Percorrer por autor "Matias, Diogo Henrique Correia"
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Item Isolation, modeling and phytosome forms of antimicrobial and antiproliferative compounds from plectranthus spp.(2016) Matias, Diogo Henrique Correia; Escola de Ciências e Tecnologias SaúdeOs produtos naturais têm sido uma valiosa fonte de novos produtos farmacêuticos. As plantas de género Plectranthus L'Her (Lamiaceae) possuem uma ampla diversidade de usos etnomedicinais, que correspondem a uma indicação da presença de potenciais fármacos na sua composição. Métodos inovadores para a veiculação dos produtos naturais, como os fitossomas, demostraram ser uma estratégia promissora para a melhora da veiculação e estabilidade destes produtos. Três plantas do género Plectranthus foram estudadas: P. madagascariensis, P. neochilus e P. porcatus. Extratos foram preparados pela conjugação de técnicas de extração como infusão, decocção, maceração, micro-ondas, ultrassons ou de extração por fluidos supercríticos, utilizando como solventes água, acetona, metanol ou dióxido de carbono supercrítico. Os extratos preparados foram perfilados por HPLC-DAD e identificados alguns dos principais componentes, por comparação com padrões, verificando-se na sua constituição polifenois, diterpenos e flavonoides. Os mesmos extratos foram avaliados em termos das suas atividades antimicrobiana (bactérias de Gram positivo, Gram negativo e leveduras), antioxidante (captura de radicais) e citotóxica (células MDA-MB-231). Extratos de P. madagascariensis (maceração e ultrassons em acetona) e P. neochilus (ultrassons em acetona) apresentaram efeitos antibacterianos contra Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus, S. epidermidis e Klebsiella pneumoniae. O extrato de ultrassons de P. madagascariensis obtido com acetona apresentou potentes efeitos antibacterianos em espécies de Staphylococcus, incluindo uma estirpe resistente à meticilina, verificando-se uma concentração mínima inibitória no intervalo de 1,95 a 7,81 μg/mL. Esta atividade encontra-se de acordo com os usos tradicionais destas plantas como agente anti-infecioso. Os extratos metanolicos apresentaram potentes efeitos antioxidantes a uma concentração de extrato de 100 ng/mL (60,8-89,0%). O extrato de maceração em acetona de P. madagascariensis apresentou alguns efeitos citotóxicos na linha celular de cancro de mama MDA-MB-231 com um IC50 de 64,52 mg/mL. Uma vez que os extratos mais bioativos foram obtidos a partir de P. madagascariensis, estes foram caracterizados em maior detalhe com identificação e quantificação dos principais compostos nesses extratos. Quatro compostos foram identificados por comparação com padrões: ácido rosmarinico, 7α,6β-dihidroxiroyleanona, 7α-acetoxi-6β-hidroxiroileanona e coleona U. Um composto diterpenico foi isolado a partir do extrato de ultrassons com acetona de P. madagascariensis e caracterizado por RMN de 1H e 13C como 7α-formiloxi-6β-hidroxiroileanona. Este composto foi isolado pela primeira vez a partir desta planta. Os efeitos citotóxicos dos compostos purificados foram determinados numa bateria de linhas celulares de cancro e em conjugação com dados da literatura, foram estabelecidas algumas relações de estrutura-atividade na estrutura abietanica do tipo roileanona. Foi observada alguma seletividade para linhas celulares de cancro por parte da 7α,6β-dihidroxiroileanona e 7α-acetoxi-6β-hidroxiroileanona com com índice de seletividade de 4,3 e 3,2 respetivamente.O extrato com maior potência antibacteriana identificado na triagem inicial foi selecionado para sua incorporação numa formulação fitossomal com posterior encapsulação por quitosano. Os fitossomas obtidos apresentavam-se amorfos, uniformes na forma (SEM e AFM), com um tamanho médio de 1082 ± 363 nm e potencial zeta de 20,59 ± 12,02 mV. A eficiência de encapsulação determinada por HPLC (57,7 ± 0,06%). A existência de interações entre os componentes da formulação foi analisada por A ocorrência de encapsulação foi demonstrada por DSC e DRIFTS. Os fitossomas demonstraram uma libertação sustentada com redução da permeação trans-cutanea. Uma melhoria em até 4 vezes na atividade anti-estafilococo (concentração mínima inibitória de 0,49 a 31,25 mg/ml). A segurança desta formulação foi demonstrada por baixa citotoxicidade em queratinocitos humanos in vitro e por irritação negligenciável in vivo nos ensaios de irritação cutânea aguda e sub-crónica em ratinhos. Este estudo demonstrou o potencial do género Plectranthus como fonte de novos agentes antibacterianos justificando-se alguns dos usos etnomedicinais destas plantas. Os diterpenos do tipo abietano isolados a partir de P. madagascariensis possuem efeitos citotóxicos com alguma seletividade face a algumas linhas celulares de cancro. A formulação desenvolvida a partir do extrato de P. madagascariensis corresponde a um promissor candidato a antibacteriano tópico com amplo espectro de atividade e elevada potência.