Percorrer por autor "Oliveira, Raquel Maria Nunes Rodrigues de"
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Item O atual papel da mulher na Igreja Evangélica em Portugal : o caso da II igreja Batista do Barreiro e da igreja O Renovo(2023) Oliveira, Raquel Maria Nunes Rodrigues de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO presente trabalho tem por objetivo, investigar o atual papel das mulheres na igreja Evangélica em Portugal, e a forma como ela foi e continua a ser tratada historicamente, bem como a importância de inseri-la como sujeito da observação. A pesquisa não só observa o papel atual da mulher na igreja evangélica em Portugal, mas também, visa promover um debate mais interno na observação e prática real, pois muito do que é aparente não corresponde à vivência das intituladas ‘liberdades’ e ‘direitos’ conquistados. Para tal, procurou-se responder a três questões cruciais. 1. Em que ministérios pode a mulher ser envolvida. 2. Que papéis podem as mulheres assumir na família e na sociedade. 3. Quais, se há algumas, as posições de autoridade que as mulheres podem desempenhar na igreja. A hipótese apresentada é que a despeito do impacto social do feminismo nas últimas décadas que provocou um aumento da presença feminina no espaço público a igreja manteve a mulher aquém das posições de liderança e autoridade governativa fora dos padrões assumidos pelo caráter de liderança no período do Novo Testamento. O papel do homem, na igreja, ainda continua a prevalecer e a impor-se com um tom de dominância patriarcal, apesar de alguns avanços. Utilizam-se textos, pesquisas e análises que procuram evidenciar a trajetória e função da mulher em diferentes tempos, particularmente, na igreja evangélica, descrevendo o seu papel principal, o trabalho e as transformações que são necessárias para que a igreja comece a tratar a mulher sob um novo olhar. Faz-se também uma pequena referência ao pensamento de alguns estudiosos sobre o papel da mulher, a sua influência, e a sua importância, na busca pela tão almejada igualdade. Apresenta ainda, reflexões sobre o papel da mulher em diversos períodos e segmentos da igreja. Como estudo de caso, examinou-se a II igreja Batista do Barreiro e da igreja de O Renovo através de inquéritos aos pastores principais das igrejas, que esclarecem as suas posições a respeito do papel atual da mulher na igreja. Os resultados são interessantes pois, se de um lado observamos um manter a mulher num condicionamento tradicional com a continuidade da masculinização, sempre sustentado por uma exegese bíblica condicionada e até faltosa, pelo outro lado existe uma liberalização, mas que na prática não se traduz numa totalidade. Há evidências bíblicas e históricas de que, não só a igreja primitiva de Atos dos Apóstolos, como também as posteriores comunidades cristãs, não só sofreram a influência feminina como estiveram a cargo de mulheres. Priscila, Lídia, Febe ou Junia são alguns exemplos de mulheres, dentre outras, que estiveram ‘na frente’. Elas não estiveram retidas no diaconato, diakonos1, feminino (que alguns líderes advogam como um grande avanço na liberdade da mulher na igreja) mas exerceram papéis de liderança, pregação, governo e expansão, sendo uma delas a muito discutida Junia, Iounian, (que todas as traduções mais antigas consideram apenas como feminina), tendo exercido o apostolado cujo ofício não era restrito aos Doze iniciais, como não o foi o apóstolo Paulo. Na atualidade, embora haja uma pretensiosa preocupação no discurso oficial da Igreja, no que respeita à dignificação da mulher em geral, no contexto dos valores cristãos, o problema reside na prática. Ao observar-se, a forma como esses valores têm sido aplicados há uma falta de maior empenho em fazer com que a mulher aceda a instâncias tanto de gestão como de governação. Nestes espaços a presença feminina é restrita senão ausente. A liderança feminina… está ligada a um homem – ser pensante, racional – para direcionar a mulher – dotada de sentimentalismo e emoções – à liderança. As linhas sugerem um princípio de divisão entre masculino – ativo – e feminino – passivo – e, por conseguinte, uma hierarquia fundamentada na divisão de género (Neto, 2016:101). A mulher é mantida no ‘seu lugar’ tradicional e retida no que não deveria de ser. Observa-se a continuidade da masculinização, que é defendida por muitos, acerrimamente, sustentando essa posição com passagens bíblicas fora de contexto e numa exegese bíblica totalmente distorcida, como no caso de 1 Timóteo 2:122 ou 1 Coríntios 14:33-353, advogando que a Bíblia realmente proíbe papéis de liderança e, logo, governo na igreja. Palavras chave: História. Igreja Evangélica. Papel atual das mulheresItem ICMAV : um fenómeno pentecostal contemporâneo em Portugal(Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Oliveira, Carlos Alberto Rodrigues de; Oliveira, Raquel Maria Nunes Rodrigues de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA reformulação da religião em espaços individuais iniciou-se, sobretudo, com a queda da tradicional autoridade religiosa e foi designada nos últimos anos, nomeadamente a partir da tese da privatização da religião (Luckmann, 1967:68-76), através de vários conceitos, como os de ‘religiosidade’, ‘bricolage’, ou ‘religião à la carte’. O aparecimento de novas alternativas religiosas, assim como uma intensa fragmentação institucional dentro das igrejas protestantes já estabelecidas é um facto inegável e patente em Portugal. Têm surgido igrejas autónomas, estas igrejas são dirigidas a certos públicos específicos e apresentam ofertas e produtos mais próximos desses mesmos grupos. Enquadra-se entre as elas a ICMAV em Oeiras, sobre cujo caso vamos analisar mais detalhadamente neste artigo.