Percorrer por autor "Salvador, Deyse Cabral de Souza Mattos"
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Item Apoio à atualização da metodologia de quantificação e caracterização física dos resíduos urbanos em Portugal(2024) Salvador, Deyse Cabral de Souza Mattos; Faculdade de Engenhariaobtenção de dados fiáveis sobre a composição e a quantificação dos resíduos urbanos é essencial para o seu sistema de gestão, uma vez que define todos os parâmetros que são eficazes no processo de tomada de decisão. O objetivo deste trabalho é apoiar a atualização da metodologia portuguesa de caracterização e quantificação de resíduos urbanos, aprovada pela Portaria n.º 851/2009, que já se encontra em curso. Para o efeito, foram compilados 25 artigos científicos, abrangendo metodologias aplicadas em 10 países europeus e 15 países não europeus, além de 5 metodologias nacionais de países europeus, de forma a identificar os melhores procedimentos adotados nos últimos 15 anos. Os resultados mostraram que os países europeus têm vindo a desenvolver a sua própria metodologia com base noutras de referência, procurando enriquecer a metodologia lançada pela Comissão Europeia em 2004, numa tentativa de a uniformizar, enquanto nos países não europeus a metodologia americana D 5231-92 tem sido a mais utilizada. Os fatores-chave na aplicação desta metodologia foram a estratificação, a amostragem, a classificação das categorias e as análises estatísticas. No que diz respeito à estratificação, o tipo de amostragem aleatória estratificada foi considerado o mais representativo. 9 dos 10 artigos científicos de países europeus tiveram como alvo do estudo os resíduos domésticos, tal como as 5 metodologias nacionais. No que se refere à amostragem, o nível predominante nos países não europeus foi por veículo de recolha, enquanto nos países europeus foi por habitação. A unidade e a quantidade da amostra variaram consideravelmente entre todos os estudos compilados. Em geral, a duração das campanhas foi de 1 semana, variando o número de campanhas anuais. Quanto à preparação da amostra, os países não europeus utilizaram mais o método de cone e quarteio, enquanto os países europeus utilizaram mais o método de pilha plana e alongada ou não reduziram a amostra para evitar os erros da Teoria da Amostragem (TAM). Em relação à classificação das categorias, a triagem manual foi realizada em todos os estudos, com procedimentos diferentes e categorias; o catálogo de triagem vem sendo desenvolvido em 3 níveis nos países europeus, conhecido como “abordagem hierárquica das frações de resíduos”. As análises estatísticas estão a evoluir nos países europeus para análises de dados composicionais (CoDa), isto é, análises estatísticas mais robustas que respeitam a distribuição não normal dos dados e a sua restrição de soma constante. Concluiu-se que a falta de uma metodologia uniformizada impossibilita a comparação entre diferentes estudos. No que corresponde à estratificação, a metodologia portuguesa deve ter os resíduos domésticos como alvo do estudo, deve ser escolhido o tipo de amostragem aleatória estratificada, com pelo menos 5 estratos, e devem ser identificados os fatores específicos que influenciam a composição e quantificação dos resíduos urbanos em cada região. Relativamente à amostragem, o nível sugerido é por veículo de recolha em cada estrato e sem compactação da amostra, sendo a amostra inicial reduzida em 5 subamostras de 100 kg, através do método de pilha plana e alongada, totalizando 25 subamostras por campanha, com a duração de 1 semana completa. Nesta fase, devem ser tidos em conta os resíduos volumosos, a contaminação e o teor de humidade dos resíduos. O catálogo de triagem deve ser desenvolvido em 3 níveis: nível I para o tipo de material, nível II para a finalidade dos resíduos e nível III para as necessidades das entidades gestoras, e os resíduos finos devem ser separados com base na observação visual e em diferentes categorias sem os peneirar. No que tange às análises estatísticas, é necessário realizar transformações logarítmicas isométricas dos dados, priorizar medidas de tendência central e de variabilidade que melhor representem dados com uma distribuição não normal, utilizando testes estatísticos não paramétricos. Por fim, a quantidade de membros da equipa de caracterização deve ser testada e, sobretudo, devem ser envidados todos os esforços para garantir a sua saúde e segurança. Palavras-chaves: resíduos urbanos; caracterização física; estratificação; triagem manual; análises estatísticas.