Doutoramento em Artes dos Media
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Percorrer Doutoramento em Artes dos Media por autor "Sousa, Isolino Alves de"
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Item Televisão e ficção televisiva em Portugal (1974-1992) : do advento da democracia à liberalização da atividade televisiva(2019) Sousa, Isolino Alves de; Preto, António Manuel João, orient.Os estudos sobre a ficção televisiva no período entre a implantação da democracia e o surgimento das televisões privadas, ou seja, o período em que a televisão portuguesa viveu em democracia, mas em regime de monopólio, são raros. Os estudos sobre a ficção televisiva em Portugal iniciam-se com a investigação sobre as telenovelas, e, com maior destaque, depois de 92 com o aparecimento das estações privadas que vão dar grande importância à produção deste género que se reflete no número e qualidade dos estudos académicos a partir de então publicados em Portugal. Mas é nesse tempo e com a ficção filmada que se tenta consolidar uma forma de ser da televisão em Portugal. Com s revolução que teve lugar em Portugal a 25 de abril de 1974 e o imediato alinhamento da televisão pela nova ordem, inicia-se o processo de modernização e de alinhamento pelas televisões estrangeiras, que deveria conduzir a capacidade objetiva de produzir, em Portugal, conteúdos de ficção filmada de qualidade. Na apresentação do mapa-tipo de programas da RTP para 1978/1979, o seu diretor de programas Vasco Graça Moura anuncia: “aguarda-se a conclusão de duas séries portuguesas, “Amor de Perdição”, o romance de Camilo Castelo Branco realizado por Manoel de Oliveira em seis episódios e “O Homem que matou o diabo”, adaptação do romance de Aquilino Ribeiro, produzida pelos Estúdios do Porto e realizada por António Faria, em oito episódios.” A produção de seriados baseados em textos de autores portugueses fazia parte das tarefas atribuídas à RTP no esforço de valorização cultural do povo português proposta pelo Movimento das Forças Armadas, pelo que foi continuada com outros textos, mas sempre numa configuração de suporte e processos cinematográficos. Sem experiência, com meios técnicos diminutos e orçamentos escassos, esta produção portuguesa produzida nesse período, nunca conseguiu equipara-se com a outra vinda da América, seja a América do Norte seja do Brasil. E, por isso, foi sendo abandonada a favor de um outro género – a telenovela. Num tempo em que reinou uma grande liberdade criativa, na escolha dos textos, nos processos de realização, e sem a pressa da emissão, este período poderá caracterizar-se pela influência tutelar do cinema, por uma procura insistente numa forma artística na produção de conteúdos, pela oferta aos espectadores de uma televisão que pratique uma democracia cultural, como proposto pelo diretor de programas na apresentação dos programas para os anos de 1978/79. Mas essa televisão, como se veio a demonstrar mais tarde, não tem lugar no tempo da neo-tv, da concorrência e no tempo da luta pelas audiências em que a própria estação de serviço público também se envolveu.