Diversidade relacional e olhares mediáticos: uma década de representações jornalísticas de não-monogamias consensuais em Portugal

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2021

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Resumo

O contexto dos Direitos Humanos e da cidadania íntima (PLUMMER, 1995) é frequentemente usado para explorar o poliamor (CARDOSO, 2017) e outras formas de relacionamentos alternativos à mono-normatividade (PIEPER; BAUER, 2005). O activismo em torno destes temas tende a seguir de perto a agenda política traçada em primeira instância pela comunidade LGBTQ+, sendo algumas das suas expressões mais visíveis as que se alinham com a conquista de direitos dentro do contexto das democracias liberais (AVIRAM, 2010; AVIRAM; LEACHMAN, 2015; SANTIAGO, 2015). Estudar a forma como as Não-Monogamias Consensuais (NMCs) são representadas na imprensa permite compreender a cobertura do tema, a linguagem usada, os actores sociais mobilizados, e que conceitos são passados para o público em geral. Este artigo apresenta os resultados da análise da cobertura noticiosa sobre NMCs em Portugal, na imprensa escrita, entre 2010 e 2020, através de análise de conteúdo a 238 artigos, e permite compreender que, apesar de o poliamor ter entrado de forma generalizada no vocabulário comum, a agenda mediática parece pouco sensibilizada para com as actividades e publicações de activistas sobre NMCs em Portugal, demonstrando uma limitada capacidade destes em impactar a agenda mediática e contribuindo para um foco individualizante e potencialmente despolitizado. Isto, por sua vez, dificulta a integração da diversidade de orientação relacional como um elemento plenipotenciário da organização de identidades e comunidades íntimas e seus sujeitos como detentores de direitos políticos válidos.

Descrição

Revista Communitas

Palavras-chave

COMUNICAÇÃO, IMPRENSA, JORNALISMO, POLIAMOR, RELAÇÕES DE INTIMIDADE, PORTUGAL, COMMUNICATION, PRESS, JOURNALISM, POLYAMORY, INTIMATE RELATIONSHIP, PORTUGAL

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