Entretextos (2010)

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    Educação no Campo e as Classes Multisseriadas – Um Enfoque no Currículo Multicultural 3
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Andrade, Wellingta Magnolia Lacerda Leite de
    A Educação no campo vive um estágio de precariedade no Brasil. E neste cenário, as classes multisseriadas são implantadas de forma a improvisar um sistema que deveria ter investimentos não apenas de infra-estrutura, bem como de qualificação docente e formação crítica no currículo destes profissionais. Neste processo, o currículo multicultural surge como uma alternativa de enriquecimento e embasamento para inserção da diversidade cultural no ambiente escolar, o que acaba por promover a inclusão no ambiente escolar e social. Assim sendo, o presente artigo tem como objetivo não apenas explanar sobre a realidade da educação no campo e a implantação das classes multisseriadas, como principalmente argumentar sobre a importância e influência do currículo multicultural no contexto escolar. Para tanto, em termos metodológicos, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica e exploratória acerca do tema, tendo como base a análise qualitativa, sob cunho interpretativo das informações. Por fim, pudemos considerar a relação do currículo multicultural como uma ferramenta de extrema influência na formação de uma sociedade mais integrada, a partir de suas funções no discurso crítico e centrada na discussão de novas ideias consubstanciadas na realidade de cada comunidade do campo.
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    Revisitar o passado da língua portuguesa para melhor compreender o presente
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Ricardo, Maria Manuel Calvet
    As questões que se podem colocar no século XXI, no momento em que, após muitos convénios e vicissitudes, nos preparamos para implementar o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa aprovado em Lisboa em 1990, ratificado pela Assembleia da República e promulgado pelo Presidente da República em 2008, são de carácter histórico e político-económico. Através dos documentos e textos de referência ou literários que constituem o património da língua portuguesa compreenderemos melhor as tomadas de posição formais e informais sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
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    A Educação Inclusiva não é uma utopia
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Catrola, Manuela; Silva, Maria Odete Emygdio da
    A inclusão dos alunos considerados com necessidades educativas especiais (NEE) implica mudanças a nível da organização da escola, em particular quando os alunos têm problemáticas complexas como é o caso do autismo. Sendo uma questão de direitos, a inclusão atravessa dimensões que se prendem com deontologia, ética e valores. É nesse sentido que ela não pode perspectivar-se sem ser em termos de educação inclusiva. Com esta comunicação queremos apresentar alguns dados relativamente à intervenção que realizámos numa turma do 3º ano, na qual havia um aluno diagnosticado como tendo perturbações do espectro do autismo. De acordo com Hobson (1995), estas perturbações implicam, de um modo geral, anomalias na capacidade de relação; dificuldade em partilhar experiências com os outros; dificuldade na compreensão das reacções de medo ou de mal-estar manifestadas por quem os rodeia; problemas no uso adequado das regras de comportamento social; anomalias na autopercepção e expressão de sentimentos; uso descontextualizado de acções, atitudes e de linguagem; anomalias no desenvolvimento do vínculo afectivo aos outros; problemas na definição da autoconsciência. Partindo do pressuposto que a interacção que se estabelece num grupo é fundamental para a aprendizagem de todos, a nossa intervenção, cujos fundamentos assentaram na investigação-acção, procurou que o trabalho desenvolvido com todos e para todos se organizasse inicialmente a pares e depois em pequenos grupos, de modo a criar condições facilitadoras da comunicação e, consequentemente, da aprendizagem. A sua avaliação permitiu-nos concluir acerca da importância deste processo investigativo e da educação inclusiva. Perspectivado como um elemento da turma pelos seus colegas e sentindo-se a fazer parte da mesma, este aluno fez aprendizagens significativas a nível académico e social. A turma tornou-se mais coesa e, sobretudo, mais solidária, na medida em que ajudar, colaborar e cooperar, passou a ser uma situação comum.
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    A Formação Cívica e a prevenção das toxicodependências
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Baptista, Nazaré
    Pretendemos, no âmbito deste artigo e recorrendo a um enquadramento teórico, reflectir sobre o contributo que a área curricular não disciplinar designada por Formação Cívica pode dar à prevenção das toxicodependências em contexto escolar. Para isso e numa tentativa de clarificação da pertinência desta reflexão, apelamos a diferentes autores. Nas conclusões finais reflectimos sobre o papel que a Formação Cívica pode desempenhar na prevenção desta tipologia de comportamentos.
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    A função inalienável das Artes Visuais (a propósito de um Mestrado de Habilitação Profissional para a Docência)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Duarte, José Bernardino
    O ensino das artes visuais (e das outras artes…) tem sido remetido para um plano de secundaridade nas nossas escolas. Neste artigo se procura refletir sobre as potencialidades das artes em geral e, de um modo mais focalizado, das artes visuais numa outra possível integração no currículo escolar e descrevem-se exemplos de como obras de arte funcionam como referências fundamentais em situações complexas da vida. Conclui-se que, se a capacidade crítica de cada homem e mulher face à sua própria vivência e à múltipla informação envolvente é a condição sine qua non ao progresso material e social da humanidade, as artes visuais, em conexão com outras formas de conhecimento, têm uma função inalienável na procura de futuros alternativos.
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    A educação inclusiva: uma estratégia que responde a todos
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Anica, Gertrudes Maria Belas; Silva, Maria Odete Emygdio da
    A paralisia cerebral é um dos factores que frequentemente leva a graves perturbações na comunicação. Estas limitações causam enormes barreiras no desenvolvimento dos indivíduos, sendo importante proporcionar àqueles que apresentam disfunções na comunicação os meios para se expressarem e comunicarem. A comunicação aumentativa tem como objectivo proporcionar as ajudas técnicas específicas que ampliem as capacidades de expressão permitindo compensar as disfunções comunicativas e proporcionar a comunicação, a aprendizagem, a interacção, a autonomia, melhorando as competências globais dos indivíduos e possibilitando-lhes uma melhor qualidade de vida. Este trabalho resultou da intervenção fundamentada nos pressupostos e nos procedimentos da intervenção-acção com uma aluna com Paralisia Cerebral e sem linguagem oral, com o objectivo de melhorar os seus níveis de interacção com os pares, os professores e os familiares. Esta intervenção centrou-se no desenvolvimento e na aplicação de um sistema aumentativo de comunicação e numa perspectiva ecológica de desenvolvimento, promoveu uma maior adaptação da aluna ao meio envolvente, a sua inclusão na turma e a sua socialização na comunidade escolar.
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    O ensino liceal em Portugal no início do Estado Novo: Reflexões em torno do I Congresso Pedagógico do Ensino Secundário Oficial
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Mimoso, Anabela; Cavadas, Bento
    Os primeiros anos do novo regime, beneficiando de um clima de uma certa indefinição política, ao contrário do que seria de esperar, significaram para os professores do ensino liceal a tão ansiada possibilidade de realização de um congresso (almejado desde 1913) e também a sua união em torno de uma associação. Assim, em 1926, apareceu a Federação das Associações dos Professores dos Liceus Portugueses. Depois de aprovados os respectivos estatutos, votou o I Congresso do Ensino Secundário Oficial que se realizou em Aveiro no ano seguinte, seguido de mais quatro até 1931. O I Congresso, bem como os seguintes, não se dedicou exclusivamente a problemas pedagógicos e científicos, mas serviu também para a reivindicação de direitos dos professores. No caso específico do Congresso de 1927, foram discutidos vários assuntos relacionados com a organização curricular e o papel dos liceus. Este trabalho apresenta os resultados da análise desse documento único que constitui as actas do I Congresso. Através do cruzamento com o estudo de outras fontes, como revistas pedagógicas e jornais da época, esse estudo permitiu aferir nesse período de transição social e política o status quo do ensino liceal e da profissão docente.
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    Sobrevoando a deficiência: do que os portugueses pensam ao que os políticos fazem
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Sanches, Isabel Rodrigues
    Este “olhar” sobre a deficiência, em Portugal, procura dar conta do que para os portugueses significa ser contemplado com uma deficiência, qualquer que ela seja. Nascer deficiente ou adquirir a deficiência pelos azares da vida é a maior tragédia que pode acontecer ao próprio e aos familiares. Uma cultura de inferiorização, de incapacidade, de inutilidade e de comiseração está patente nas relações entre os « normais » e os considerados deficientes. Pelos obstáculos que a sociedade portuguesa normalizada cria (in)conscientemente, as pessoas em situação de deficiência têm uma vida cheia de barreiras que impede o seu acesso a cidadão de pleno direito. A caminhada para um outro “olhar” já começou, derrubando barreiras sociais e humanas, num jeito de maior humanização e cidadania plena.
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    O papel da escola no reforço da ética e valores relativamente à inclusão
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Nicolau, Paula Cristina Leitão; Silva, Maria Odete Emygdio da
    Durante muito tempo as pessoas em situação de deficiência ou com necessidades especiais foram marcadas pela segregação e marginalização. Defendemos hoje a Educação Inclusiva, destinada a TODOS os alunos. Já não é o aluno que se adapta à Escola mas esta que deverá adaptar-se à diversidade da sua população. Apesar de características comuns, os alunos com perturbações do espectro do autismo têm particularidades e especificidades próprias, pelo que há que aceitar a diferença e gerir a diversidade através de estratégias de aprendizagem, adequação de métodos e de técnicas, de modo a permitir o sucesso educativo destes e de todos os alunos. Esta comunicação decorre da intervenção, fundamentada nos pressupostos e nos procedimentos da investigação-acção, que realizámos no âmbito da inclusão de um aluno com diagnóstico provável de síndroma de Asperger, que frequentava o 7º ano de escolaridade. Partimos do princípio que o desenvolvimento de actividades de cariz funcional com o aluno, realizadas no âmbito da unidade de ensino estrutrurado e da sua turma, de modo a que todos interagissem entre si, melhorava a autonomia pessoal e social de todos e, em particular, a sua. Neste sentido, planificámos cada uma das sessões, relativamente às quais procurámos fazer uma avaliação rigorosa, tendo em vista a sua reformulação, sempre que necessário. A avaliação que fazemos do processo e do produto permite-nos confirmar a importância da intervenção do professor perspectivada deste modo e da interacção como factor determinante para a aprendizagem.
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    Escola inclusiva: que formação de professores?
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Silva, Maria Odete Emygdio da
    A inclusão, entendida como educação inclusiva, apela ao desempenho de actividades e de tarefas por parte da comunidade escolar que se revestem de alguma complexidade, sobretudo quando estamos em presença de alunos com necessidades educativas especiais complexas. Falar de inclusão pressupõe considerar a escola como um lugar privilegiado de interacção de políticas, de culturas e de práticas de aprendizagens significativas, baseadas na cooperação e na diferenciação inclusiva, de modo a que o sucesso para todos e com todos os alunos, respeitando a sua diversidade física, racial ou religiosa, possa ser uma realidade. Nesse sentido, a inclusão implica que as escolas se organizem para responder à população que atendem. Esta organização depende, naturalmente, de dispositivos legislativos, mas é necessário, indiscutivelmente, que as escolas sejam capazes de articular respostas capazes entre os diferentes actores que intervêm no processo dos alunos, alguns dos quais nem sempre pertencem ao âmbito da educação. A formação de professores, neste contexto, reveste-se, assim, da maior importância, desde que tenha em conta as suas preocupações, as suas dificuldades e as próprias expectativas quanto às respostas que for capaz de ajudar a equacionar.
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    Os saberes e poderes da reforma de 1905
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Brás, José Gregório Viegas; Gonçalves, Maria Neves L.
    Neste artigo, revisitamos a reforma de 1905 ao nível das inovações curriculares e dos dispositivos pedagógicos que a singularizaram. Como enfoques metodológicos, assumimos o currículo enquanto construção social, e estabelecemos uma conexão entre pedagogia do poder e do saber, na linha de Nietzsche e de Foucault de que, por detrás de todo o saber, o que está em jogo é uma luta de poder, estando o poder político intrinsecamente correlacionado com o saber. Abordamos, num primeiro momento, a nova configuração curricular proposta por este diploma - elaborado pelo director geral de Instrução Pública, Abel Andrade, e promulgado pelo ministro do Reino, Eduardo José Coelho - e colocamos em evidência, por um lado, os mecanismos que fizeram com que a educação física integrasse definitivamente o currículo dos alunos do liceu e, por outro, a forma como abriu caminho para um novo conhecimento e para uma nova construção do corpo. Num segundo momento, relevamos a importância do que designamos por novos mecanismos de regulação onde incluímos o caderno diário, o incentivo à prática pedagógica de arquivar e expor os trabalhos dos alunos e a cooperação entre o liceu e a família. Por fim, concluímos que esta reforma deve ser vista em articulação com a reforma anterior de Jaime Moniz e que ambas acabam por corresponder a duas peças fundamentais do movimento reformista cuja aposta, em última análise, era a formação da futura elite governante.
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    Vencer barreiras. O acesso dos cegos à escolarização
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Sanches, Isabel Rodrigues; Ruivo, Alda
    Pretende-se com este artigo fazer o retrato de uma época, no que à escolarização dos cegos diz respeito, através do testemunho de quem viveu e venceu as barreiras que o sistema educativo e a própria sociedade impunha. É uma aventura contada, na primeira pessoa, por quatro protagonistas que encontraram na sua deficiência visual a pedra de toque para uma vida cheia de desafios e de conquistas que os tornou únicos na sua família e na comunidade à qual pertencem. Todos são pessoas realizadas, em termos pessoais e profissionais, sem medo de enfrentar os seus colegas de profissão, os amigos e os menos amigos.
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    Corpo, sociedade e escola: sensibilidade educativa
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Brás, José Gregório Viegas
    Neste artigo analisa-se a conexão entre estas três dimensões: corpo, sociedade e escola. Se cada sociedade tem o seu padrão cultural e se a cultura não é estática porque é recriada por cada um de nós, o homem passa a ser não só intérprete mas também criador de cultura. É da relação da natureza com a cultura que nasce uma outra realidade que designamos por CORPO. A construção o corpo processa-se no plano cultural e social sendo aqui que ele é inventado, dando origem à formação de uma nova realidade suprabiológica de grande carga simbólica. É pelos mitos, ritos, crenças, que o homem atribui um significado ao mundo e a seus objectos. Acresce que a escola encerra, no dizer de Michel Foucault (1987), um tipo específico de poder - o poder disciplinar que actua sobre o adestramento do corpo. Na escola, o controlo do corpo é feito na moldura do tempo e do espaço uma vez que são vigiados os gestos, as posturas e, todas as operações do corpo - o levantar do braço, o virar a cabeça, o sentar e o levantar, o falar e o estar calado, etc. Assim, o que se nos afigura imperioso é ter uma nova sensibilidade educativa para tornar inteligível a interrelação entre corpo, sociedade e a escola.
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    Conceptualizando… De anormal a pessoa em situação de deficiência: revisitando e contextualizando conceitos
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Sanches, Isabel Rodrigues
    Sabendo que os conceitos são portadores de significado e indutores de comportamentos, importa enquadrá-los nos contextos sócio-educativos em que se originam e evoluem. Como mostra a reflexão que se segue, as diferentes denominações das situações de deficiência reflectem ou tentam reflectir os diferentes “olhares” que a sociedade em geral e a escola em particular veiculam e operacionalizam. Partindo do conceito de anormal, de utilização ainda bem recente (anos setenta, século passado), hoje considerado um insulto, até ao conceito de pessoa em situação de deficiência, hoje o mais adequado, mas muito pouco utilizado, fez-se um longo percurso conceptual, na forma e no conteúdo (deficiente e pessoa com deficiência), que é também um bocadinho da história das mentalidades e dos comportamentos, no que à deficiência diz respeito.
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    De volta às origens: a reinserção da filosofia nos currículos escolares brasileiros
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Santos, Marival Matos dos
    O ensino e a aprendizagem da filosofia é, antes de tudo, uma arte que desenvolve as faculdades de julgar e raciocinar em geral, e está atualmente revivida nas escolas em todos os níveis. O seu papel, como força reflexiva, assumiu relevância não só no passado, mas, sobretudo, no presente, porque o pensar filosófico possibilita o desenvolvimento de seres humanos mais criativos, críticos, reflexivos, independentes e comprometidos eticamente com as instituições humanas, em um novo mundo, movido pelo empreendedorismo, e põe em xeque o homem robotizado que apertava parafusos. Este novo mundo exige profissionais pro-ativos, capazes de pensar autonomamente e tomar decisões. Todavia, por que ensinar filosofia, se, de um lado, a juventude está apenas interessada em garantir o seu futuro, ouvindo os ditames do mercado, a partir de uma profissão que ofereça as garantias de sucesso, segurança e estabilidade imediatas, e de outro lado, a própria evolução científica e tecnológica nos oferecem facilidades que acabam criando os analfabetos funcionais e reintroduz o homem robô num mundo cibernético, para saber apertar, apenas, algumas teclas de computador. Deste modo, qual o sentido de se ensinar e estudar filosofia se o conhecimento científico e as inovações tecnológicas substituíram a sabedoria? Por que introduzir nos currículos escolares um saber que aparentemente não tem utilidade, numa sociedade em que o espírito dominante é o do utilitarismo, do consumo, do imediatismo e da acumulação de capitais e de riqueza se a riqueza da “mais-valia” da filosofia não combina com a “mais-valia” do mercado?
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    Polissemias : o corpo múltiplo e as suas representações
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Almeida, Valentina de
    Este texto analisa as representações corporais e os limites da sua representabilidade, numa sociedade predominantemente visual. Tendo em consideração, por um lado, os contributos teóricos de Michel Foucault e, nomeadamente, a sua noção de corpo dócil e, por outro lado, o conceito de um corpo vivido, postulado por Merleau-Ponty, reflecte-se sobre a forma como o corpo social e “construído” interage com o meio e sobre a possibilidade de se construírem definições precisas e estáveis de uma noção de corpo. O meio escolar é palco privilegiado para a investigação de representações normativas e estereotípicas do corpo, bem como para o estudo das consequências da padronização social de corpos idealizados.
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    Minha filha aprende a falar: percurso de aquisição da linguagem de uma criança brasileira nos tempos atuais
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Dantas, Lucimar Almeida; Sousa, Óscar Conceição de
    Neste trabalho, apresentamos os resultados de uma investigação realizada durante os anos de 2007 a 2009, cujo objetivo foi descrever o percurso de aquisição da língua portuguesa por uma criança brasileira. A pesquisa foi descritiva longitudinal, com abordagem qualitativa, utilizando o estudo de caso como estratégia. Os dados obtidos foram analisados de acordo com as seguintes áreas da linguagem: fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática, e comparados com os dados fornecidos pelo referencial teórico disponível.
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    A educação no Portugal dos anos 60: uma análise do discurso ideológico dos parlamentares da ditadura na Assembleia Nacional (1961 - 1964)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Aníbal, Graça
    Neste trabalho procurámos utilizar como método de descodificação do texto a análise crítica do discurso, tendo subjacente a noção de que qualquer discurso é moldado por relações de poder e por ideologias. Considerámos como corpus de análise os discursos dos parlamentares portugueses sobre educação no período de 1961 a 1964, período em que se realizam dois debates no âmbito da educação: a proposta de lei do plano de construções para o ensino primário (em 1961) e o aviso prévio sobre educação nacional (em 1964). Num regime político de partido único como era então o português, os deputados eleitos pertenciam às listas desse partido partido único, pelo que os debates não constituiam momentos de confrontação de posições significativamente divergentes. Sendo o discurso um instrumento privilegiado de interacção social, procurámos analisar como a classe dominante, mesmo quando utiliza os aparelhos repressivos do Estado, recorre a estratégias de persuasão para criação do consenso como meio de legitimação do poder. Por outro lado o sistema escolar e mais concretamente a escola, na sua acepção mais ampla de instituição socializadora, foi (e é) naturalmente entendida como podendo ter um papel fomentador de ideologias de que a classe dominante procura benefíciar. Os textos do corpus que analisámos são, assim, entendidos como produto da acção elocutória de agentes sociais, operando com possibilidade de escolhas, de acordo com a sua natureza de actor ideológico, numa estrutura de poder e dominação. A análise não visa apenas descrever o corpus linguístico de um sistema abstracto, mas entender como as escolhas linguísticas correspondem às posições ideacionais assumidas pelos falantes em determinados contextos sociais, políticos e ideológicos, escolhas essas que são estratégias ideológicas reveladoras de uma representação do mundo e da percepção de si e do outro.
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    Aonde nos leva a diversidade da língua portuguesa?
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Mimoso, Anabela
    É verdade que a língua é um diassistema, no qual se inter-relacionam diversos sistemas e subsistemas. Isso não significa que a sua unidade seja posta em questão, pelo menos, enquanto todos os seus falantes se entenderem. É o que se passa em relação à língua portuguesa. Mas se as diferenças entre a norma escrita do Português do Brasil (PB) e a do Português europeu (PE) são mínimas, já o mesmo não se pode dizer quando temos em conta os dialectos, nomeadamente os da variante do PB, pois estas apresentam acentuadas diferenças entre si. Por isso mesmo, o que se afigura mais urgente fazer será resolver o problema da unidade da língua dentro do próprio Brasil para que, a breve trecho, os próprios brasileiros não tenham dificuldades em se entenderem uns aos outros.
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    Teoria da deriva dos continentes de Alfred Wegener nos manuais escolares de Ciências Naturais Portugueses
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Cavadas, Bento; Franco, Dulce
    A Teoria da Deriva dos Continentes, do alemão Alfred Wegener, revolucionou as Ciências da Terra no início do século XX. Este estudo, integrado num projecto de investigação mais vasto sobre manuais escolares, mostra como os autores de dois manuais de Ciências Naturais do 3.º Ciclo do Ensino Básico apresentaram essa teoria. Para tal, analisou-se a exploração dos argumentos usados para a validar, assim como a iconografia, as fontes de História da Ciência e as relações entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade utilizadas em seu suporte. A análise dos resultados mostrou que o percurso exploratório da Deriva dos Continentes foi semelhante, embora se tenham aferido algumas diferenças nas estratégias pedagógicas usadas para a explicar. Para suster a análise dos argumentos paleontológicos, paleoclimáticos, litológicos e morfológicos da Deriva dos Continentes, os autores utilizaram essencialmente ilustrações esquemáticas. O recurso à História da Ciência foi intensivo, tendo sido ainda apresentadas algumas relações entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade durante a exploração da teoria, num enquadramento pós-positivista da natureza da ciência.