Doutoramento em Educação Física e Desporto
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Percorrer Doutoramento em Educação Física e Desporto por assunto "ARTES MARCIAIS"
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Item A prática desportiva do karaté em Portugal. Análise sociológica sobre as identidades, ideologias, comunidades e culturas dos karatecas (cintos castanho e negro) portugueses(2017) Rosa, Vítor Alberto Valadas; Marivoet, Maria Salomé Fernandes Martins, orient.Na análise sociológica das culturas dos karatecas graduados, pretendemos demonstrar que a mítica tradição guerreira dos Samurais do Japão se encontra presente de forma dominante no processo de globalização do karaté, traduzida na conceção de treino enquanto expressão do Budô, veiculado por uma filosofia oriental constitutiva de um estilo de vida identitário, e envolvimentos organizacionais particulares, que se afirmam como forma de resistência ao modelo de competição desportiva ocidental, apesar da existência de diferentes usos e disposições sociais por parte dos praticantes dos diferentes estilos de karaté, ainda que independentemente do sexo, idade e escolaridade. No aprofundamento do objeto de estudo, definimos três hipóteses e construímos um modelo de análise para a sua operacionalização. Recorreu-se à metodologia extensiva e à aplicação de diversas técnicas de investigação social: observação direta, observação-participante, entrevista semi-diretiva e inquérito por questionário. O universo foi de 244 praticantes de karaté avançados (cintos castanho e negro), a nível nacional, tendo sido realizadas de forma a completar a informação 31 entrevistas junto de interlocutores privilegiados. Os resultados revelam que se encontra um estilo de vida identitário entre os praticantes experientes de karaté ainda que, decorrente de usos e disposições sociais particulares, se encontrasse alguma diferenciação, tal como pressupunha a nossa primeira hipótese, mas independentemente do estilo adotado na prática, tal como do sexo, da idade e da escolaridade. A análise da informação mobilizada aponta para a existência de um carácter multidimensional na orientação e valorização de diferentes aspetos do karaté, mas a maioria concebe a sua prática como expressão do Budô, através de práticas de lutas convencionais, imagens, símbolos e veiculação de valores, tal como pressupunha a nossa segunda hipótese, igualmente independentemente do estilo de karaté, do sexo, idade e escolaridade. Os dados apontam ainda que as relações entre os praticantes experientes de karaté da vertente de não-competição e de competição desportiva têm vindo a caracterizar-se por tensões, dinâmicas de resistência e conflitos, geradores de cisões entre agentes de ensino, espaços de prática ou clubes e estrutura federativa, como afirmava a nossa terceira hipótese, embora a análise realizada nos permita concluir que a leitura que se expressa da realidade se afigura redutora, e, deste modo, só em parte podemos afirmar que a hipótese se verifica. Tratam-se, pois, de dinâmicas de afirmação de interesses e de poder dentro do campo do karaté, que coexistem com várias formas de cooperação, ambas contribuindo para o reforço da identidade do mesmo.