Percorrer por autor "Brites, Tiago Filipe Correia"
A mostrar 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Relação entre prazer na prática de atividade física e níveis de atividade física em adolescentes com excesso de peso expostos a um programa clínico de gestão de peso(2021) Brites, Tiago Filipe Correia; Ascenso, António José Videira da Silva, orient.A prática de atividade física (AF) tem diversos benefícios na saúde geral, e em particular na gestão de peso, prevenindo a obesidade e o desenvolvimento de comorbilidades a esta associadas. A maioria dos adolescentes apresenta, no entanto, níveis insuficientes de AF, o que poderá estar associado a um comprometimento do prazer na prática de AF (PPAF). De acordo com o nosso conhecimento até à data, nenhum outro estudo analisou profundamente a associação entre a evolução do PPAF e os níveis de AF em adolescentes com excesso de peso. Esta dissertação tem como objetivo colmatar o vazio que existe na literatura relativamente a esta temática nesta população especifica. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura (RSL) e uma investigação original longitudinal de forma a perceber esta relação. Para a RSL foram pesquisados estudos relevantes incluindo crianças e adolescentes, nas bases de dados PubMed e Google Scholar, que analisassem a relação entre o PPAF e os níveis de AF. No estudo longitudinal foram utilizados os dados de 84 adolescentes com excesso de peso (IMC ≥ percentil 85), seguidos durante 6 meses num programa clínico multidisciplinar de gestão de peso. Dos 30 estudos incluídos na RSL, 18 (60%) reportaram uma associação positiva entre o PPAF e os níveis de AF e 5 (16,7%) uma associação negativa. Dois dos 8 estudos que incluíram uma população clínica (25%) reportaram uma associação positiva entre as variáveis. Na investigação original observou-se uma correlação positiva entre a evolução do PPAF e a evolução da AF moderada (AFM) (r = ,224, p ≤ ,05), VO2 max (r = ,335, p ≤ ,01) e massa isenta de gordura e osso (MIGO) (r = ,385, p ≤ ,01); e uma correlação negativa entre o PPAF e a massa gorda (MG) (r = -,401, p ≤ ,01), z-score do índice de massa corporal (IMC) (r = -,289, p ≤ ,01) e o tempo em comportamento sedentário (r = - ,269, p ≤ ,05). Quando controlado para possíveis variáveis de confusão, observou-se uma correlação positiva entre a evolução do PPAF e o VO2 max (r = ,318, p ≤ ,01) e MIGO (r = ,346, p ≤ ,01); e uma correlação negativa com a MG (r = -,364, p ≤ ,01) e o z-score do IMC (r = -,300, p ≤ ,05). Os resultados deste trabalho sugerem a existência de uma associação positiva entre o PPAF e os níveis de AF em adolescentes com excesso de peso, sendo esta associação mediada pela condição física. Conclui-se ainda que o PPAF e a condição física evoluem no mesmo sentido, e que uma intervenção de alteração comportamental poderá ter um impacto benéfico nos níveis de AF, condição física e PPAF em adolescentes com excesso de peso.