Governo e salvação do corpo : a lenta inflexão do discurso da salvação

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Data

2010

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Editora

Edições Universitárias Lusófonas

Resumo

Neste artigo, pretende-se analisar a forma como o aparecimento do Estado moderno veio colocar o problema do capital-vida, conduzindo à magna questão da salvação do corpo como uma das suas preocupações e uma das suas metas. Interessa-nos sobretudo saber como se deu início à operação de salvação do corpo, partindo do pressuposto que a formação do Estado e do governo visam, em última análise, conservar todos os membros da sociedade. A compreensão deste problema passa pela ideia da governamentalidade, conceito que expressa o trajecto intelectual de Foucault e que contém, por sua vez, o conceito de biopoder que toma forma com a ideia de biopolítica da população e com a anatomia política do corpo. Ao contrário da cura das almas o cuidar do corpo insere-se num certo uso terapêutico que exige novas competências. Procura-se fugir da doença porque agora valoriza-se não o sofrimento mas o bem-estar (salvação do corpo). A saúde passa a ser a chave de acesso aos prazeres e não o desejo de penitência que sacralizava o sofrimento. A nova relação saúde-doença, veio colocar a necessidade de salvar o corpo, uma vez que a antiga retórica religiosa da redenção é agora substituída por um discurso laico se bem que o auto-controlo e a reflexividade, enquanto espaços de gestão da liberdade individual, façam também parte integrante do governo de salvação. A sociedade salva-se na medida em que souber salvar o corpo.
This article aims to analyze how the emergence of the modern state has placed the problem of capital-life, leading to the great question of salvation of the body as one of your concerns and one of its goals. We are interested in particular how it started the rescue operation of the body, assuming that the training of state and government aimed, ultimately, keep all members of society. Understanding this problem is the idea of governmentality, a concept that expresses the intellectual journey of Foucault and contains, in turn, the concept of biopower that took shape with the idea of biopolitics of the population and the political anatomy of the body. Unlike the cure of souls taking care of the body part of a certain therapeutic use that requires new skills. Seeks to escape the disease because now is valued not suffering but the well-being (salvation of the body). Health becomes the access key to the pleasures and not the desire of penance sacralized suffering. The new relationship between health and disease has placed the need to save the body, since the old religious rhetoric of redemption is now replaced by a secular discourse although the self-control and reflexivity, as space management of individual freedom, make also part of the government of salvation. The society is saved as you know to save the body.

Descrição

Entretextos

Palavras-chave

EDUCAÇÃO, EDUCATION, BIOPOLÍTICA, BIOPOLITICS, CORPO HUMANO, HUMAN BODY, PRAZER, PLEASURE, DOENÇAS, DISEASES, ESTADO NOVO, PROFESSORES, TEACHERS, PORTUGAL, ESTADO NOVO, PORTUGAL

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