ResPublica : Revista Lusófona de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais nº 13 (2013)
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Percorrer ResPublica : Revista Lusófona de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais nº 13 (2013) por assunto "FILOSOFIA POLÍTICA"
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Item O antimaquiavelismo da retórica estoica em Séneca: a figura do tirano em Thyestes(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Matias, Mariana Montalvão; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoCom a publicação de Il Principe , Maquiavel rompe com o modelo de príncipe moralmente virtuoso – optimus princeps –, consagrado pela tratadística didác - tico-pedagógica do século XVI, na esteira da tradição ético-política dos specula principis , género influenciado pelo pensamento dos clássicos da Antiguidade. A conceção humanista e idealista de soberano dá lugar a um racionalismo amo - ral e agressivo que o florentino consubstancia na apologia da guerra, na instru - mentalização do mal, e na legitimação da violência e do dolo. Esta nova forma de «fazer política» vem definitivamente abalar a velha aliança entre política e moralidade, ao entrar em rutura absoluta com os valores herdados da ética aris - totélica, e com os princípios definidores do estoicismo, entretanto assimilados pelo cristianismo, de que Séneca, filósofo e dramaturgo romano da nossa era, foi um dos representantes máximos. Em Thyestes, impressionante drama sobre o furor regni , o precetor e ministro de n ero reflecte sobre o exercício do poder político, apresentando Atreu como o paradigma da tirania. n a perspetiva senequiana, o soberano ideal – avesso à guerra e à violência, e desligado das paixões mundanas – deve ser o exemplum de virtude moral na procura do bem comum. Baseado nos preceitos da Stoa , o cordubense condena o ethos do rei cruel, amoral e dissimulado, retrato que vai encontrar eco, mais tarde, no desenho do príncipe maquiavelista, e que se opõe ao ideal clássico cristão do Renascimento.