Percorrer por autor "Paulo, Maria Fernanda Esteves da Costa"
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Item Dificuldades de Linguagem Oral/Dificuldades de Aprendizagem : atitudes e representações sociais de professores(2011) Paulo, Maria Fernanda Esteves da Costa; Pereira, Rafael Silva, orient.Este estudo está estruturado em duas partes, uma parte teórica e uma parte prática, iniciando-se a primeira com uma abordagem ao conceito de Necessidades Educativas Especiais na perspetiva de Madureira & Leite (2003) e ao contributo desta terminologia (NEE) para uma visão socialmente menos estigmatizante dos problemas dos alunos com deficiência, ao mesmo tempo trazendo implicações no âmbito da intervenção da Educação Especial. Aqui é feita uma distinção entre o que se entende por necessidades especiais e necessidades educativas especiais, em virtude destes conceitos constituírem fonte de imprecisão e confusão entre os teóricos e práticos, finalizando com um excerto do decreto-lei 3/2008, que apenas abrange as crianças com dificuldades de oralidade se estas forem provenientes de outras problemáticas, de caracter permanente e interfiram com a sua funcionalidade. De acordo com as últimas reformas feitas na Educação especial e a entrada em vigor do referido artigo, é feito uma reflexão sobre a sua relação com a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), desde a sua criação à adaptação para crianças e jovens. Este documento é de carater obrigatório no processo de avaliação das crianças com necessidades Educativas Especiais, daí a sua grande importância. Relativamente às dificuldades de linguagem/dificuldades de aprendizagem, tema deste trabalho, é feito o seu enquadramento de acordo com este último documento. Ao abordar o tema do trabalho importa falar sobre o principal objetivo da comunicação, e a sua importância para o homem desde o seu aparecimento, do ponto de vista pessoal e social, de acordo com alguns autores que se debruçam sobre o estudo da comunicação e linguagem oral. Sobre esta, fala-se das principais fases de desenvolvimento na criança e a distinção entre linguagem e comunicação, tendo como ferramentas a fala e língua, as implicações das dificuldades de linguagem nas de aprendizagens dos alunos, a sua importância nas relações sociais e a relação das dificuldades de linguagem oral e dificuldades de aprendizagem com cérebro. Uma vez que neste trabalho se pretender explorar essencialmente a linguagem oral, aquela que é mais presente no quotidiano de todos os alunos, mesmo dos mais jovens que ainda não ingressaram no primeiro ciclo, faz-se a distinção entre a vertente oral e escrita, abordando as caraterísticas de ambas e relacionando as dificuldades de oralidade com as dificuldades de escrita, assim como algumas estratégias de estimulação de escrita e leitura que pode ser feita ao nível da sala de aulas como em casa com os pais. São apresentadas diferentes teorias explicativas, de acordo com alguns autores, sendo referido o contributo destes para estudo do desenvolvimento da linguagem, e compreensão das dificuldades de aprendizagem de forma a distinguir dentro desta problemática: dificuldades de linguagem, dificuldades específicas de linguagem e atrasos de linguagem. Apesar da diferença entre todos estes termos, é referido que o trabalho está mais direcionado para as dificuldades específicas de linguagem, o termos utilizado ao longo do trabalho será dificuldades de linguagem oral ou de oralidade, não ignorando a causa da problemática, valoriza sim o seu efeito ao nível das aprendizagens. No que diz respeito às dificuldades de aprendizagem, começa-se por apresentar algumas tentativas de definição de alguns autores, surgindo assim a distinção entre dificuldades de aprendizagem e transtornos de aprendizagem, sendo estes últimos de carater irreversível. O fato de um aluno ter dificuldades de aprendizagem não implica a existência de uma deficiência mental ou um rendimento intelectual inferior, comparativamente com os restantes da sua idade, as dificuldades de aprendizagem podem ser ultrapassadas, ao contrário dos transtornos de aprendizagem. Abordam-se também as caraterísticas existentes nos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, segundo Nielsen (1999), e as diferentes vertentes de estudo das mesmas, verificando-se uma relação e complementaridade entre estas teorias de estudo e a sua importância para o conhecimento cada vez mais aprofundado deste tema, que tem vindo a refletir-se na procura e implementação de novas medidas educativas e no apoio mais eficaz dos alunos com dificuldades de linguagem/dificuldades de aprendizagem, por todos os técnicos que trabalham com crianças com estas caraterísticas. São mencionadas as dificuldades dos professores do ensino regular perante a existência destes alunos na sua turma, na sua falta de formação, segundo alguns teóricos, onde é apontado o erro à formação inicial de professores, com currículo insuficiente em disciplinas no âmbito da Educação Especial e na prática pedagógica durante a formação. A primeira parte do trabalho termina com a apresentação medidas e estratégias de intervenção educativa, de forma de colmatar as dificuldades que são aqui abordadas, destacando-se como estratégia a intervenção precoce, terapias fora da sala de aulas, o ensino direto e a atividade lúdica, sendo a primeira e a última as mais valorizadas neste trabalho. É dado bastante evidência à atividade lúdica por ser muitas vezes desvalorizada quando se trata de crianças que já não estão em idade pré-escolar, mas continua a ser a que proporciona maior motivação nos alunos em qualquer nível etário desde que as atividades tenham em conta a sua idade. A segunda parte do trabalho inicia-se com a apresentação do enquadramento empírico e é constituída por vários pontos onde são descritos os procedimentos metodológicos adotados para realizar o estudo, através da metodologia quantitativa com análise descritiva de dados. O problema que motivou a realização deste trabalho foi a constatação da existência de inúmeras crianças em idade escolar com problemas de linguagem oral/dificuldades de aprendizagem, sendo causa de cansaço e angústia para muitos dos professores do ensino regular. Os indivíduos que constituem a amostra desta pesquisa são professores dos Apoios Educativos, Educação Especial e do Ensino Regular, que lecionam desde jardim-de-infância ao ensino secundário, em escolas da região norte do país. A sua idade varia entre os 21 até além dos 50 anos, com tempo de serviço compreendido entre o primeiro ano e superior a 20 anos de tempo de serviço, são professores que exercem funções em ambos os setores, público e privado, pertencentes ao quadro e contratados, de ambos os sexos. Através de um inquérito por questionário, validado anteriormente, feito a professores de ensino regular e educação especial e apoios educativos, conclui-se que a opinião dos professores inquiridos vai de encontro à de alguns teóricos, é difícil para os professores do ensino regular por em prática as estratégias definidas para os alunos com dificuldades de linguagem/ dificuldades de aprendizagem sem apoio de Educação especial, e que o ensino regular é insuficiente para que estes alunos atinjam as metas do currículo comum da turma.