Motivação dos nutricionistas/dietistas : antecedentes e consequências para a prática clínica

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Data

2020

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Editora

Acta Portuguesa de Nutrição

Resumo

INTRODUÇÃO: A teoria da autodeterminação sugere que o contexto social e laboral tem impacto na motivação dos indivíduos, com diferentes consequências a nível comportamental. OBJETIVOS: Determinar a associação entre a motivação para o trabalho, as pressões percebidas neste contexto e as estratégias motivacionais utilizadas na prática clínica, numa amostra de nutricionistas/dietistas. METODOLOGIA: Participaram neste estudo 134 profissionais, tendo-se avaliado as suas características sociodemográficas e inerentes à profissão. Nos profissionais que exerciam em contexto clínico, avaliou-se ainda a sua motivação para o trabalho, a pressão percebida no trabalho e a perceção da utilização de estratégias motivacionais de suporte vs. de controlo na sua prática clínica, com recurso a versões adaptadas e/ou traduzidas de instrumentos validados internacionalmente. RESULTADOS: Cerca de 96% dos participantes eram mulheres, tinham em média 29,3 ± 6,5 anos, e cerca de 75% exerciam na área da nutrição clínica. Observou-se uma associação positiva entre a motivação intrínseca para o trabalho e o uso de estratégias motivacionais de suporte da autonomia e entre a motivação externa e amotivação e o uso de estratégias de controlo (p<0.05). Os vários tipos de pressão percebida associaram-se de forma positiva com motivações mais controladas e com o uso de estratégias controladoras. CONCLUSÕES: Nutricionistas/dietistas mais autodeterminados, com contextos de trabalho menos pressionantes, tendem a utilizar estratégias motivacionais de suporte para com os seus clientes, com potencial impacto positivo no comportamento dos mesmos.
ABSTRACT INTRODUCTION: Self-determination theory suggests that the social and work context has an impact on individuals’ motivation with different consequences at the behavioral level. OBJECTIVES: To determine the association between work motivation, perceived job pressures and motivational strategies used in clinical practice in a sample of nutritionists/dietitians. METHODOLOGY: About 134 professionals participated in this study, completing a questionnaire developed to assess sociodemographics and the characteristics of their profession. The ones who worked in a clinical setting also completed a psychometric battery of adapted and/or translated versions of internationally validated questionnaires to assess their motivation for work, job pressures and perceived use of motivational supporting vs. controlling strategies in their clinical practice. RESULTS: About 96% of the participants were women (29,3 ± 6,5 years) and about 75% worked in the area of clinical nutrition. There was a positive association between intrinsic motivation for work and the use of motivational strategies to support autonomy and between external motivation and the use of controlling strategies (p<0,05). The various types of perceived job pressure were positively associated with more controlled motivations and with the use of controlling strategies. CONCLUSIONS: More self-determined nutritionists/dietitians, with a less stressful work context, tend to use motivational supporting strategies towards their patients/clients, with a potential positive impact on their behavior.

Descrição

Acta Portuguesa de Nutrição

Palavras-chave

SAÚDE, NUTRICIONISTAS, MOTIVAÇÃO, PROFISSÕES, TRABALHO, TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO, HEALTH, NUTRITIONISTS, MOTIVATION, PROFESSIONS, LABOUR, SELF-DETERMINATION THEORY

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