Mergulhando no naufrágio: a experiência estética no fim do século
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Data
2001
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Editora
Edições Universitárias Lusófonas
Resumo
Neste artigo é explorada a metáfora do naufrágio enquanto conotando um aspecto fundamental da existência humana e da experiência estética. Mais exactamente, sustenta-se que a existência humana pode ser vista segundo duas dimensões: a do espectador que, seguro no porto, a contempla, e a daquele que nela naufraga,procurando abandonar o ponto de vista do espectador e ultrapassar os limites que a existência normal traça. Diversos autores, Montaigne, Nietzche, são utilizados como ilustrações dessas duas perspectivas. Elas prolongam-se em duas formas correspondentes de encarar a estética, exemplificada pela atitude contemplativa que, por exemplo, podemos encontrar teorizada em Kant, e uma estética «moderna», que procura «mergulhar no naufrágio» e que é exemplificada por propostas artísticas que vão dos futuristas até aos situacionistas e a certas formas de arte contemporânea como a chamada «arte abjecta». Conclui-se chamando a atenção para as consequências éticas e políticas que um tal desejo irreprimível de «mergulhar no naufrágio» encerra.
This article explores the metaphor of shipwreck as connoting a fundamental aspect of human existence and aesthetic experience. More precisely, it posits the possibility of two outlooks on human existence: that of the spectator, safe in harbour, who contemplates, and that of the shipwrecked, seeking to abandon the view-point of the spectator and to surpass the limits sketched by normal existence. Various authors, namely Montaigne and Nietzsche, are used to illustrate these two perspectives. The latter are extended to two corresponding forms of envisaging aesthetics, exemplified by the contemplative attitude, theorised by Kant for instance, and by a «modern» aesthetics that aims to «dive into the wreck», illustrated by artistic proposals ranging from the futurists to the situationists as well as certain forms of contemporary art known as «abject art». The conclusion draws attention to the ethical and political implications inherent in the irrepressible desire to «dive into the wreck».
This article explores the metaphor of shipwreck as connoting a fundamental aspect of human existence and aesthetic experience. More precisely, it posits the possibility of two outlooks on human existence: that of the spectator, safe in harbour, who contemplates, and that of the shipwrecked, seeking to abandon the view-point of the spectator and to surpass the limits sketched by normal existence. Various authors, namely Montaigne and Nietzsche, are used to illustrate these two perspectives. The latter are extended to two corresponding forms of envisaging aesthetics, exemplified by the contemplative attitude, theorised by Kant for instance, and by a «modern» aesthetics that aims to «dive into the wreck», illustrated by artistic proposals ranging from the futurists to the situationists as well as certain forms of contemporary art known as «abject art». The conclusion draws attention to the ethical and political implications inherent in the irrepressible desire to «dive into the wreck».
Descrição
Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura
Palavras-chave
COMUNICAÇÃO, ESTÉTICA DA COMUNICAÇÃO, FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA, COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL, COMMUNICATION, COMMUNICATION AESTHETICS, CONTEMPORARY PHILOSOPHY, AUDIOVISUAL COMMUNICATION
Citação
Jay , M 2001 , ' Mergulhando no naufrágio: a experiência estética no fim do século ' , Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura .