O segredo e o problema da esfera pública: como o krathos dos partidos fomenta os segredos do poder

Miniatura indisponível

Data

2011

Título da revista

ISSN da revista

Título do Volume

Editora

Edições Universitárias Lusófonas

Resumo

Aparentemente, podemos definir a democracia como o governo do poder “visível”, um lugar que não deve estar confinado ao mistério. Ela é o governo do poder público que actua em público, mas é conveniente não esquecer que o conceito de “público” tem dois sentidos, consoante se contraponha a “privado” ou a “secreto”. A filosofia do Iluminismo estabeleceu os limites entre o que é publicamente privado – o que não sendo público pode ser visto – e o que é secreto – o que permanece por ver. Enquanto na dicotomia público/privado, o termo “público” refere-se à res pública, remetendo para a distinção romana entre ius publicum e ius privatum, na segunda dicotomia o sentido do termo “público” é o de algo “visível”, por oposição ao secreto. Efectivamente, a opinião pública condena a violação do princípio da publicidade, mas se o controlo da democracia tem alguma eficácia no que toca à política interna, ele permite ver que a esfera mais exposta ao abuso é a esfera das relações internacionais. O seguinte trabalho propõe- se estudar um poder político, marcadamente disciplinar, que é tanto mais eficaz quanto mais invisíveis forem as práticas de vigilância da opinião pública. Propomo-nos analisar o problema do segredo na esfera pública, quer no que se refere à simulação e dissimulação do jogo político, quer no que diz respeito à sua resposta, isto é, o desvelamento característico da actividade dos media, de uma actividade que, por vezes esconde os seus próprios processos de construção.
Apparently, we can define democracy as the government of “visible power”, a place that should not be confined to the mystery. It is the government of public authority that acts in public, but we should not forget that the concept of “public” has two meanings, depending on whether the balance is the “private” or the “secret”. The philosophy of the Enlightenment established the boundaries between what is public sector – which, not being public, can be seen – and what is hidden – what remains to be seen. While in the dichotomy between private and public, the term “public” refers to the res public, referring to the Roman distinction between ius publicum and ius privatum, the second dichotomy in the sense of the word “public” is something “visible”, by opposition to the secret. Indeed, the public opinion condemns the violation of the principle of publicity, but the control of democracy has any effectiveness when it comes to domestic policy, he can see the sphere more exposed to abuse is the sphere of international relations. The following work proposes to study a political power, strongly discipline, which becomes more effective as the practices of public opinion surveillance become more invisible. We propose to analyse the problem of secrecy in the public sphere, the simulation and the dissimulation of the political game, and the unveiling characteristic of the media, an activity that sometimes conceals its own process of construction.

Descrição

Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura

Palavras-chave

COMUNICAÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, OPINIÃO PÚBLICA, PODER DOS MEDIA, COMMUNICATION, MEDIA, PUBLIC OPINION, MEDIA POWER

Citação