Estratégias empresariais de design em Portugal

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Data

2006

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Editora

Edições Universitárias Lusófonas

Resumo

Não se pode falar em Portugal de estratégias de design prosseguidas por um número significativo de empresas e/ou instituições, com coerência expressiva. Porquê, então, um enunciado com esta formulação? Porque me apetece fazer uma intervenção politica, aproveitando a oportunidade que me é dada por este artigo para a revista Caleidoscópio. O tecido empresarial português não é uno, nem homogéneo e, portanto, deveremos traçar vários cenários, de acordo com as situações específicas existentes. A velocidade da aproximação do design às empresas dependerá dos contextos, nomeadamente, da cultura, da apetência e das condições objectivas para um desenvolvimento profícuo da actividade. Não vale a pena fazermos transposições impossíveis da panóplia de soluções e variantes internacionais no âmbito da gestão empresarial do design. Como noutras áreas do conhecimento microeconómico, algumas das teorias e soluções estudadas têm a ver com contextos muito específicos, com realidades muito diferentes, e sobretudo, com práticas e culturas sedimentadas de há muito. Começo por afirmar que, do ponto de vista da estrutura e da organização das PMEs portuguesas, o terreno é favorável à aproximação do design. Quer isto dizer que temos pela frente, pequenas e médias empresas geridas por uma pessoa, ou por um pequeno núcleo de pessoas, que dominam toda a área de gestão da empresa. Isto significa que a entrada do design se fará em ligação estreita com o poder, o que pode propiciar uma relação franca, aberta e permanentemente dialogante entre as equipas de design e de gestão, com todas as vantagens daí decorrentes. Poderemos mesmo pensar, no caso de uma intervenção de design sustentado, em situações em que os designers poderão, também, funcionar como consultores de estratégia, num misto de aconselhamento e acção. E tudo isto significa um terreno que propicia uma enorme margem de progressão para a disciplina quer em profundidade, quer em territórios de intervenção. Mas será que as acções no terreno se poderão desenvolver sob auspícios tão positivos?
In Portugal we cannot speak of design strategies implemented by a meaningful number of firms and/or entities, with expressive coherence. Why then a proposition thus phrased? Because I feel like making a political interven - tion, taking advantage of the opportunity provided by this paper for Caleidoscópio. The Portuguese business fabric is not tight, nor homogeneous and we should therefore draw several scenarios, according to the specific situations in existence. How fast design meets firms will depend on the contexts, namely, on the culture, willingness and objective conditions for the fruitful development of the activity. There is no point in making impossible transpositions of the variety of international solutions and variants in the field of business management in design. As with other areas of microeconomic knowledge, some of the theories and solutions studied are related to very specific contexts, with very different realities and, above all, with practices and cultures that have been sedimented for long. I will start by saying that, from the point of view of the structure and organization of the Portuguese SMEs, the context favours a closer involvement with design. In other words, we face small and mediumsized enterprises managed by one person, or by a small group of people who control the whole management area of the firm. This means that the entry of design will take place in close association with power, which in turn may promote a frank, open and continually communicating relation between the design and the management teams, with all the ensuing advantages. We may even think, in the case of a sustainable design intervention, of situations where the designers may also serve as strategy consultants, in a mixed role of advisors and actors. And all this implies a context which fosters a wide margin for progression towards the discipline, both in depth and in areas of intervention. But will it be possible for the actions in the field to grow under such positive auspices?

Descrição

Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura

Palavras-chave

COMUNICAÇÃO, DESIGN, ECOLOGIA, ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS, COMMUNICATION, DESIGN, ECOLOGY, BUSINESS STRATEGIES

Citação

Branco , J 2006 , ' Estratégias empresariais de design em Portugal ' , Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura .

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