Museus-Casas: Um Olhar Fenomenológico

Miniatura indisponível

Data

2016

Título da revista

ISSN da revista

Título do Volume

Editora

Edições Universitárias Lusófonas

Resumo

O objetivo da comunicação é elaborar, tendo em vista a espacialidade própria aos museus-casas, uma investigação de caráter fenomenológico. Tal caráter se desvela através da consideração de todo e qualquer objeto como dotado de uma infinidade de significações, que somente se delimitam no instante em que este entra em relação. Nosso ponto de partida é a duplicidade do objeto “museu-casa”: enquanto objeto voltado para o habitante da casa e suas construções de sentido; e enquanto objeto voltado para o olhar e as expectativas do visitante da casa, daquele que perscruta a fronteira movediça e intangível, que separa e reúne tempos, espaços e significâncias tecidas pela relação casa-morador-visitante. É sabida a impossibilidade de se reconstruir com fidelidade absoluta e inconteste a “aura” da casa de outros tempos, assim como sabe-se da atual tendência a afastar o objetivo do museu-casa de tais pretensões. A ausência dos moradores e o deslocamento espaço-temporal são alguns dos fatores que impedem um olhar direto à casa per se. Apesar deste distanciamento tomado da casa em sua dinâmica própria, há um fator considerado privilegiado quando se trata das relações entre os ambientes re-encenados e o visitante, por concernir ao próprio do museu-casa: a intimidade evocada. Aquilo que diferencia o museu-casa de outros museus e que estimula, no visitante, uma receptividade peculiar, a saber, a curiosidade por conhecer, ainda que deslocados de seu espaço-tempo e movimento próprios, os espaços secretos de uma personagem histórica. Ao contrário dos elementos revelados pelo habitante da casa, que pertencem ao âmbito do público e exposto, temos com o museu-casa, a oportunidade de acessar o universo íntimo do morador, recriando o dado, re-colorindo os ambientes. Sob este aspecto, a casa aberta à visitação se revela como plataforma propícia a um estetizar que faz dos objetos expressões, assim como faz do visitante artista ativo do espaço íntimo.
The goal of this paper is to prepare a phenomenological research, with a view to the spatiality of “historic house museums”. This character is revealed through the consideration that any object has a multitude of meanings that only if limited at the moment that it enters into this relationship. Our starting point is the duplication of the object "historic house museums”: as an object to the inhabitant of the house and its constructions of meaning; and as an object facing the look and visitor expectation of the house, one who scrutinizes the shifting and intangible border that separates and unites time, space and significances woven by home-resident-visitor relationship. It is known that it is impossible to reconstruct with absolute and unquestioned loyalty the "aura" of the house of former times. The absence of residents and the spatio-temporal displacement are some of the factors that prevent a direct look at the house per se. What differentiates the "historic house museums”of other museums and stimulates the visitor, a peculiar receptivity, namely the curiosity to know, although displaced from their space-time and move themselves, the secret spaces of a historical character. Unlike the elements revealed by the inhabitant of the house, which belong to the scope of the public and exposed, we have with the "historic house museums”, the opportunity to access the intimate universe of the inhabitant, recreating the data, re-coloring environments. In this regard, the house open to visitors is revealed as favorable platform to a aestheticize that makes objects expressions, as does the visitor active artist intimate space.

Descrição

Cadernos de Sociomuseologia

Palavras-chave

FENOMENOLOGIA , PHENOMENOLOGY, ESTÉTICA, AESTHETICS, MUSEOLOGIA, MUSEOLOGY

Citação