Percorrer por autor "Torres, Leonor Lima"
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Item Cultura, liderança e resultados escolares : uma abordagem a partir das representações dos alunos do ensino secundário(Edições Universitárias Lusófonas, 2015) Torres, Leonor Lima; Palhares, José A.; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoGrande parte dos estudos produzidos sobre a liderança escolar tem incidido na análise da relação entre os processos de liderança, a aprendizagem e o sucesso. Embora esta convergência de enfoque (liderança/sucesso) encubra abordagens teóricas, disciplinares e metodológicas muito diferenciadas, é evidente a presença de uma perspetiva unidirecional, mais focada nas políticas e nas práticas de liderança e menos na forma como estas são entendidas pelos alunos. Neste artigo, propomos um enfoque invertido, focado nas representações dos alunos sobre os processos de liderança. Do ponto de vista metodológico, recorremos aos dados recolhidos no âmbito de quatro estudos de caso realizados em escolas/ agrupamentos com ensino secundário, resultantes da administração de um inquérito por questionário e da realização de focus group a alunos com resultados académicos de excelência e a alunos não incluídos neste nível de desempenho. Elegemos como referência analítica um estudo de caso de longa duração, a partir do qual colocamos em confronto os dados recolhidos nos outros três contextos estudados. Os resultados deste estudo apontam para a existência de relações e diferenças significativas entre a cultura organizacional da escola e os estilos de liderança, sendo destacada a importância do papel do Diretor na condução do ideário de excelência da escola.Item Estilos de liderança e escola democrática(Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Torres, Leonor Lima; Palhares, José A.; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO sistema educativo português tem assistido, nas últimas duas décadas, ao aparecimento de medidas de política educativa cuja agenda reformista tem dado importância crescente às dimensões da gestão e da liderança escolares. Ao longo deste percurso marcado por ensaios e reajustamentos morfológicos nos órgãos de gestão, denota-se uma valorização crescente do papel das lideranças no desenvolvimento da autonomia das escolas. Percepcionada politicamente como uma solução óptima para a resolução dos problemas da indisciplina, do abandono e do insucesso, a liderança emerge paulatinamente como uma variável de controlo da excelência escolar, ao arrepio de uma cultura de gestão colegial historicamente enraizada nas escolas portuguesas. Apesar de serem claras as influências de inspiração neoliberal na forma como se reduz a realidade educativa a indicadores de natureza gerencialista, é interessante, mesmo assim, problematizar a natureza da relação entre os estilos de liderança e gestão e os resultados escolares e o seu impacto no desenvolvimento democrático da escola. Partindo da análise crítica aos Relatórios de Avaliação Externa das Escolas, elegemos como objectivo central deste texto a discussão dos significados conferidos a uma “boa liderança”, a uma “boa organização e administração escolar” e à sua eventual relação com os resultados escolares, de modo a compreendermos quais as tensões que este processo avaliativo comporta no plano das configurações e das práticas organizacionais das diferentes escolas-objecto. Interrogamo-nos se este processo não constituirá uma espécie de “missionarismo gestionário”, que subverte as lógicas de decisão autónoma e democrática das escolas.Item A excelência académica entorpecida(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Borges, Germano; Torres, Leonor Lima; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA versão elitista da excelência académica que tem vindo a predominar no sistema educativo é aquela que a define como um desempenho excecional, uma qualidade distintiva de poucos que transcendem a norma da performance satisfatória, associada à ideia de que os estudantes reconhecidos por mérito escolar e integrados em “Quadros de Excelência” situam-se à margem de descontinuidades escolares, na lógica de uma excelência para memória futura. A visão romantiza da do ideal performativo tem vindo a produzir efeitos nebulosos nas trajetórias estudantis, exacerbando a pressão naqueles que aspiram manter-se no patamar da excelência. Este artigo pretende analisar o percurso académico e a transição para o ensino superior dos “melhores alunos” dos cursos científico-humanísticos da escola pública portugue sa. Enquadrado numa pesquisa de doutoramento que envolveu mais de 400 estudantes, este artigo centra-se na análise das classificações no ensino superior de 142 destes alunos e de depoimentos em inqué rito por questionário e entrevista. Os resultados evidenciam os efeitos de uma narrativa unidimensional da excelência, fortemente sustentada em lógicas “resultadistas”, com a excelência conquistada a revelar-se temporária e desfasada dos padrões de excelência exigidos no ensino superior.Item Liderança singular na escola plural : as culturas da escola perante o processo de avaliação externa(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Torres, Leonor Lima; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNuma altura em que a instituição escola alcança níveis de sofisticação cultural e organizacional inéditos, assistimos à implementação de uma liderança unipessoal, centrada na figura do Diretor de escola/agrupamento. Contudo, este novo rosto, erguido paradigma da nova gestão escolar, defronta-se com as múltiplas caras das escolas públicas, cada vez mais mascaradas face à imposição de um modelo de liderança unidimensional. Partindo deste cenário, focamos a nossa abordagem sobre: i) os traços que têm vindo a institucionalizar um perfil-ideal de liderança escolar; ii) até que ponto a liderança unipessoal servirá (melhor)como veículo de expressão de uma cultura escolar que se pretende reproduzir nas diversas escolas; iii) de que modo o rosto (Diretor) exercerá um efeito homogeneizador, marcando quadros de interação e lógicas de organização, sobre o quodiano das escolas. As questões enunciadas serão exploradas utilizando como dispositivo metodológico a análise crítica dos Relatórios de Avaliação Externa das Escolas produzidos durante o I ciclo avaliativo (2006-2011), com o objetivo de apreender os modelos implícitos de cultura de escola e de liderança e as suas implicações na reconfiguração do quotidiano das escolas.