Percorrer por autor "Brasil, Maria Tertuliana"
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Item As relações entre escolas-famílias : um estudo de caso em Barra Mansa e Volta Redonda(2021) Brasil, Maria Tertuliana; Benavente, Ana, orient.Este trabalho investigativo teve como sua problemática as relações democráticas entre famílias e escolas nos municípios de Barra Mansa e Volta Redonda, tendo como pano de fundo a pandemia Covid-19 e como pergunta de partida: as relações entre escolas-alunos famílias vêm contribuindo para que as mesmas sejam, «substancialmente» mais democráticas? Aranha (1992), como? Procurou verificar se essas relações entre escolas e famílias são promotoras de democracia substancial para além da democracia formal. Para tanto se propôs ouvir famílias, funcionários escolares e corpo pedagógico, administrativo e gestor, com o objetivo de: analisar as avaliações que tais intervenientes fazem dessas relações escolas-famílias; identificar sob que quadro de valores estão fundamentados em suas avaliações, descrever como se sentem nestas relações todos os intervenientes; identificar se as famílias participam dos processos educacionais de forma dialógica; descrever os entraves percebidos nessas relações; compreender e descrever essas relações sob o ponto de vista docente e dos especialistas de educação. A Metodologia utilizada contou com um estudo prévio através de inquéritos por questionários, utilizando a ferramenta google forms, necessária no contexto Covid 19, no mês de julho de 2020, em que a investigadora não poderia estar no territóro da investigação. Em seguida no mês de novembro de 2020, quando houve possibilidade de seguir com a investigação de caráter qualitativo, contou com a participação voluntária de famílias, professores, diretores escolares, equipes pedagógicas e secretarias de educação em entrevistas, focus group e individuais, contando com uma variedade de instrumentos e formas de recolha de dados. Todas as entrevistas foram filmadas, priorizando a qualidade da investigação, com a as devidas autorizações e acordos de anonimato e confidencialidade. A intenção de comparar as relações entre duas cidades vizinhas objetivou a reflexão sobre as possíveis aprendizagens e colaborações futuras entre as mesmas. Quanto aos objetivos estabelecidos para essa investigação podemos dizer que todos foram alcançados. Quanto aos valores que embasam as avaliações por parte de todos os colaboradores dessa investigação, esses sinalizam estar de acordo com os quatro pilares da educação segundo Delors (1996); apontam para um panorama complexo de interação em que se percebe tanto a participação ativa quanto passiva das famílias, denunciando em seus discursos possibilidades de atitudes críticas tanto quanto ingênuas. Quanto aos sentimentos demonstrados o de pertença, o de rejeição/discriminação são concomitantes, às vezes no mesmo campo. Quanto à participação ficou latente a necessidade de formação para que as famílias se apropriem desse seu direito. Muitas não a percebem como direito e há quem nem saiba o que significa democracia. Quanto aos posicionamentos da escola através de seus docentes, coordenadores, gestores ficou evidente a complexidade da tarefa em garantir escola para todos e todas com a garantia dos direitos de participação democrática. Alguns demonstram andar na lógica A com B, diálogo, defendido por Freire (2020), outros no antidiálogo denunciado por Freire (2020), na lógica A sobre B. A investigação possibilitou verificar que nas duas cidades há muito o que se fazer para a promoção da cidadania e participação democrática; que há necessidade de se investir em formação cidadã tanto entre as famílias quanto entre os docentes; que Volta Redonda já possui algumas práticas de formação cidadã entre as famílias, entretanto há ainda o que melhorar para além da formalidade, em direção à substancialidade. E que em Barra Mansa há um campo fértil para a intervenção na área de formação cidadã tanto entre os docentes quanto entre as famílias e nas relações de ambas. Respondendo à pergunta de partida: as relações entre escolas-famílias não vêm sendo promotoras de cidadania substancial para além da formal, e só com a simultaneidade dessas democracias poderemos garantir escola para todos e todas. Algumas propostas: criação de projeto de educação parental para o fortalecimento da cidadania e participação democrática, através de parcerias com as universidades públicas e privadas da região e ONGs. É possível que os resultados deste trabalho venha contribuir para o maior envolvimento das famílias e escolas na busca de uma democracia substancial, democracia reclamada, cidadania participativa. Desejamos que mais pontes de diálogos sejam emergidas na lógica A com B, em que as escolas e as famílias superem a lógica A sobre B. Concluímos que precisaremos de nos descontruir, de nos reformular, de nos descentrar, para que haja mudança tipo 2, ou seja, aquela que permite uma reestruturação dos quadros de referências para uma lógica superior, mais solidária, humana, democrática, cidadã.