Percorrer por autor "Lima, Anna Maria Salustiano de Andrade"
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Item Uma netnografia da participação da vida na fé, nos terreiros de Candomblé e Umbanda, em Portugal(2022) Lima, Anna Maria Salustiano de Andrade; Álvares, Cláudia, orient.Imersos numa sociedade pautada pelas regras do consumo, todos nós, queiramos ou não, necessitamos de estar predispostos a nos “adequarmos” às exigências de um tempo guiado pelo lucro. Com a religião, os interesses mercantilísticos não são distintos, o que a torna em algo que transcende e legitima o discurso que também é social. Através da prática do culto, esta reaviva o local de origem do imaginário diaspórico, imprime-se um carácter associado à redefinição da pertença cultural e histórica dos indivíduos, construída fora da ligação territorial, fixa e nacional. Para tal, contribuiu a comunicação transnacional que derrubou as barreiras nacionais, dando expressão ao modelo que Gilroy designa de «Black Atlantic» (1993), o qual exprime o sentimento de desterritorialização da cultura, com a diáspora a desempenhar um papel importante nesse desenvolvimento. O processo de construção de diásporas é, assim, um domínio semântico mais vasto e igualmente complexo, congregando sentimentos de ambiguidade entre espaço de origem e destino de estabelecimento. Nessa vastidão, que inevitavelmente perpassa o campo tecnológico, apresentamos a composição do contexto religioso e sociocomunicacional do Candomblé e da Umbanda em Portugal, como um fenómeno de ‘Reforma Digital’ (Drescher, 2011), composto por conexão, participação, criatividade, e colaboração voluntária dos usuários, encorajados pelo uso das redes sociais on-line em diversos aspetos da vida diária, incluindo a vida na fé. Num recorte específico dos sites institucionais e de páginas do Facebook, focamos o ‘engajamento’ dos fieis, na página do Templo de Umbanda Tenda de Oxóssi (TUTO) localizado em Aveiro, Templo de Umbanda Pai Oxala (ATUPO), em Braga, Terreiro Espiritual de Umbanda, Caboclo Nharauê, localizado, em Coimbra, Lisboa e no Algarve, Templo Lendas de Aruanda, em Leiria e Templo de Urubatão, na Malveira, para compreendermos melhor esse universo, em que a audiência será também responsável pela dinâmica das alterações nos espaços on-line e presencial. Procuramos demonstrar a harmonia que existe entre a religião, que utiliza novas tecnologias, e as características da sociedade de consumo da atualidade. Ao longo do percurso, traça-se um caminho na busca pela “terra que mana leite e mel” (Êxodo 33: 3), que neste caso “flui com gostos e compartilhamentos” como metáfora para a abundância digital do lugar que se deseja alcançar.