Patrimónios culturais africanos: as velhas colecções e a nova África
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Data
2009
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Editora
Edições Universitárias Lusófonas
Resumo
Os grandes movimentos de autonomia política que levaram à independência das colónias africanas a partir dos anos 60 não tiveram igual afirmação na sua componente cultural. Boa parte das elites africanas formadas nas metrópoles dos países colonizadores ignorava os valores e tradições dos povos a que pertenciam. Por outro lado os países colonizadores, uma vez alcançada a independência, desvalorizaram a componente dos estudos culturais desses povos (estudos de etnografia, trabalhos de campo, enriquecimento das colecções). As colecções etnográficas dos museus coloniais foram cada vez mais ignoradas pelos países que as detinham e não chegaram a ser conhecidas pelos novos líderes africanos; tornaram-se assim um património duplamente esquecido. E contudo a nova África redescobre o seu passado: valoriza as suas tradições, retoma muitas práticas de direito consuetudinário, inspira-se em mitos e rituais africanos para exprimir novas formas de produção artística. As velhas colecções e os seus detentores não podem por mais tempo ignorar esta realidade. Este é o tema a discutir.
Autonomist political movements that lead to african colonial independency since the 60's didn't have the same influence in his cultural component. Most of african elite educated in metropoles ignored a significant part of their people's values and traditions. On the other side, colonising countries, since the independency, devalued these people's cultural studies (ethnographic studies, work fiel, collections 'enrichment). Colonial museums' ethnographic collections were more often than not, ignored by his possessors and didn't were even recognized by the new african leadership, becoming in this way a double forgotten patrimony.Nevertheless the new Africa rediscovers his past, valorises his traditions, and retakes many practices of consuetudinary law, inspired in african myths and rituals to express new ways of artistic production.Old collections and his possessors cannot for much longer ignore this reality. This essay pretends to introduce this question.
Autonomist political movements that lead to african colonial independency since the 60's didn't have the same influence in his cultural component. Most of african elite educated in metropoles ignored a significant part of their people's values and traditions. On the other side, colonising countries, since the independency, devalued these people's cultural studies (ethnographic studies, work fiel, collections 'enrichment). Colonial museums' ethnographic collections were more often than not, ignored by his possessors and didn't were even recognized by the new african leadership, becoming in this way a double forgotten patrimony.Nevertheless the new Africa rediscovers his past, valorises his traditions, and retakes many practices of consuetudinary law, inspired in african myths and rituals to express new ways of artistic production.Old collections and his possessors cannot for much longer ignore this reality. This essay pretends to introduce this question.
Descrição
Africanologia : Revista Lusófona de Estudos Africanos
Palavras-chave
ESTUDOS LUSÓFONOS, PATRIMÓNIO CULTURAL, ÁFRICA, ESTUDOS AFRICANOS, ETNOGRAFIA, CULTURAL HERITAGE, LUSOPHONE STUDIES, AFRICAN STUDIES, ETHNOGRAPHY, AFRICA
Citação
Areia , M L R D 2009 , ' Patrimónios culturais africanos: as velhas colecções e a nova África ' , Africanologia : Revista Lusófona de Estudos Africanos .