Rio Frio: Memória duma Herdade Agrícola

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Data

2009

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Editora

Marca D'Agua

Resumo

A “Memórias da Herdade Rio Frio” é um trabalho que tem como objectivo identificar as heranças mais significativas da dinâmica agrícola da herdade de Rio Frio, dos seus protagonistas e do contexto económico em que decorreu. Iniciamos com uma caracterização geral do território. Que tipo de imagens este território foi apresentando e como é que ele pode ser lido em função das iconologias regionais. De seguida, procuramos desenvolver a caracterização do território, da sua geomorfologia à sua integração nas dinâmicas da transformação da paisagem através das actividades agrícolas. Procurou-se reconstituir na medida do possível a evolução do território, com base nas várias cartografias e memórias que foram escritas. Em terceiro lugar procuramos detalhar o uso que cada proprietário foi dando ao seu território, as principais transformações que lhe foram adicionando. Aqui individualiza-se cada proprietário, com um natural destaque para a figura de José Maria dos Santos que cria a sociedade agrícola de Rio Frio e nele implanta a maior vinha do mundo. Um elemento que se destaca pelo valor de herança que assume no âmbito do desenvolvimento agrícola em Portugal, onde a herdade se transforma num modelo. Através dos seus herdeiros, procuramos detectar os ritmos de adaptação e transformação da herdade até aos anos em que se começa a pressentir a introdução de outras dinâmicas regionais que conduzem à lenta dissolução da sua vocação agrícola. Num quarto momento fomos procurar retratos das actividades agrícolas em Rio Frio. Fomos procurar os sentidos e os pulsares dos trabalhos agrícolas e dos seus significados. Em quinto lugar procuramos a contextualização da herdade através de curtas referências à dinâmica da agricultura e da viticultura portuguesa, essencialmente entre os anos de 1850 e 1960. No âmbito desta dinâmica desenhamos um quadro de evolução duma polémica que têm atravessado o debate agrícola: “o atraso da agricultura portuguesa”. Os aspectos essenciais desta polémica confrontado com o que em cada tempo era a realidade agrícola de Rio Frio e o que isso representa no âmbito das leituras dos seus contemporâneos, permite concluir que Rio Frio foi um caso exemplar. No fundo o que foi feito em Rio Frio, os investimentos tecnológicos voltados para a inovação e para o aumento da produtividade, numa perspectiva de mercado apresentam uma interessante actualidade, nos debates do tempo, e numa leitura da actualidade. Abordamos ainda duma forma sintética a evolução da Real Associação Central da Agricultura Portuguesa, organização de que José Maria dos Santos foi fundador, essencialmente na busca de informação sobre as actividades deste lavrador nessa associação. Finalizamos com um quadro sobre a forma como o património, em rio Frio e na sua envolvência tem sido referenciado. Trata-se basicamente dum inventário de questões patrimoniais, sobre as quais a leitura de contextualização deste trabalho permitirá avançar na produção de uma rentabilização da memória e da herança. Foi um trabalho essencialmente executado com base nas informações pesquisadas em arquivos públicos bibliotecas em busca de elementos relevantes. Foram assim visitados os Arquivos Municipais de Alcochete; Montijo; Palmela; o Arquivo Distrital de Setúbal; Ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo; O Arquivo do Instituto de Ciências Sociais; o Arquivo da Fundação Alter Real e as Bibliotecas de Montijo, Alcochete e Palmela a Biblioteca Nacional e a Junta de Freguesia do Pinhal Novo; a Biblioteca do Instituto Superior de Agronomia, a Cartoteca do Centro de Estudos Geográficos, o Instituto Geográfico Cadastral, o Instituto Geográfico do Exercito e a Divisão da Arma de Engenharia do Estado Maior do Exército.

Descrição

Palavras-chave

HISTÓRIA DA AGRICULTURA

Citação

Leite, Pedro Pereira

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