Percorrer por autor "Santos, Fernanda Cristina"
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Item A persistência do projecto português nos documentos da Nunciatura Apostólica de Lisboa(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Santos, Fernanda CristinaEste artigo trata de assuntos referentes aos documentos da Nunciatura Apostólica de Lisboa existentes no Arquivo Secreto do Vaticano de Roma, escritos entre o século XVII e XX, decorrendo da sua consulta e levantamento. Em três séculos, a Igreja sofreu inúmeras e incontáveis transformações de que os documentos e toda a correspondência da Nunciatura Apostólica dão conta. A documentação relativa ao Oriente apresenta diversos assuntos de grande importância, mas quer o Padroado quer as Missões no Oriente merecem atenção especial, dada a sua relevância histórica e a sua presença esmagadora nos documentos. A instituição das nunciaturas apostólicas deu-se no final do século XV. A institucionalização deste serviço foi o resultado de um processo que teve o seu início, já antes do primeiro milénio. A Nunciatura de Lisboa, como instituição de carácter permanente consolidar-se-á nas primeiras décadas do século XVI. De futuro, a instituição Nunciatura será instância aferidora das relações de Portugal com Roma, não esgotando, todavia, todos os mecanismos de relacionamento com a sé apostólica. A história de Portugal, logo de início, enquadra-se naturalmente dentro desta organização eclesiástica. A história do Padroado Português Ultramarino, quer se estude no Brasil, na África ou no Oriente, obedece aos mesmos princípios. Observa-se facilmente que a história do Padroado português no Brasil ou na África é muito mais pacífica do que no Oriente, uma vez que no Oriente Portugal sofreu a concorrência de estranhos. A deslocação do centro de gravidade da expansão ultramarina do Índico para o Atlântico assenta em novas estruturas de aproveitamento dos recursos e na colonização sistemática do Brasil. Nos finais do século XVIII e princípios do XIX continuava a ser esta colónia de fixação o destino preferencial da emigração portuguesa. Os domínios africanos enumerados nos textos constitucionais formavam um conjunto de territórios espalhados pelas áreas africano-atlântica e índica. O império colonial português mostrou-se grandioso e persistente graças aos esforços concertados entre a acção missionária e o Estado português.