Babilónia : Revista Lusófona de Línguas, Culturas e Tradução nº 13 (2013)
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Percorrer Babilónia : Revista Lusófona de Línguas, Culturas e Tradução nº 13 (2013) por assunto "COLONIALISMO"
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Item Os efeitos culturais da colonização portuguesa em ''A última tragédia'' e ''O alegre canto da perdiz''(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Bezerra, Rosilda Alves; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoStuart Hall (2003) destaca que o espaço da diáspora é constituído por “lugares onde a lei é quase certamente a lei do sincretismo, do acolhimento de influências, das traduções das tradições, da desarticulação e rearticulação” e caracterizado por um processo complexo de “‘atravessamentos’, de ‘cortes e mesclas’”, cujos elementos culturais não podem ser unificados. Textos timbrados com o “rótulo” de pós-coloniais emanam reflexões de como itinerários conflituosos, desenvolvidos no entrelugar das culturas, (BHABHA, 2011) desvelam a fragmentação circunscrita nas formações identitárias. Nesse contexto pós-colonial, A última tragédia, de Abdulai Sila, narra a saga de Ndani, alfabetizada, batizada e “catequizada” pelo colonizador português. No trânsito entre (Biombo) e a capital (Bissau) busca afirmar a sua identidade e alteridade nas tensões de ambivalências entre o colonizador, convicto de seus poderes, e a do colonizado à procura dos seus direitos. Em O alegre canto da Perdiz (2008), Paulina Chiziane aborda a ação colonial que altera de modo emblemático o espaço da aldeia, entre mãe e filha, do estigma à transformação de suas próprias vidas. Francisco Noa (2002) adverte que o processo de estigma e estereótipo ocorre em relação ao africano, cujo peso do estereótipo determina, que estas personagens mantenham a sua invariabilidade anímica e comportamental na maioria dos textos africanos. As personagens estigmatizadas nas duas narrativas elaboram o que Memmi (2007) justifica sobre comportamento adotado em que há uma necessidade do colonizado se adequar a um novo espaço, mesmo que seja uma forma de agressão individualizada. A proposta desse trabalho é identificar nas duas obras de que forma esses aportes norteadores de “padrões” e “fixações” identitárias são abalados pelas desconstruções do pretenso complexo de dependência do colonizado, segundo Frantz Fanon (2008).Item Francesco Buzomi e Francisco de Pina no Vietnam do Sul : fragmentos de um paradigma religioso-cultural imperial(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Silva, Regina Célia de Carvalho Pereira da; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA presença de missionários em terras de ‘Annam’ remonta aos meados do século XVII, pouco sabemos sobre a acção dos primeiros europeus que chegarão aquelas terras se bem que, ultimamente, quer Roland Jaques quer Isabel Mourão tenham começado a abrir algumas janelas da história e cultura daquela região do Extremo Oriente. As grandes dificuldades que viviam as missões jesuítas japonesas estimulavam as autoridades religiosas de Macau a enviar os missionários para novas regiões. A nossa pesquisa tem como focus a ação incial e isolada de dois jesuítas, um italiano e outro português, que enfrentaram não só adversidades religiosas, culturais, políticas mas souberam ultrapassar a grandíssima dificuldade que constituía o não conhecimento da língua e das tradições quotidianas inerentes àquele povo de tal modo que, ainda hoje, são identificáveis tais características no húmus da convivência diária. A presença de F. Buzomi na província de Pulocambì e aquela de F. de Pina a Cachão representam as raízes da missão cristã e da cultura ocidental no Vietnam, até então sob o domínio do Império Chinês.Item Raped Africa, Mother Africa, emasculated Africa : the evolution of the gendered national body in the fiction of Abdulai Sila(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Frascina, Francesca; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA exploração e trauma da nação colonizada muitas vezes escreviam-se no corpo feminino, e consecutivamente a terra acordava-se características femininas. Os colonizadores europeus falavam da sua missão divina e patriótica para penetrar terras virgens para inseminá-las com a semente da civilização. Esta alegoria evoluiu no discurso pós-colonial na violação figurativa da terra colonizada e das sociedades que as habitavam. Os nacionalistas africanos e pan-africanistos, através da figuração da nação como família (McClintock, 1993) e na sua romantização das suas origens como Mãe-África perpetuaram a feminidade inata da terra nativa. O presente papel examinaria o gênero do corpo no qual se escreve a narrativa da nação nas três novelas do autor Bissau-Guineense Abdulai Sila. A Última Tragédia (1995), a sua segunda obra publicada mas a que se situa primeira na cronologia narrativa dos seus romances, enfoca-se na tropa da África feminina em inscrever a nação colonial sobre o corpo do protagonista, Ndani, enquanto ela passa simbolicamente pelas violações físicas, psicológicas e culturais que também igualmente tiranizavam a nação. Eterna Paixão (1994) caracteriza-se pela romantização da Mãe-África carinhosa, vital, fecunda: um simbolismo que se derrama para os corpos femininos como a conexão tempestuosa do protagonista afro-americano com o continente pós-colonial reflecte-se nas suas relações com a figura caseira da mãe África(na) e com a mulher africana moralmente pervertida e sexualmente carregada. Finalmente, este papel explorará e interrogará a evolução inovativa do autor do corpo nacional pós-independência como o homem emasculado em Mistida (1997). Aqui o corpo masculino está o sítio na qual a corrupção e a violência política que se fermentavam nos anos precedentes à guerra civil em 1998 e as suas graves consequências na fábrica social da Guiné-Bissau escrevem-se nas invalidezes físicas, cicatrizes psicológicas e incapacidades sociais de personagens comoventemente masculinos.