Doutoramento em Artes dos Media

URI permanente para esta coleção:

Navegar

Entradas recentes

A mostrar 1 - 11 de 11
  • Item
    Cidade como Tela: memórias urbanas, construção participativa e turismo no espaço público de Pelotas - Brasil
    (2022) Pinheiro, Pedro Mascarenhas de Souza; Sousa, Andreia Pinto de, orient.
    A cidade é um palimpsesto de histórias vividas, escritas e reescritas sobre si mesmo, porém nunca totalmente apagadas. É nela que os acontecimentos, os personagens e os locais de memória se entrelaçam e criam lembranças que perduram nas narrativas de seus moradores e visitantes. Assim como a cidade, a memória se constrói e se molda na coletividade se constitui em um importante fator na construção da identidade e da identificação com o espaço vivido. Este trabalho visa compreender se a construção coletiva e colaborativa de um objeto virtual que colete, armazene e divulgue estas histórias urbanas contribui para a identificação do usuário do espaço público da cidade de Pelotas, extremo sul do Brasil e possui, em si, potencial turístico. Considerada uma investigação-ação esta pesquisa apresenta um caráter prático-teórico de construção concomitante, onde um suporta as criações, avaliações e correções de rumo do outro. A fundamentação teórica deste trabalho está alicerçada em temas como a memória, o narrador, as histórias urbanas, a cidade e o turismo. Construído sobre a metáfora da cidade como uma tela à espera de seu preenchimento por parte dos usuários e das próprias histórias o projeto possui abordagem metodológica tanto qualitativa quanto quantitativa, consideradas complementares para alcançar os resultados. A história oral, a gravação em vídeo, os elementos disruptivos de paisagem, a caminhada exploratória, o grupo focal e o inquérito aplicado a usuários do espaço público foram ferramentas utilizadas neste trabalho. Como resultados estão a construção de um ambiente virtual (www.cidadecomotela.com) de acesso gratuito, o mapeamento das memórias urbanas que demonstra a semelhança entre os locais de memória dos participantes do projeto e os locais turísticos da cidade de Pelotas, a elaboração de elementos disruptivos de paisagem, instalados no espaço urbano, que chamam a atenção de moradores e turistas e convidam a conhecer histórias que ocorreram nos locais por onde passam. A oferta de um atrativo turístico com foco no patrimônio histórico imaterial, representado por estas histórias e a observação de que as memórias urbanas influenciam, para os respondentes desta investigação, na identidade e na identificação com o local. Conclui-se que o projeto Cidade Como Tela pode sim servir como fator de identificação do usuário do espaço público com o município e possui potencial relevante como atrativo turístico cultural para a cidade de Pelotas. Palavras-chave: Memórias urbanas; Arte participativa e colaborativa; Identidade e identificação; Turismo.
  • Item
    A relação entre o eu e o outro mediado pela câmara
    (2022) Sequeira, Rosa Luísa Pinto de Sousa; Fernandes, Manuel Luís Bogalheiro da Rocha, orient.
    Esta tese-criação parte de uma análise constelar para refletir de uma forma artística e teórica, os cinemas e as suas relações com o contemporâneo. Fazendo uma abordagem materialista histórica, faz-se uso dos conceitos de Constelação Benjaminiana e do Atlas de Aby Warburg, para pensar as imagens em movimento estabelecendo correlações que estabelecemos com o outro e com o mundo, num processo em continuum. Explora-se a ideia de cinema Frankenstein, corpo cine-palimpsesto, cinegrafema e ecrã mise en abyme. Conceitos rizomáticos que se contaminam e se interconectam numa estrutura constelar, entre a teoria do trabalho escrito e a poiética do fazer artístico. Paralelamente ao trabalho teórico, é apresentada a Cine Constelação, uma exposição composta por diferentes trabalhos áudio visuais, que desvendam várias questões relacionadas com a imagem, cinema, dispositivo, memória e arquivo. Os vídeos exibidos estão imersos na sua condição fluida, são fragmentos que evocam e articulam de uma forma imagética, vários conceitos abordados ao longo deste processo. Em Cine Constelação, os vídeos funcionam como poemas visuais, trabalhos in media res, impregnados de impureza e de destempo, que permanecem em devir como objetos metaartísticos, numa constelação em expansão, que também podem ser exibidos e ativados em diferentes dispositivos e contextos, com várias possibilidades de exibição e leituras polissémicas. Palavras-chave: Cinema, Constelação, Cine-palimpsesto, Cinegrafema, Cinema Frankenstein, Arquivo, Memória, Câmara
  • Item
    Casas regionais em Lisboa : lugares de cultura popular tradicional portuguesa
    (2022) Esteves, Luís Carlos Pereira; Damásio, Manuel José, orient.
    Casas Regionais em Lisboa são um fenómeno de estruturas associativas, sem fins lucrativos, do século XX, resultante dos fluxos migratórios das aldeias para a cidade, em busca de melhores condições de vida. No plano de trabalhos consta a recolha, produção e análise de informação com recurso ao método qualitativo e às técnicas de abordagem etnográfica: observação participante, entrevistas semiestruturadas e produção de documentário. Sentido de conhecer e perceber o objeto de estudo, passando pela história, missão, seus valores e, consequentemente, pelas atitudes e perceções dos seus representantes. Composição, por meio de uma perspetiva multidisciplinar, que assume fatores de identidade e memória, contributo para o património histórico e cultural na unidade material e imaterial. Os resultados mostram e apontam para a importância e reconhecimento destes lugares de cultura popular tradicional portuguesa. O migrante como Ser intermédio, com tudo o que isso implica de enriquecimento e cosmovisão do mundo, matéria revista na construção do filme ‘Chieira’. Processo vivenciado pelo sujeito-documentarista-pesquisador que busca intensificar a relação entre a prática da realização documentária, a produtividade da experiência das pessoas filmadas e a reflexão sobre esse fazer. Imagens (re)criadas dos atores regionalistas e suas expressões de raiz popular na capital. Experimento do género cinematográfico e da captação da realidade, ideia narrativa para contar uma reflexão do contemporâneo.
  • Item
    Sound design for film: liberating from image, seducing surrender
    (2022) Novack, David William; Ribeiro, Luís Cláudio, orient.
    Sound Design for film is a subject of increasing critical studies in recent decades. Michel Chion’s foundational theories provide strong frameworks for discussing film sound, however most of his work and the work of others have theorized sound in constricted paradigms rooted in image theory, greatly limiting the discourse around the functions of sound in film. This doctorate thesis is a work of artistic research by a film sound practitioner and posits a path to liberate sound design from image first by critically examining sound theory, then articulating sound functions with broader cinematic, linguistic and philosophical writings. We then create an artistic output that sheds light on specific functions of sound design that are not well explained by existing theory, and interrogate those functions via statistically-based content analysis. With these functions established, we turn to Genette’s narrative discourse as a possible avenue for establishing a rhetorical construction for sound design as a direct means of communication, and we apply an extrapolated model to an analysis of Todd Haynes’ Velvet Goldmine. In conclusion, we find that sound subverts image paradigms altogether via a hybrid engagement we call surrender, and offers the listener-viewer a path, beyond representation, to experience.
  • Item
    A transimagem : fotografia e subjetividade face à proliferação da imagem
    (2021) Vieira, Patrícia Vieira; Preto, António Manuel João, orient.
    Um trabalho experimental sobre a imagem que se propõe olhá-la na atualidade, na forma como a usamos, partilhamos e nos deixamos guiar por ela. Uma abordagem aos conceitos de imagem fotográfica e cinematográfica, no tempo e na velocidade, que parte de um depósito privado e da sua capacidade de produzir sentidos. Um objeto fílmico que propõe a ideia de transimagem, sendo esta uma possível equação para entender o lugar da transladação que a imagem opera. Uma peça de um puzzle que possa permitir definir a conjuntura atual, na qual a imagem se coloca em si própria e perante nós, transcendente, transgénero, transversal e transdisciplinar. A realidade, a imaginação e nós no presente da imagem.
  • Item
    Museografias de acontecimentos
    (2021) Cardoso, Maria da Luz Nolasco; Fernandes, Manuel Luís Bogalheiro da Rocha, orient.
    Nesta tese abordamos os mecanismos de produção e também de reprodução que são inerentes à arte, refletindo num conjunto de objetos da coleção de arte moderna e contemporânea da SEC/MC - Secretaria de Estado da Cultura, obras recorrentes ao arquivo de arte dos últimos 25 anos do século XX. A fronteira temporal que esta coleção implantou entre os vários arquivos de arte portuguesa, deu lugar a uma lacuna que é também um intervalo, uma descontinuidade específica, na regularidade da história da arte. Este intervalo revelou-nos um universo de imagens que denunciam a diferença dos tempos e a mudança de épocas, dando origem à inevitabilidade da sua dispersão. Em contraponto, abriu novas perspetivas para pensarmos a arte moderna e contemporânea portuguesa. Permitiu também abrir caminho ao inesperado, ao acaso na medida em que este afeta causas, motivos e agentes capazes de ação crítica e de ética. O questionamento da origem da coleção motivou o seu “aparecer” no campo da arte e ocasionou o “lembrar” de um arquivo apagado/esquecido. O reativar do potencial artístico dos acontecimentos relacionados com as obras em questão afetou, no nosso tempo, o cruzamento deste arquivo de imagens com os novos media. Sendo também a questão da cultura digital um desafio ao longo da nossa investigação (a dos media), esta possibilitou uma nova visibilidade das obras de arte mostrando o que de inesperado estas podem revelar no nosso tempo; daí parte a pesquisa para a viabilidade das imagens, e para a transitabilidade das obras em outros dispositivos de comunicação, diferentes dos tradicionais media não tecnológicos, abrindo-se um desafio inesperado, e em prosseguimento.
  • Item
    O retrato fotográfico : media e arte
    (2020) Alves, António José de Jesus Martins; Pinto, José Gomes, orient.
    Propomo-nos elaborar uma investigação de âmbito teórico que se centra na relação entre o Retrato, os novos media e as diversas representações visuais da identidade na contemporaneidade, com particular enfoque no retrato fotográfico. Este estudo foi realizado no quadro de uma exploração da dicotomia objectividade-ficção, incidindo no desenvolvimento dos vários media ao longo da história do Retrato, da pintura à fotografia, concluindo com os novos media digitais.
  • Item
    Da Anunciada : uma viagem do texto literário ao filme
    (2020) Cabral, Manuel José de Morais Bernardo; Fernandes, Manuel Luís Bogalheiro da Rocha, orient.
    Pretende este trabalho explorar a adaptação da obra literária para cinema e audiovisual, através de um projeto de adaptação para argumento cinematográfico/série televisiva do romance Da Anunciada, da escritora açoriana Madalena San-Bento, sobre a vida e obra da Madre Teresa Da Anunciada, fundadora do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a segunda mais antiga devoção religiosa dos Açores e a maior no arquipélago. Este projeto de adaptação surge aqui como instrumento para a análise e fundamentação teórica dos aspetos envolventes da escrita do argumento cinematográfico e televisivo, original ou adaptado, assim como, mais especificamente, das problemáticas inerentes à adaptação cinematográfica/audiovisual de obras literárias. A abordagem ao tema parte da premissa de que o guião, original ou adaptado, é um intermedium, um elo de ligação entre o domínio da escrita e o do cinema e audiovisual. Essa qualidade de intermedium, embora presente tanto no guião original como no adaptado, enquanto instrumentos que utilizam o medium da escrita para transportar uma narrativa para o medium do cinema/audiovisual, adquire uma outra dimensão no guião adaptado, na medida em que este transubstancia uma narrativa que já conheceu um público no medium da escrita, para o medium do cinema/audiovisual. Com esta premissa em mente, o trabalho empreende uma viagem do domínio da escrita ao domínio da imagem em movimento e do som, explorando os mecanismos da construção do guião, analisando a fundamentação teórica subjacente a esta área, e acompanhando a narrativa da vida da Madre Teresa enquanto leitmotiv para a reflexão crítica sobre esta questão da transubstanciação da obra literária para o cinema/audiovisual.
  • Item
    Das imagens de orientação à desorientação das imagens - uma constelação de sentido
    (2019) Espinheira, Luís Manuel Marques; Pereira, Fernando José, orient.
    Partimos da presença dominadora da imagem na sociedade contemporânea para refletir sobre a invisibilidade das suas operatividades. Sustentado na ideia de constelação, na forma e metodologia, o desenvolvimento deste estudo segue as órbitas traçadas pelos conceitos da imagem: os problemas da distância e da divisão, da origem, da medialidade, da tecnologia, do espaço e do valor simbólico. Propomos pensar o sentido das imagens e a política de observador/observado que elas determinam. Argumentamos a impossibilidade de qualquer limitação histórica para uma origem das imagens, mas recorremos às origens para as pensar. Em Platão, localizamos uma fundação da filosofia ocidental e uma nascente desconfiança para com as imagens. Visitamos uma caverna mais longínqua e ancestral, onde a técnica de pedra e as imagens conduzidas pela mão inauguram o humano na divisão. O sujeito dá o primeiro passo, irrompendo do processo — irreversível e copiosamente repetido — da transcendência do corpo. Na morte, as imagens abrem o caminho da eternidade; nas trevas, elas redesenham pela semelhança uma nova posição, agora de ordem teológica. Com o título evocamos uma ideia de mapa e uma arqueologia, um caminho que afere o afastamento de uma origem na direção da técnica da ilusão, do desejo das máquinas óticas e da química para a fixação do transitório. Com Agamben, situamos a contemporaneidade das imagens fora do contemporâneo, a dialética de Benjamin trespassa o espaço e o tempo e Heidegger oferece-nos a ontologia do mundo como Imagem. O espaço aglutina, é na ideologia tecnológica da globalização que definimos contentor e conteúdo. É nele que, sob a égide da ligação, vamos encontrar as novas imagens da desorientação.
  • Item
    Catarse coletiva ou a comunidade em pira: o Enterro do Rico Irmão na aldeia do Touro
    (2019) Lourosa, Rui Sérgio de Sousa Cândido; Pinto, José Gomes, orient.
    O ritual Enterro do Rico Irmão tem lugar na terça feira de Carnaval na Aldeia do Touro, em plena Serra da Nave no centro-norte de Portugal e funciona como pivot desta investigação que aqui se materializa: é objeto de trabalho teórico e prático e é matéria-prima para a produção e reflexão no domínio do artístico. - Para tal, é produzida descrição, análise e reflexão acerca deste ritual, a partir de trabalho de campo e de revisão bibliográfica, possibilitando o seu contraste com os rituais aproximados e com os rituais de sacrifício e permitindo, assim, entretecer uma linhagem e um diálogo destas práticas através dos tempos. Há também, neste trabalho desenvolvido, o desejo de entender e demonstrar uma forma de catarse da comunidade que se efetua nestes rituais e que pauta, gravando a fogo as ruas da Aldeia do Touro, a noite de Terça-feira de Carnaval a cada ano. A partir deste entendimento e diálogo com o ritual, nele próprio e na sua investigação, bem como numa revisão do estado da arte, cria-se o envolvimento e a esteira para uma produção artística, a partir do fotográfico. Nesta produção cria-se, também, uma investigação e experimentação acerca dos meios usados, no trabalho de campo, no atelier e na consecução da obra expositivamente em formato instalação. Enquanto resultado, todo o trabalho de desenvolvimento artístico se transforma num contínuo diálogo entre todos os momentos da investigação, permitindo aferir conclusões teóricas e operativas acerca de todos os estudos e processos envolvidos.
  • Item
    Televisão e ficção televisiva em Portugal (1974-1992) : do advento da democracia à liberalização da atividade televisiva
    (2019) Sousa, Isolino Alves de; Preto, António Manuel João, orient.
    Os estudos sobre a ficção televisiva no período entre a implantação da democracia e o surgimento das televisões privadas, ou seja, o período em que a televisão portuguesa viveu em democracia, mas em regime de monopólio, são raros. Os estudos sobre a ficção televisiva em Portugal iniciam-se com a investigação sobre as telenovelas, e, com maior destaque, depois de 92 com o aparecimento das estações privadas que vão dar grande importância à produção deste género que se reflete no número e qualidade dos estudos académicos a partir de então publicados em Portugal. Mas é nesse tempo e com a ficção filmada que se tenta consolidar uma forma de ser da televisão em Portugal. Com s revolução que teve lugar em Portugal a 25 de abril de 1974 e o imediato alinhamento da televisão pela nova ordem, inicia-se o processo de modernização e de alinhamento pelas televisões estrangeiras, que deveria conduzir a capacidade objetiva de produzir, em Portugal, conteúdos de ficção filmada de qualidade. Na apresentação do mapa-tipo de programas da RTP para 1978/1979, o seu diretor de programas Vasco Graça Moura anuncia: “aguarda-se a conclusão de duas séries portuguesas, “Amor de Perdição”, o romance de Camilo Castelo Branco realizado por Manoel de Oliveira em seis episódios e “O Homem que matou o diabo”, adaptação do romance de Aquilino Ribeiro, produzida pelos Estúdios do Porto e realizada por António Faria, em oito episódios.” A produção de seriados baseados em textos de autores portugueses fazia parte das tarefas atribuídas à RTP no esforço de valorização cultural do povo português proposta pelo Movimento das Forças Armadas, pelo que foi continuada com outros textos, mas sempre numa configuração de suporte e processos cinematográficos. Sem experiência, com meios técnicos diminutos e orçamentos escassos, esta produção portuguesa produzida nesse período, nunca conseguiu equipara-se com a outra vinda da América, seja a América do Norte seja do Brasil. E, por isso, foi sendo abandonada a favor de um outro género – a telenovela. Num tempo em que reinou uma grande liberdade criativa, na escolha dos textos, nos processos de realização, e sem a pressa da emissão, este período poderá caracterizar-se pela influência tutelar do cinema, por uma procura insistente numa forma artística na produção de conteúdos, pela oferta aos espectadores de uma televisão que pratique uma democracia cultural, como proposto pelo diretor de programas na apresentação dos programas para os anos de 1978/79. Mas essa televisão, como se veio a demonstrar mais tarde, não tem lugar no tempo da neo-tv, da concorrência e no tempo da luta pelas audiências em que a própria estação de serviço público também se envolveu.