Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde
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Percorrer Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde por assunto "CHILD OBESITY"
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Item Prevalência e duração do aleitamento materno em crianças dos dois aos cinco anos de idade: associação com o índice de massa corporal(2015) Monteiro, Joel Gonçalo Abrantes ; Reis, Vasco, orient.INTRODUÇÃO: A obesidade tem um peso marcante no surgimento da maioria das patologias que ditam maior custo vital na nossa sociedade, como diabetes, doenças cardiovasculares e neoplasias. Das diversas medidas preventivas propostas pela literatura científica a nível mundial, o aleitamento materno parece ter um papel determinante para a prevenção da obesidade. OBJETIVOS: Como objetivos gerais, pretende-se caraterizar a prevalência do aleitamento materno na população portuguesa e caraterizar a associação entre a duração do aleitamento materno e o excesso de peso em crianças portuguesas entre os 2 e os 5 anos de idade. MÉTODOS: Este estudo consiste numa uma análise secundária do Estudo de Prevalência da Obesidade na Infância e dos Adolescentes em Portugal Continental, o primeiro estudo de prevalência realizado em Portugal com representatividade nacional para estimar a prevalência do excesso de peso (pré-obesidade e obesidade) em crianças e adolescentes. O EPObIA é um estudo transversal, com representatividade ao nível de NUTS II do Continente, seguindo uma amostragem polietápica, por aglomerados. A população estudada foi constituída por crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 2 e os 5 anos e entre os 11 e os 15 anos. A recolha de dados foi feita através de entrevista estruturada, com recurso a um questionário sobre: consumo alimentar, atividades físicas e sedentárias, caraterização dos pais da criança/adolescente quanto ao peso e altura, indicadores relacionados com o período gestacional e perinatal e hábitos de saúde dos pais e criança. Foram também recolhidos dados antropométricos (nomeadamente, peso e altura) das crianças, com medição objetiva realizada por entrevistadores credenciados (nutricionistas/dietistas) e devidamente treinados para o efeito. A amostra utilizada para esta análise secundária é uma subamostra do EPObIA, constituída pelas crianças (e respetivas mães) com idades entre os 2 e os 5 anos. RESULTADOS: Nesta análise secundária foram incluídos os dados relativos a 1977 crianças (e respetivas mães). Foi encontrada uma prevalência de 36.2% de excesso de peso e 12.1% de obesidade na amostra estudada. Foram observadas prevalências de excesso de peso e pré-obesidade mais elevadas nos rapazes (36.9% e 26.4%) e, por outro lado, maior prevalência de obesidade nas raparigas (13.8%). Verificaram-se ainda prevalências de pré-obesidade (31.8%) e obesidade (14.4%) maiores nas crianças com 2 anos e menores (20.1% e 8.7%) nas crianças de 4 anos. As prevalências do aleitamento materno aos 3 e 6 meses são 86.6% e 83.4%, respetivamente. No cômputo geral, há uma grande adesão ao aleitamento materno até aos 6 meses (acima dos 80%), sendo que as prevalências decrescem mais rapidamente a partir desta idade. As mães de 15 aos 19 anos têm maiores taxas de adesão ao aleitamento materno (84.0%). As crianças amamentadas até aos 3 meses detêm a menor taxa de excesso de peso, sendo transversal às crianças das idades estudadas, mas com maior expressão nas crianças com idades superiores a 3 anos, desde que amamentadas pelo menos de 3 a 6 meses. A prevalência de excesso de peso é menor nos rapazes amamentados no primeiro mês de idade e ainda com menos obesidade até ao 3º mês de amamentação. Nas raparigas, este efeito é mais notório entre os 3 e os 6 meses de idade, perdurando após os 6 meses de amamentação. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: O efeito protetor do aleitamento materno é mais evidente em estados de pré-obesidade e de excesso de peso nas faixas etárias dos 2 anos e 4 anos, com uma duração de aleitamento materno mínima de 3 meses. Assim sendo, o aleitamento materno confirma-se como uma medida eficaz para a prevenção do excesso de peso na infância.