Percorrer por autor "Coelho, Rafaela Alexandra Santos"
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Item Ansiedade de realização em estudantes do ensino superior : efeitos da ansiedade-traço e do tipo de estratégias de estudo(2023) Coelho, Rafaela Alexandra Santos; Oliveira, Célia Regina Gomes, orient.Com a presente investigação pretende-se explorar as estratégias de estudo utilizadas por estudantes do ensino superior, em Portugal, e a respetiva influência na interação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização nos testes. Mais especificamente, procurou-se: perceber quais as estratégias de estudo mais frequentemente utilizadas pelos estudantes; quais os motivos que determinam o uso dessas estratégias; qual a validade científica das estratégias mais utilizadas, por referência à investigação disponível sobre estratégias de memória baseadas na evidência; qual o respetivo poder preditor da ansiedade de realização; e quais os efeitos, da estratégia mais frequentemente utilizada e de uma das estratégias com maior evidência de eficácia, na moderação da relação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização. Participaram 276 estudantes do ensino superior, com idades compreendidas entre os 18 e 61 anos (M=24.51; DP= 7.828), que frequentam os níveis de licenciatura, mestrado ou curso técnico superior, em instituições de ensino portuguesas do continente e ilhas. Adotou-se uma metodologia de investigação quantitativa, transversal, com recurso aos seguintes instrumentos: um questionário sociodemográfico, um questionário sobre conhecimento e uso de estratégias de estudo (desenvolvido para o efeito), o questionário de Reações aos Testes (Sarason, 1984 adaptado por Baptista et al. 1988) e o Inventário de Estado-Traço de Ansiedade (Spielberger et al., 1970 adaptado por Spielberger & Silva 2007). Os resultados permitiram concluir que as estratégias de estudo que os/as estudantes mais utilizam são: fazer resumos, anotações durante o estudo e sublinhar ou realçar ao ler – estratégias que, apesar de populares, apresentam baixa eficácia à luz da evidência científica disponível (e.g. Hattie & Donoghue, 2016; Miyatsu et al., 2018). As razões apontadas para a utilização destas estratégias foram a falta de tempo para abordar outras formas de estudo e/ou terem aprendido essa forma de estudo com pais, professores ou explicadores, o que conduz à perseveração em estratégias de aprendizagem com eficácia limitada comparativamente a estratégias com eficácia robusta (como, por exemplo, o autoteste aqui analisado). Além disso, as estratégias de estudo “alternar entre diversos tópicos da mesma disciplina na mesma sessão de estudo” e “ler diversas vezes os materiais de estudo” surgem como preditores da ansiedade de realização. Por fim, verificou-se que o efeito da ansiedade-traço sobre a ansiedade de realização é significativamente superior nos/as estudantes que não se autotestam do que nos/nas estudantes que se autotestam, revelando esta estratégia um importante efeito moderador da ansiedade de realização. Sendo este o primeiro estudo do género realizado com estudantes universitários em Portugal, a par da novidade empírica da exploração do efeito moderador das estratégias de estudo na interação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização, os resultados obtidos apresentam implicações para a compreensão e investigação do impacto do recurso a estratégias de estudo cientificamente validadas na diminuição dos níveis de ansiedade de realização e, consequentemente, implicações práticas para a intervenção clínica neste âmbito. Palavras-chave: Ansiedade aos testes, Ansiedade-traço, Estratégias de estudo baseadas na evidência; Estudantes universitários