Percorrer por autor "Raposo, Frederico Teles Vieira Zarazaga"
A mostrar 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Motivação e práticas motivacionais de profissionais promotores de atividade física : uma abordagem com base na teoria da Autodeterminação(2022) Raposo, Frederico Teles Vieira Zarazaga; Silva, Marlene Nunes, orient.A inatividade física é hoje um problema de saúde pública à escala global. A adesão dos praticantes à prática regular e duradoura de atividade física (AF) e exercício em particular, pode ser afetada pela forma como estes percecionam o comportamento dos profissionais que o promovem. A literatura tem sido profícua a evidenciar que determinado tipo de práticas motivacionais ligadas à criação de pressões externas e internas (i.e. estratégias motivacionais controladoras) pode influenciar negativamente a adesão continuada a programas de exercício (em diversos contextos), pelo que o papel dos profissionais que o promovem é fundamental na integração e organização de valores, atitudes e regulações comportamentais relacionadas com o exercício. No entanto, apesar do seu papel fundamental a literatura tem também evidenciado que práticas motivacionais deletérias continuam a ser adotadas, mais investigação sendo necessária, quanto aos correlatos destas práticas. A Teoria da Autodeterminação (TAD), oferece um racional teórico que pode ajudar a explicar estas relações. Assim, esta tese teve como objetivo geral analisar a motivação e as práticas motivacionais de profissionais promotores de AF, partindo de uma abordagem com base na TAD. Neste âmbito, realizaram-se 3 estudos: a) dois estudos observacionais transversais (estudos I e III), que pretenderam estudar os antecedentes motivacionais dos profissionais (i.e. a motivação para o trabalho que exercem e como percecionam as pressões do meio) e o consequente uso de estratégias motivacionais controladoras com as populações com quem trabalham; b) Uma revisão narrativa (estudo II), em que se pretendeu explorar outras abordagens, como a Pedagogia Não Linear (PNL), que também podem ajudar a explicar a utilização de estratégias motivacionais controladoras. Os resultados do estudo I, apoiados numa análise de mediação, apontam para a constatação de que contextos profissionais de pressão sobre os profissionais de exercício (quer por parte da estrutura organizacional, quer por parte da população com que trabalham), se ligam a motivações mais pobres (menos autodeterminadas, e com mais probabilidade de amotivação) para o trabalho, facilitando o uso de estratégias motivacionais controladoras, potencialmente nefastas. O Estudo III (estudo descritivo e comparativo entre amostras de profissionais de exercício e professores de educação física (EF)), parece apontar para o facto de qualquer um destes grupos profissionais, utilizar mais estratégias motivacionais controladoras, quando têm menos anos de experiência profissional, sendo a motivação intrínseca para o trabalho menor nos professores de EF e tendendo a diminuir com o aumento dos anos de serviço. Tomados no seu conjunto, e apoiados na TAD e na PNL, os resultados desta tese sublinham a importância da promoção de contextos profissionais que suportem motivações mais autodeterminadas para o trabalho, prevenindo o consequente uso de estratégias motivacionais controladoras (que a literatura já sublinhou serem deletérias para profissionais, aumentando o burnout, e para populações com quem trabalham, aumentando a desistência e desinteresse pela prática). É necessário promover a formação dos profissionais para utilizarem mais estratégias motivacionais de suporte à autonomia (englobando todas as necessidades psicológicas básicas previstas na TAD), proporcionando práticas positivas, de promoção do desafio, prazer, significado pessoal, e experiências de mestria e de respeito mútuo, no sentido de aumentar a motivação autodeterminada daqueles com quem trabalham e consequentemente a sua adesão e interesse continuados.