Percorrer por autor "Carita, Ana, orient."
A mostrar 1 - 5 de 5
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Gestão da sala de aula em turmas grandes: estudo de caso em turmas do ESG1, disciplina de história, numa escola do município da Matola, Moçambique(2018) Mofate, Óscar Luís; Carita, Ana, orient.Moçambique é um país onde, desde a independência, e apesar das dificuldades económicas, da instabilidade, dos desafios demográficos, foram conseguidos assinaláveis progressos no alargamento da escolaridade obrigatória e no acesso à educação. Porém, com tais progressos surgiram turmas com mais do que os regulamentares 45 alunos, número já de si elevado, atingindo algumas delas 60 ou mais alunos, em particular no 1º ciclo do Ensino Secundário Geral. Esta é uma situação que largos setores da sociedade tendem a encarar como “normal”, não problematizando os seus efeitos na qualidade das aprendizagens e na formação geral das novas gerações. Nós sentimo-nos profissional e civicamente motivados a contribuir para colocar na ordem do dia as condições de ensino e aprendizagem naquelas turmas e os seus efeitos na gestão destes processos. Por outro lado, os estudos conduzidos nas últimas três décadas sobre o tamanho de turma e sobre a gestão eficaz da sala de aula pouco têm cruzado estes dois campos, sobretudo em contextos de países em desenvolvimento e, em particular, no contexto moçambicano. Assim, considerando os aspetos assinalados, a pesquisa teve como objetivo geral compreender o modo como se processa a gestão da aula em TGs do 1º ciclo do ESG, na disciplina de História, numa escola do município da Matola, Moçambique, e as indicações que ela nos dá sobre a eficácia educativa, disciplinar e transdisciplinar, desses ambientes. Contemplámos para o efeito quatro domínios de análise: gestão do ensino aprendizagem, da sociabilidade, do espaço físico e do tempo da aula, nas condições proporcionadas por TGs. Como estratégia de pesquisa (1) recorreu-se ao estudo de caso, focado em quatro turmas grandes de uma escola pública do ESG do município referido; e (2) procedeu-se a uma abordagem holística da gestão das aulas nestas turmas, explorando além do nível turmas caso, outros que lhe são próximos, como o nível da escola de pertença das turmas (escola foco) e o nível local. Como técnicas de investigação recorreu-se a (1) observação com filmagem de 16 aulas de dois professores de História, em quatro turmas sendo duas do 8º ano e duas do 10º; (2) questionário a 100 professores da escola foco; (3) entrevistas aos dois professores e a 10 alunos das turmas observadas, um diretor pedagógico da escola foco, três professores e três delegados da disciplina de História de três escolas circundantes à escola foco, e três gestores da Administração Distrital de Educação; (4) análise documental de material útil à contextualização do problema. A informação recolhida por observação e entrevistas foi submetida a análise de conteúdo; os dados colhidos por questionário foram submetidos a processamentos estatísticos considerados adequados. Os resultados, que foram objeto de confronto entre os três níveis de análise, e com a literatura, apontam para um quadro de gestão da sala de aula cuja eficácia se revela comprometida, à luz da literatura tomada por referência. Com efeito, embora com algumas discordâncias, mas não essenciais, quanto à gestão (1) do ensino aprendizagem, evidencia-se: recurso aos modelos de ensino tradicional e tradicional melhorado, este último limitado por se revelar bastante normatizado, onde a par dos esforços para o envolvimento do aluno na aprendizagem, se levantam normas que mais potenciam a sua passividade; dificuldades na diversificação e diferenciação do ensino e avaliação; más condições de participação e assistência do aluno na aula; (2) da sociabilidade, evidencia-se: (a) existência de um quadro normativo explícito, porém, prejudicado por não se envolver os alunos na sua definição, se privilegiar para o mesmo uma regulação mais corretiva que preventiva, e ser restrita a efetiva verificação do (in)cumprimento das normas, em virtude do difícil acompanhamento e controlo da turma; (b) restrições à participação dos alunos, sendo que, quando ocorre, é sobretudo reativa e coletiva, escasseando oportunidades de participação para a maioria dos alunos, o que reforça a tendência a “esconder-se”, a evitá-la; (c) interações assentes na iniciativa e atividade comunicativa do professor, apresentandose o aluno maioritariamente como o interlocutor passivo, e no restrito número de alunos envolvidos nas interações; (d) potenciação de comportamentos disruptivos do aluno (barulho, desacatos e conversas paralelas), geridos através de ações marcadamente corretivas; (3) do espaço físico da sala, se evidencia o desajustamento do espaço e mobiliário à dimensão da turma, com consequências na movimentação e normal acompanhamento pedagógico dos participantes; (4) do tempo da aula, se evidencia que os protagonistas não concretizam adequadamente as atividades que se propõem levar a cabo. Em suma, os resultados confirmam que as TGs estão associadas a um prejuízo exponencial das condições de gestão eficaz da aula. Por fim, as ações de minimização dos constrangimentos provocadas pelas TGs identificadas nos três níveis de análise revelam-se insuficientes, na medida em que privilegiam ações avulsas que eventualmente produzem resultados de curto prazo, resolvendo algumas situações de momento, daí a necessidade de definição de mais ações estruturais em reforço ao que está sendo feito. Em suma, para um problema que é multifatorial requerem-se ações articuladas a vários níveis, a fim de que a intervenção pedagógica possa ganhar eficácia e, à partida, requer-se reconhecimento e enfrentamento da questão das TGs como um problema sério do sistema.Item A inclusão de alunos com síndrome de asperger: um estudo de caso(2014) Carvalho, Cristiana Louret Ezequiel; Carita, Ana, orient.A pesquisa destinou-se a avaliar a qualidade inclusiva de uma escola do ensino regular frequentada por um aluno com síndrome de asperger. Pretendeu-se compreender do ponto de vista de alunos e adultos significativos, de que forma e com que resultados estava a escola a incluir os seus alunos, em especial o aluno com síndrome de asperger. O estudo configurou uma metodologia de estudo de caso tendo envolvido a) 3 turmas do 3º ciclo, onde se inclui um aluno com síndrome de asperger, a quem demos o nome de Pedro e b) alguns adultos significativos no processo de inclusão do Pedro, a saber: psicóloga educacional, diretora de turma, a professora de educação especial e a mãe. A recolha de dados assentou fundamentalmente em questionário fechado (alunos), entrevistas semi-estruturadas (adultos e Pedro) e análise documental. Os resultados obtidos, por referência ao modelo de Ainscow & Booth (2002) permitem concluir que a maioria dos alunos avalia positivamente a qualidade inclusiva da sua escola, devendo sublinhar-se que tal não é a perspetiva do Pedro no que a si se refere, particularmente no que respeita à recetividade dos colegas. Os adultos, e em referência ao mesmo modelo, tendem a apresentar uma visão da qualidade inclusiva da escola mais positiva do que negativa. Os resultados mostram ainda, por referência às recomendações de Attwood (2000) que a escola não se apresenta suficientemente competente, e portanto inclusiva, no que respeita a uma resposta intencional, planeada e estruturada às necessidades educativas do Pedro. Deste modo a resposta à nossa questão geral não é linear, pois os resultados mostram indicadores melhor conseguidos, e outros menos conseguidos e alguma variedade na perspetiva dos participantes.Item Inclusão e cidadania : um clube de educação ambiental de alunos de 3º ciclo(2014) Oliveira, Márcia Carina Pedro Mota; Carita, Ana, orient.O presente trabalho resultou de um projeto de intervenção, próximo do modelo de investigação-ação, realizado no âmbito do curso de 2º ciclo de Ciências de Educação, Ensino Especial-Domínio Cognitivo e Motor, do IE da ULHT. O projeto teve como finalidade potenciar a inclusão escolar e social de dois adolescentes com Trissomia 21, alunos de duas turmas, de 8º e 9º ano, de uma escola básica de 2º e 3ºciclos do Ribatejo, que se encontravam numa situação próxima da transição para a vida ativa. Como estratégia geral, apostou-se na criação de um clube, aberto à participação de todos os alunos daquelas turmas. Em termos gerais, visou-se (1) desenvolver o currículo dos alunos com necessidades educativas especiais nos domínios da comunicação, funcionalidade, autonomia e socialização; (2) promover o enriquecimento curricular de todos os participantes no domínio da cidadania. A intervenção no domínio da cidadania, enquanto potenciadora de inclusão, apostou, essencialmente, por um lado, na promoção do reconhecimento pró-ativo do direito de todos à inclusão escolar e social e, por outro, na tomada de consciência de deveres para com o ambiente. Acresce que a Educação Ambiental surgiu também como contexto de interdisciplinaridade entre o reforço do currículo dos alunos com NEE e as atividades práticas desenvolvidas no clube, mais focadas nas questões do ambiente, de modo a tornar mais significativas e alcançáveis as aprendizagens pretendidas. A literatura relacionada com os temas da inclusão, do currículo, da transição para a vida ativa e da cidadania foi referência e suporte essencial no desenho e execução da intervenção. Registaram-se progressos nos diferentes domínios de intervenção, em especial na socialização entre os alunos e entre estes e as comunidades educativa e local, e no desenvolvimento de novas aprendizagens e competências, relativas ao ambiente, à motricidade fina, ou o ao tempo de empenhamento nas tarefas que implicavam melhoria da funcionalidade. Também em articulação com a intervenção os próprios contextos, quer escolar, quer comunitário, se tornaram eles próprios mais inclusivos.Item Os observadores de bullying numa Escola do Nordeste do Brasil: comportamentos, emoções e percepções de efeitos da exposição ao bullying(2014) Macedo, Ana Cristina Linard; Carita, Ana, orient.Na literatura sobre bullying, é frequente o relato de investigações sobre atores diretamente envolvidos, agressores e vítimas. A investigação sobre observadores apresenta menor desenvolvimento, embora se lhes atribua papel potencialmente importante nas agressões. Foi objetivo desta investigação, compreender o seu perfil, a dinâmica comportamental – efetiva e perspectivada e emocional, além da percepção sobre efeitos da exposição ao fenômeno. Adotou-se no estudo uma abordagem descritiva e associativa; tendo os dados sido recolhidos através de questionário e sujeitos a tratamentos da estatística descritiva. Participaram no estudo 240 estudantes, rapazes e meninas, das 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries do ensino fundamental de uma escola do Nordeste do Brasil, os quais, na sua maioria, além de observadores, também já experienciaram os papéis de agressor e, ou vítima em situações de bullying. Dos resultados salienta-se que observadores, segundo o seu testemunho, adotaram nas situações reportadas principalmente comportamentos de observação passiva e ajuda à vítima. Em relação aos sentimentos e emoções sentidas pelos observadores no momento da expectação de ações violentas, predominou a raiva e o medo, sendo de sublinhar a relação significativa verificada entre esta variável e o tipo de comportamento adotado pelos observadores, conforme hipótese avançada. Parecem ser conclusões importantes a derivar da investigação, a necessidade de aprofundamento da compreensão da relação entre a dinâmica emocional dos observadores e o seu comportamento, e do ponto de vista da intervenção, a ajuda aos observadores para que saibam reconhecer e lidar com as suas emoções.Item O programa mais educação numa escola fundamental em Caruaru-PE : perspectiva de alunos e profissionais envolvidos(2015) Sales, Maria Selma de; Carita, Ana, orient.Esta pesquisa teve como objetivo analisar de que maneira o Programa Mais Educação (PME), iniciativa do governo federal, vem sendo desenvolvido no município de Caruaru/PE, de modo a cumprir seus objetivos de uma formação cidadã, entendida como formação integral. Nesse sentido, procuramos investigar qual o significado global que os participantes atribuem ao programa e como as atividades desenvolvidas nas escolas da rede pública de ensino daquele município vêm contribuindo na escolarização e socialização dos alunos assistidos pelo PME. A pesquisa teve uma natureza qualitativa e quantitativa, tendo nela participado 122 alunos, 04 professores e a equipe de coordenação do PME da cidade de Caruaru/PE. Como técnicas de recolha da informação usamos o questionário (alunos) e entrevistas (profissionais), tendo os dados sido objeto de análise de conteúdo e análise estatística. Em linhas gerais pudemos concluir que o PME, da forma como está sendo desenvolvido numa escola na cidade de Caruaru/PE, tem produzido benefícios para toda a comunidade escolar que tem sido alcançada por este programa, uma vez que os participantes mostraram ter entendimento sobre as metas do PME, contribuindo assim na execução das atividades pautada numa formação cidadã dos alunos participantes.