo com as percepções dos participantes, as diferentes categorias profissionais têm hábitos distintos de reunião: na perspectiva dos profissionais, a maior parte das categorias profissionais tende a reunir de forma semanal, sendo os enfermeiros o grupo profissional que é encarado como tendo hábitos de reunião mais frequentes. As reuniões de equipa são principalmente utilizadas para o planeamento de intervenções clínicas futuras. Para além das reuniões onde os objectivos são definidos, os profissionais não realizam encontros (51,9% de respostas entre “nunca” e “raramente”) para reflectir e analisar o desempenho individual, estabelecer empatia e flexibilidade, e criar o ambiente seguro, necessário ao desempenho eficaz da equipa. Os profissionais sentem ter espaço para expressarem as suas ideias (ao resto da equipa), mas sentem que nem sempre as suas opiniões são tidas em conta (37% de respostas em “raramente” e “por vezes”). Existe a noção, quase unânime, de que em equipa se atingem resultados que não seriam capazes de obter de forma isolada. Todos os profissionais de saúde consideram o trabalho em equipa fundamental para uma prestação de cuidados holísticos aos doentes e suas famílias, e a maioria considera o feedback entre os diferentes elementos da equipa como um factor para o bom funcionamento dos serviços. Relativamente à liderança dentro das UI, os profissionais sentem que o seu líder raramente defende os valores da equipa ou que tenha capacidade para motivar os restantes elementos da equipa para a prestação de cuidados Conclusão: As unidades de cuidados continuados, no contexto da RNCCI, são relativamente novas. Esta nova realidade organizacional explica em parte o facto de as equipas estejam ainda em fase de desenvolvimento e de maturação. Neste contexto, importa manter aspectos que, de acordo com o presente estudo, são promotores de trabalho de equipa interdisciplinar, como sejam a percepção da importância de reuniões e de comunicação contínua entre os elementos da equipa. Por outro lado, importa corrigir aspectos que podem corroer a evolução do trabalho em equipa. Nomeadamente, os aspectos de liderança, que devem promover, incentivar e utilizar as ideias e contributos relevantes dos vários elementos da equipa. Importa continuar a investigar a qualidade do trabalho em equipa nas unidades de CCI, nomeadamente através de construção e validação de instrumentos que permitam caracterizar de forma adequada as equipas de saúde e, dessa forma, compreender quais as modalidades de trabalho em equipa que mais qualidades em saúde proporcionam.