Percorrer por autor "Bruno, Isabelle"
A mostrar 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de ordenação
Item «Des faits, des faits, des faits!» : à propos du gouvernement par les chiffres et autres données probantes (dans l'éducation et ailleurs)(Edições Universitárias Lusófonas, 2014) Bruno, Isabelle; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoIl en va à l’école utilitariste de Mr Thomas Gradgrind (personnage de C. Dickens dans les Temps difficiles, 1854) comme au sein des appareils d’État, organisations internationales, think tanks et autres réseaux d’experts contemporains, à qui est confiée la tâche de penser les politiques d’enseignement: seuls semblent compter les «faits» érigés en cibles, repères et aiguillons des pratiques éducatives comme de l’action publique en la matière. Aux yeux des gouvernants de tout niveau, «il n’y a pas de performance, il n’y a que des preuves de performance». En matière d’éducation comme ailleurs, il faut montrer que des résultats positifs sont enregistrés ou attendus. Il faut le montrer en administrant la preuve de son efficacité, que ce soit par voie comparative, expérimentale ou statistique. D’où une intense activité documentaire qui alimente la «bureaucratisation néolibérale » observable dans toutes les formes d’organisation. C’est à cet art de gouverner par les «faits» que cet article est consacré. Plus précisément, il se propose de revisiter la question classique du gouvernement rationnel à la lumière de la prolifération actuelle de technologies évaluatives visant à produire des «données probantes», qu’ils s’agissent de chiffres statistiques, de résultats expérimentaux, de données comparatives telles que les benchmarks ou les «bonnes pratiques». Une telle question soulève en creux le problème des possibles et de leur objectivation comme ressources de résistance. Elle nous offre l’opportunité d’articuler «le possible de la théorie et le possible de la pratique» et, par là, de conjurer les démons bureaucratiques de Mr Gradgrind obnubilé par les faits et les chiffres. Tanto para a escola utilitária do senhor Thomas Gradgrind (personagem de C. Dickens em Tempos Difíceis, 1854) como para o seio do aparelho de Estado, organizações internacionais, grupos de reflexão e outras redes de peritos contemporâneos, a quem é confiada a tarefa de pensar as políticas de educação: só parecem contar os ‘factos’ erguidos em alvos, indicadores e marcos das práticas educativas como da acção pública nesta matéria. Aos olhos dos governantes de qualquer nível, “não há performance , não há senão provas de performance”. Em matéria de educação como em outros domínios é preciso mostrar quais as evidências dos resultados positivos ou os resultados positivos esperados. É preciso demonstrá-los evidenciando a prova da sua eficácia, quer seja por meios comparativos, experimentais ou estatísticos. Donde resulta uma intensa actividade documental que alimenta a “burocratização neoliberal” observável em todas as formas de organização. É a esta arte de governar os ‘factos’ que este artigo é dedicado. Mais precisamente, propõe-se revisitar a questão clássica da racionalização governamental à luz da proliferação actual de tecnologias avaliativas atuais visando produzir “evidências”, quer se trate de números estatísticos, de resultados experimentais, de dados comparativos tais como os benchmarks ou as ‘boas práticas’. Esta questão levanta no seu cerne o problema das possibilidades e da sua objetivação como recursos de resistência. Dá-nos a oportunidade de articular ‘a possibilidade da teoria e a possibilidade da prática’ e, assim, afastar os demónios burocráticos do senhor Gradgrind obcecado com fatos e números.