O PISA e as limitações e riscos de um programa de governação global da OCDE

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Data

2022

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Edições Universitárias Lusófonas

Resumo

O artigo constitui a versão escrita da intervenção realizada na conferên cia de encerramento de um projeto de investigação que interrogou as razões pela qual a OCDE considerou a participação de Portugal no PISA (2000-2018) como um ‘caso de sucesso’. O artigo reúne o conjunto de referências teóricas que balizaram o trabalho dos investigadores e o contributo específico que dão à continuação de uma reflexão e de um debate, científico e político, sobre o papel desempenhado pela OCDE na tentativa de estabelecer formas duradouras de governação global da educação. Depois de relembrar as origens da OCDE, que marcam indelevelmente o modo como essa organização internacional equaciona os problemas educativos, o autor apresenta as razões do ‘sucesso político’ do PISA e de outros surveys conduzidos pela OCDE e do propósito da organização de tornar estes instrumentos o principal ‘afinador’ das políticas educativas dos Estados membros. O artigo assinala as mudanças na OCDE no final dos anos 1990, que conduziram ao PISA, e apresenta a fonte teórica que as fundamentam: a teoria do capital do conhecimento. No final, o autor sublinha as limitações e riscos da abordagem que a OCDE pretende tornar hegemónicas, defendendo um forte investimento da ciência social cidadã na busca de alternativas humanistas para as políticas de educação, entendidas como um bem comum universal e um direito de cidadania global.
The paper is the written version of the talk made at the closing conference of a research project that questioned the reasons why the OECD considered Portugal’s participation in PISA (2000-2018) as a ‘success case’. The article brings together the set of theoretical references that guided the work of the researchers and the specific contribution they give to the continuation of a reflection and debate, scientific and political, on the role played by the OECD in the attempt to establish lasting forms of global governance of education. After recalling the origins of the OECD, which indelibly mark the way in which this international organization equates education problems, the author presents the reasons for the ‘political success’ of PISA and other surveys conducted by the OECD and the organization’s purpose of making these instruments the main fine-tune of the member states’ education policies. The article points out the changes in the OECD in the late 1990s, which led to PISA, and presents the theoretical source that underlies them: the theory of knowledge capital. In the end, the author underlines the limitations and risks of the approach that the OECD intends to make hegemonic, defending a strong investment of citizen social science in the search for humanist alternatives for education policies, understood as a universal common good and a right of global citizenship.
L’ article est la version écrite du discours prononcé lors de la conférence de clôture d’un projet de re cherche qui s’est interrogé sur les raisons pour lesquelles l’OCDE a considéré la participation du Portugal au PISA (2000-2018) comme un «cas de réussite». L’article rassemble l’ensemble des références théoriques qui ont guidé le travail des chercheurs et la contribution spécifique qu’ils apportent à la poursuite d’une réflexion et d’un débat, scientifique et politique, sur le rôle joué par l’OCDE dans la tentative d’établir des formes durables de gouvernance mondiale de l’éducation. Après avoir rappelé les origines de l’OCDE, qui marquent de façon indélébile la manière dont cette organisation internationale met en équation les problèmes d’éducation, l’auteur présente les raisons du ‘succès politique’ du PISA et des autres enquêtes menées par l’OCDE et l’objectif de l’organisation de faire de ces instruments le principal ‘syntoniseur’ des politiques éducatives des États membres. L’article souligne les change ments intervenus à l’OCDE à la fin des années 1990, qui ont conduit au programme PISA, et présente la source théorique qui les sous-tend : la théorie du capital de connaissances. Pour finir, l’auteur souligne les limites et les risques de l’approche que l’OCDE entend rendre hégémonique, défendant un fort investissement des sciences sociales citoyennes dans la recherche d’alternatives humanistes pour les politiques éducatives, comprises comme un bien commun universel et un droit de la citoyenneté mondiale.
El artículo es la versión escrita del discurso pronunciado en la conferencia de clausura de un proyecto de investigación que examinó por qué la OCDE consideró la participación de Portugal en PISA (2000-2018) como una “historia de éxito”. El artículo reúne todas las referencias teóricas que guiaron el trabajo de los investigadores y la contribución específica que hacen para profundizar en la reflexión y el debate científico y político sobre el papel que desempeña la OCDE en el intento de establecer formas sostenibles de gobernanza mundial de la educación. Tras recordar los orígenes de la OCDE, que marcan de forma indeleble el modo en que esta organización internacional equipara los problemas educativos, el autor presenta las razones del “éxito político” de PISA y de las demás encues tas realizadas por la OCDE y el objetivo de la organización de convertir estos instrumentos en el principal “afinador” de las políticas educativas de los Estados miembros. El artículo destaca los cambios que se produjeron en la OCDE a finales de la década de 1990 y que dieron lugar a PISA, y presenta la fuente teórica que los sustenta: la teoría del capital de conocimiento. Al final, el autor destaca los límites y riesgos del enfoque que la OCDE pretende hacer hege mónico, defendiendo una fuerte inversión de las ciencias sociales ciudadanas en la búsqueda de alternativas huma nistas para las políticas educativas, entendidas como un bien común universal y un derecho de la ciudadanía glob

Descrição

Revista Lusófona de Educação

Palavras-chave

EDUCAÇÃO, PISA (PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS), OCDE, GOVERNAÇÃO, EDUCATION, PISA (PROGRAMME FOR INTERNATIONAL STUDENT ASSESSMENT), GOVERNANCE, PISA

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