ISS - Capítulos de Livros Internacionais

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    Prática de judo e comportamento agressivo em crianças e jovens com medida de acolhimento residencial
    (Dykinson S.L., 2023) Jorge, Rogério; Gameiro, Fátima; Pedro, Ana; Almeida, Miriam; Instituto de Serviço Social
    O judo tornou-se uma atividade popular para os jovens pelo mundo inteiro e mais recentemente têm havido esforços para introduzir este desporto em contextos educacionais e de reabilitação. No âmbito do projeto D’AR-TE, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém, crianças e jovens em perigo com medida de acolhimento residencial, iniciaram o treino de judo, orientado por um mestre federado, durante 1 hora e 30 minutos, duas vezes por semana. Este estudo longitudinal teve como objetivos conhecer a perceção das crianças e jovens relativamente à prática de judo e avaliar a relação entre esta prática e os comportamentos agressivos nas crianças e jovens em acolhimento residencial, com avaliação no início da prática e três meses depois. Participaram quatro crianças e dez jovens do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 7 e os 21 anos, que integram duas respostas residenciais da Casa de Acolhimento. Para a execução dos objetivos utilizou-se uma orientação metodológica mista, quantitativa e qualitativa dos dados. Como instrumentos foram utilizados uma grelha de observação dos comportamentos de agressão (GOCA) preenchida pelos elementos das equipas educativa e técnica das unidades residenciais sempre que se verificava a ocorrência de um comportamento de agressão (físico, verbal e contra equipamento) e uma entrevista semiestruturada que avaliava a perspetiva pessoal da criança e jovem relativamente à relação da prática de judo durante três meses e a mudança nos comportamentos de agressão ao nível físico, verbal e contra equipamentos. Os resultados demonstram que após três meses de prática de judo, as crianças e jovens em acolhimento residencial manifestam perceções mais positivas relativamente à influência desta prática a nível comportamental e apresentam menos comportamentos de agressão física. Conclui-se que a prática de judo é percecionada pelas crianças e jovens como uma modalidade positiva relativamente ao ajustamento comportamental e revela-se como uma ferramenta útil na diminuição dos comportamentos de agressão nas crianças e jovens com medida de acolhimento residencial.
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    O efeito da arte e do desporto na diminuição de comportamentos agressivos em crianças e jovens com medida de acolhimento residencial
    (Dykinson S.L., 2023) Ros, Simone Chaves; Gameiro, Fátima; Pedro, Ana; Santos, Joana; Instituto de Serviço Social
    No âmbito da promoção de competências pessoais e sociais, a Casa de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia de Santarém/PT, nas suas Unidades Residenciais, Primeiro Passo e Lar dos Rapazes, encontra-se a desenvolver o projeto D’AR-TE, que contempla a promoção bissemanal do desporto e das oficinas de artes e de habilidades psicossociais, com o objetivo de contribuir para a prevenção da (re)incidência de comportamentos agressivos, entre crianças e jovens institucionalizados. O objetivo principal da investigação foi analisar a dinâmica fisiológica, afetiva e comportamental de dezasseis crianças e jovens com medida de acolhimento residencial antes e após um ano de participação no projeto D’AR-TE. É uma investigação quantitativa, centrada no paradigma positivista. Foca-se na análise de dados, utilizando a estatística analítica. Foi definida como variável independente a participação no projeto D’AR-TE e como variáveis dependentes assertividade/perceção de agressividade, comportamentos de agressão, perceção de suporte social da família e dos pares, autoestima, autoconceito e níveis de cortisol. As modalidades de investigação realizadas foram intervenção/observação; recolha de sangue para análise clínica do cortisol e seis inquéritos por questionário (Escala de Comportamentos Assertivos para crianças- CABS, Questionário de Agressividade- AQ, Escala de Medida de Perceção do Suporte Social dos Amigos- PSS-Am e da Família- PSS-Fam, Escala de Autoconceito de Piers-Harris-PHCSCS-2 e a Escala de Autoestima de Rosenberg-RSES), aplicados em quatro encontros com cada participante antes e após um ano de participaçção no projeto. Foi também implementado uma Grelha de Observação de Comportamentos Agressivos (GOCA), com o objetivo de registar os comportamentos agressivos dos indivíduos ao longo do ano de projeto. Para a análise dos dados recorreu-se à estatística não paramétrica de duas amostras emparelhadas, utilizando o teste Wilcoxon. Os resultados evidenciaram a diminuição de comportamentos agressivos, bem como o aumento da autoestima após a participação no projeto D’AR-TE. O autoconceito, a perceção de suporte social dos pares e da família e os valores de cortisol não revelaram alterações estatisticamente significativas. Como conclusão, podemos afirmar, que a participação no projeto D’AR-TE, mais concretamente a frequência bissemanal das oficinas de arte, desporto e habilidades sociais ao longo de um ano promoveram o aumento da autoestima e a diminuição de comportamentos agressivos ao provocarem uma (re)organização psíquica mais saudável, permitindo aos indivíduos ressignificar conceitos e atitudes. De acordo com os resultados desta investigação, revela-se imprescindível que a oferta de um ambiente adequado ao desenvolvimento das crianças e jovens acolhidos, inclua dinâmicas/atividades que promovam a arte, o desporto e as habilidades psicossociais de confiança, autonomia, iniciativa, auto valor e empatia que promovam a resiliência individual e social e, indiretamente, diminuam os comportamentos agressivos.
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    A perceção de qualidade de vida em contexto pós- pandémico, de guerra e de alterações climáticas
    (Dykinson S.L., 2023) Ferreira, Paula Isabel Marques; Gameiro, Fátima; Instituto de Serviço Social
    O ambiente no qual vivemos e nos desenvolvemos é constituído por elementos humanos, físicos, políticos, económicos, culturais e organizacionais que condicionam e influenciam os estilos de vida e que se repercutem na perceção de qualidade de vida. Perante o atual panorama mundial, onde a pandemia, a guerra e as alterações climáticas são uma realidade, pretendemos conhecer a perceção de qualidade de vida de uma amostra de indivíduos portugueses, de forma global e nos domínios físico, psicológico, das relações sociais e do meio ambiente e analisar a influência das características sociodemográficas. Participaram 429 indivíduos, 75,1% do sexo feminino, 4,2% adolescente, 33,6% jovem adulto, 53,8% adulto e 8,4% adulto maior, a maioria a residir em cidade (61,1%), casado/união de facto (52,4%), com o ensino superior (70,4%) e em situação laboral ativa (80,4%). Foi dado a conhecer o estudo nas redes sociais e aplicado um inquérito por questionário via plataforma Google forms, com a caracterização sociodemográfica e a versão portuguesa da World Health Organization Quality of Life (WHOQOL- BRIEF). Os resultados demonstram um nível de qualidade de vida mediano, sendo mais elevado no que respeita ao domínio físico, seguido do psicológico, relações sociais e mais reduzido no domínio do meio ambiente. Verificaram-se diferenças ao nível da perceção de qualidade de vida no domínio psicológico, sendo que são sobretudo os mais jovens, casados, com habilitações mais baixas, sem ocupação/desempregados e a residir em aldeias os que registaram uma perceção mais baixa. No domínio do meio ambiente verificou-se uma perceção de qualidade de vida superior nos mais jovens e nos solteiros. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos restantes domínios. Estes resultados sugerem que o domínio da qualidade de vida mais fragilizado está relacionado com as características exteriores ao próprio indivíduo e emanadas do meio ambiente, logo sem controlo interno por parte do individuo, revelando-se fundamental a implementação de estratégias sociais e políticas para diminuir esta vulnerabilidade. Relativamente ao domínio psicológico, conclui-se a necessidade de promover a resiliência, principalmente junto dos mais jovens, casados, com habilitações mais baixas, sem ocupação/desempregados e a residir em aldeias.
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    O perfil de competências do Assistente Social em contexto de acolhimento residencial
    (Editorial Dykinson, 2021) Florêncio, Micaela Paulo; Gameiro, Fátima; Ferreira, Paula Isabel Marques; Instituto de Serviço Social
    De acordo com a literatura não existe uma identificação específica, nem nacional nem internacional, das competências que devem reger a formação/intervenção dos profissionais que trabalham na área da infância e juventude, mais especificamente no acolhimento residencial. Como forma de dar resposta a esta lacuna foi desenvolvido um estudo no qual se pretendeu identificar as competências que se conferem como necessárias aos assistentes sociais para a intervenção com crianças e jovens com medida de acolhimento residencial de acordo com as categorias do modelo teórico de Le Boterf (2003) a saber: os saberes; os saberes-fazer e os saberes ser/agir. A amostra foi composta por 37 especialistas, licenciados em Serviço Social que intervêm com crianças e jovens com medida de acolhimento residencial em Portugal, quer continental quer arquipélagos. Foi utilizada a metodologia quali-quantitativa recorrendo ao método Delphi através de três fases: 1ª fase) perguntas de resposta aberta, 2ª fase) perguntas com resposta com escala tipo likert (5 níveis) e 3ª fase) perguntas de resposta binária. O trabalho de campo decorreu entre 2 de março e 14 de junho de 2020. A partir da análise dos resultados identificou-se um conjunto de competências necessárias ao perfil do assistente social, distribuídas pelas três categorias identificadas por Le Boterf. Embora seja um estudo exploratório poderá constituir-se como uma referência a ser replicada em outras áreas de intervenção social. PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social ; Acolhimento Residencial ; Crianças e Jovens em Perigo ; Competências Profissionais
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    Papéis de vítima e/ou agressor em indivíduos com diagnóstico de doença mental
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Lourenço, Mariana; Gameiro, Fátima; Instituto de Serviço Social
    De acordo com a literatura, existe relação entre o comportamento agressivo e as perturbações psiquiátricas. Para compreendermos essa realidade na perspetiva dos doentes mentais, desenvolveu-se um estudo junto de 26 indivíduos com diagnóstico de doença mental, 8 com esquizofrenia, 9 com perturbação de humor e 9 com doença bipolar com o objetivo de identificar a sua auto perceção da agressividade. A amostra tem uma média de idades 54,8 anos, doze são mulheres e catorze homens e dez encontram-se integrados em contexto institucional. Foi aplicado o questionário de agressividade (Buss & Perry, 1992; Simões, 1993), através da plataforma ZOOM, contacto telefónico e presencialmente. Como resultados, verificou-se que dos vinte e seis indivíduos da amostra, seis (23,08%) apresentam valores de perceção de agressividade total acima da média, dois com diagnóstico de esquizofrenia, três de perturbação de humor e um com perturbação bipolar, sendo que destes apenas um se encontra inserido em instituição. No que concerne à dimensão de agressividade afetiva (n=3), esta prevaleceu nos indivíduos do sexo masculino com diagnóstico de esquizofrenia (n=2); quanto à dimensão de agressão física (n=7), verificou-se uma maior prevalência em sujeitos com esquizofrenia (n=4); no que respeita à dimensão da agressão verbal (n=6) a prevalência é homogénea por diagnóstico, esquizofrenia (n=2), perturbação de humor (n=2) e perturbação bipolar (n=2); relativamente à dimensão cognitiva (n=14), esta prevaleceu nos indivíduos com diagnóstico de perturbação de humor (n=7). Como conclusão, verifica-se que a maior parte dos indivíduos com diagnóstico de doença mental (76,92%) não se auto perceciona como agressivo. Dos indivíduos integrados em instituição, somente um se auto perceciona com agressividade acima da média. Os indivíduos com diagnóstico de doença mental que se autorrepresentam com maior agressividade são os que possuem perturbação de humor. Quando estudadas as dimensões da agressividade, verificou-se que os indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia revelam perceção de possuírem maior agressividade afetiva/raiva e física e os indivíduos com perturbação de humor, maior agressividade cognitiva/hostilidade. Estes resultados revelam-se de extrema significância no âmbito da intervenção junto dos indivíduos com diagnóstico de doença mental e respetivas famílias.
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    Ajustamento psicoemocional de crianças e jovens portugueses integrados em distintas tipologias de agregado
    (Editorial Dykinson, 2022) Gameiro, Fátima; Ferreira, Paula; Pedro, Ana; Instituto de Serviço Social
    De acordo com a literatura, o desenvolvimento humano salutogénico requer equilíbrio psicológico e social e este parece ser determinado pela qualidade das interações interpessoais. Diversos são os fatores que podem influenciar a forma como cada criança/jovem se autoavalia e vivencia a sua autoestima, tendo as relações familiares um papel de grande destaque. Este papel pode ter uma influência direta e indireta no ajustamento psicoemocional e relacional das crianças/jovens, no autoconceito, na autoestima, na perceção de suporte social e na conduta. Com o objetivo de comparar o ajustamento psicoemocional de crianças/jovens que vivem em distintas tipologias de agregados foram aplicadas, via presencial e googleforms, a Escala de Avaliação do Autoconceito de Piers-Harris, validada em 2012 para a população portuguesa por Veiga e Domingues e a Escala de Autoestima de Rosenberg, validada para a população portuguesa por Santos e Maia, em 2003, junto de 250 crianças/jovens, com idades compreendidas entre os 10 e os 21 anos de idade, sendo a média de idades de 16,43 (DP= 2,84), 63 a residir em casa de acolhimento, com medida de promoção e proteção em acolhimento residencial (25,2%), 129 em família biológica (51,6%), 33 em família monoparental (13,2%) e 25 em família reconstituída (10%), sendo a maioria do sexo feminino (55,2%). Como resultados, verificou-se que existem diferenças estatisticamente significativas (F(3;245=19,76); p=.000) relativamente ao autoconceito entre as crianças e jovens que habitam em acolhimento residencial (M=102,36; DP=23,94) e em famílias biológica (M=123,75; DP=15,99), monoparental (M=119,98; DP=16,57) e reconstituída (M=122,09; DP=16,67). Quanto à autoestima também se encontraram diferenças estatisticamente significativas (F(3;246)=10,223); p=.000) entre as crianças e jovens em acolhimento residencial (M=15,29; DP=6,72) e as crianças e jovens que habitam em família biológica (M=20,09; DP=5,39), família monoparental (M=18,70; DP=5,03) e em família reconstituída (M=20,08; DP=6,31). Como conclusão, verificou-se que o autoconceito e a autoestima são mais elevados nas crianças e jovens que habitam em família biológica, seguidos pelas que se encontram a residir em família reconstituída, depois os enquadrados em família monoparental e por último, as que apresentam um ajustamento emocional mais fragilizado, são as integradas em acolhimento residencial. Logo, é urgente intervir de forma multidisciplinar junto das crianças e jovens e das respetivas famílias monoparentais, reconstituídas e equipas técnica e educativa de acolhimento residencial promovendo o ajustamento emocional enquanto variável de proteção do seu desenvolvimento psicoemocional, relacional e social. Tendo em consideração que as crianças e jovens com medida de acolhimento residencial são as mais fragilizadas, torna-se premente desenvolver o seu ajustamento psicoemocional, desenvolvendo um modelo de intervenção concertado que promova a sua resiliência e capacitação.
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    Proteção das crianças e jovens em risco em contexto de acolhimento residencial. O projeto D’AR-TE
    (Editorial Dykinson, 2021) Gameiro, Fátima; Ferreira, Paula Isabel Marques; Pedro, Ana; Instituto de Serviço Social
    Acolher crianças e jovens em perigo é minimizar o perigo de não se ligarem, de não aprenderem a aprender e de não aprenderem a retirar prazer do desafio que é crescer. Na atualidade, as casas de acolhimento residenciais (CAR) confrontam-se com muitas limitações, logo urge a diferenciação, inovando. O D’AR-TE é um projeto piloto ao nível do modelo de intervenção em CAR, que pretende ser uma resposta inovadora, com integração sistémica de um conjunto de atividades de estimulação que visam o fomento de competências pessoais, de socialização interpessoal e de estímulo das relações. As atividades do D’AR-TE, dirigidas a 24 crianças e jovens em CAR, situam-se em torno de 2 eixos. O eixo “Promover o EU” inclui o Desporto (Judo e Ioga); um espaço de Arte (teatro/curta-metragem, música e expressão corporal/dança) e a Realidade Virtual (criação, desenvolvimento e utilização de ferramentas inovadoras de realidade virtual para promoção de funções executivas). O eixo “Promover o NÓS”, integra atividades grupais, com famílias (eficácia da partilha, comunicação assertiva pais-filhos e estabelecimento de fronteiras educativas) e com pares não institucionalizados (atividades desportivas, artísticas e recreativas que potenciem quebras de ciclos de isolamento relacional e social e diminuam o estigma social da institucionalização). A avaliação será desenvolvida em dois níveis. A nível intra-sujeito, no início e no fim do projeto, centrada em três domínios: comportamental (ocorrência de comportamentos agressivos na CAR e na escola; comportamento alimentar; utilização de psicofármacos, integração em consultas de especialidade; processos tutelares educativos e crime; notas escolares); fisiológico (níveis de cortisol) e cognitivo e emocional (competências individuais, relacionais e académicas; perceção de agressão, de suporte social; de autoconceito, de autoestima, de práticas parentais; avaliação do bebé; avaliação neuropsicológica). O segundo nível será inter-grupos, em que serão comparadas quatro CAR (duas que integram o D’AR-TE e outras duas que se constituirão como grupo de controlo). Pretende-se no final do projeto elaborar um manual de boas práticas e apresentar um modelo passível de ser replicado noutras CAR. PALAVRAS-CHAVE : Acolhimento Residencial; Crianças e Jovens em Perigo; Modelo de Intervenção
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    A arte na intervenção com crianças e jovens com medida de acolhimento residencial: D’AR-TE
    (Editorial Dykinson, 2021) Gameiro, Fátima; Ferreira, Paula Isabel Marques; Almeida, Miriam; Pedro, Ana; Instituto de Serviço Social
    PALAVRAS-CHAVE: Acolhimento Residencial ; Crianças e jovens em perigo ; Intervenção Social
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    Competências emocionais e sociais em contexto pós-pandémico, de guerra e de alterações climáticas
    (Dykinson S.L., 2023) Gameiro, Fátima; Ferreira, Paula Isabel Marques; Instituto de Serviço Social
    Competências emocionais e sociais traduzem-se num domínio multidimensional que incorpora sentimentos, personalidade, valores e comportamento e podem ser definidas como a capacidade para compreender, gerir e expressar questões emocionais e sociais de modo a alcançar uma gestão bem-sucedida do quotidiano. Perante o atual contexto mundial, onde a pandemia, a guerra e as alterações climáticas são uma realidade, foi definido como objetivo conhecer a perceção global de competências emocionais e sociais de uma amostra de indivíduos portugueses, o nível de conhecimento emocional, empatia, motivação, tomada de decisão e habilidades sociais. Pretendeu-se igualmente analisar o papel das características sociodemográficas. Participaram 429 indivíduos, 75,1% do sexo feminino, 4,2% adolescente, 33,6% jovem adulto, 53,8% adulto e 8,4% adulto maior, a maioria a residir em cidade (61,1%), casado/união de facto (52,4%), com o ensino superior (70,4%) e em situação laboral ativa (80,4%). Foi dado a conhecer o estudo nas redes sociais e aplicado um inquérito por questionário via Google forms com a caracterização sociodemográfica e a versão portuguesa da Escala Competências Sociais e Emocionais (SEC-Q). Os resultados demonstram uma perceção de competências emocionais e sociais mediana, sendo mais elevada no que respeita às habilidades sociais, seguidas do conhecimento emocional, tomada de decisão, motivação e mais reduzidas no domínio da empatia. As mulheres revelaram mais conhecimento emocional e habilidades sociais do que os homens. Os solteiros apresentaram mais habilidades sociais do que os casados/união de facto. Relativamente às habilitações literárias foram encontradas diferenças significativas ao nível das competências emocionais e sociais de forma global, revelando os indivíduos com habilitações mais baixas mais fragilidades ao nível do conhecimento emocional, das habilidades sociais e da tomada de decisão do que os indivíduos com habilitação secundária e superior. Quanto à ocupação, os estudantes apresentaram menos conhecimento emocional do que os empregados e os desempregados revelam-se mais desmotivados do que os empregados. Como conclusão, o atual contexto em que vivemos traduz-se em dificuldades relativas à empatia, o que representa uma fragilidade na compreensão dos sentimentos e pensamentos do outro e que pode ter repercussões a médio e longo prazo de elevado risco a nível da dinâmica societária. A um nível global, os indivíduos com o ensino básico apresentam menos competências emocionais e sociais. O conhecimento emocional é mais reduzido nos homens, nos estudantes e nos indivíduos que possuem o ensino básico. As habilidades sociais são mais elevadas nas mulheres, nos solteiros e nos indivíduos que possuem os graus secundário e superior. A motivação é mais reduzida nos que possuem o ensino básico e nos desempregados. A tomada de decisão revela-se mais frágil nos indivíduos com o ensino básico. Conclui-se a necessidade de promover resiliência ao nível das competências emocionais e sociais principalmente junto destes indivíduos.