Mestrado Transdisciplinar de Sexologia
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Percorrer Mestrado Transdisciplinar de Sexologia por autor "Cardoso, Jorge Manuel dos Santos, orient."
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Item Disfunção sexual feminina na diabetes mellitus tipo 2(2017) Marques, Nicole Santos; Cardoso, Jorge Manuel dos Santos, orient.A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica crónica de elevada prevalência, afetando 422 milhões de indivíduos em todo o mundo. Em Portugal, a prevalência estimada é de 13,6%, sendo a Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) responsável por 90% dos casos. Nas mulheres com DM, a prevalência da disfunção sexual feminina (DSF) varia entre 25-71% mas a génese da doença é ainda mal compreendida. Apesar dos trabalhos existentes sugerirem que as repercussões da doença na saúde sexual diferem consoante o tipo de DM, os estudos que avaliam o funcionamento e a satisfação sexual feminina na DM2 são em pequena quantidade, apresentam metodologias díspares e resultados contraditórios. Este trabalho visa determinar a prevalência de DSF nas utentes com DM2 de um centro de saúde da região de Lisboa, avaliar o impacto da DM2 nos vários domínios da sexualidade e analisar a influência de características biopsicossociais no funcionamento e satisfação sexual. Trata-se de um estudo transversal realizado num único centro clínico. Amostra de conveniência, constituída por 285 mulheres com idades entre os 45 e os 70 anos, 112 com o diagnóstico de DM2 e 173 sem DM. Utilizou-se os seguintes instrumentos de auto-preenchimento: questionário clínico, Índice de Funcionamento Sexual Feminino (IFSF), Nova Escala de Satisfação Sexual (NSSS) e Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). A taxa de resposta foi de 42,7%. A prevalência de DSF na amostra foi de 55,7%, sendo de 70,9% nas mulheres com DM2 e de 46,5% nas mulheres sem DM. Os preditores do funcionamento sexual na amostra estudada foram a idade, a autopercepção do estado de saúde, a presença de perturbação emocional e a terapêutica com psicofármacos e antidiabéticos orais. Os preditores da satisfação sexual foram o IFSF, a autopercepção do estado de saúde e a presença de dislipidemia. A DM2 associou-se a pontuações significativamente mais baixas no IFSF, nos domínios do desejo, excitação, orgasmo, lubrificação, satisfação e dor e também na NSSS. Nas mulheres com DM2 verificou-se uma relação significativa negativa da idade com o domínio do desejo e excitação. A duração da doença, o nível de controlo metabólico e a presença de complicações da doença não teve impacto na função sexual. Persiste a necessidade de realizar investigação orientada para a multiplicidade de factores implicados na DSF na DM2.Item Disfunção sexual masculina após transplantação renal : influência do tempo pós-transplantação renal e do impacto da imagem corporal na satisfação sexual pós-transplantação(2017) Mota, Renato Miguel Lains dos Santos; Cardoso, Jorge Manuel dos Santos, orient.Estima-se que 10% da população mundial sofra de insuficiência renal crónica (IRC). Esta altera a qualidade de vida e a sobrevida dos doentes, sobretudo no período terminal da doença pela necessidade de utilização de uma técnica de substituição da função renal. A transplantação renal é a terapêutica que oferece uma qualidade de vida que mais se aproxima da dos indivíduos sem IRC terminal. A sexualidade é uma componente significativa da qualidade de vida global (QoL) e da qualidade de vida associada à saúde (HRQoL), sendo no doente transplantado renal influenciada por diversos factores biopsicossociais. A disfunção sexual é muito prevalente no transplantado renal, apresentando uma etiologia multifactorial e exercendo um impacto negativo sobre a satisfação sexual e sobre a QoL e a HRQoL. Nos transplantados, a integração de um novo órgão no organismo implica um reajustamento da imagem corporal, com a probabilidade de desencadear efeitos psicológicos negativos, bem como repercussões na intimidade e na resposta sexual. Este estudo teve como objectivo avaliar a função sexual masculina, a satisfação sexual e a satisfação com a imagem corporal após transplantação, numa amostra de conveniência obtida na Unidade de Transplantação Renal do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Foi realizado um estudo transversal unicêntrico com recurso aos seguintes instrumentos: International Index of Erectile Satisfaction, New Scale of Sexual Satisfaction, Brief Symtom Inventory e Body Image Scale. A taxa de resposta foi de 27.2% diagnosticando-se disfunção eréctil em 66.1% da amostra. Identificou-se a presença de pelo menos um factor de risco para doença cardiovascular em 97.3% dos inquiridos e de 3 ou mais factores em 27.7%. Encontrou-se uma correlação entre o funcionamento sexual e a satisfação sexual (r=.598; p<.01; n =112) e entre satisfação com a imagem corporal e a função sexual (r =-.193; p<.05; n =112). O tempo decorrido após a transplantação (36meses) não evidenciou diferença na função sexual e na satisfação sexual ainda que a idade, o consumo de psicofármacos, a imagem corporal e a existência de parceira/o sexual tenham moderado a variância entre esses grupos de transplantados. Estes resultados apontam para uma elevada taxa de disfunção sexual, nomeadamente de disfunção eréctil, face à prevalência conhecida para a população geral. Verificou-se uma relação entre a função sexual e a satisfação sexual. A imagem corporal mais satisfatória associou-se a um melhor funcionamento sexual mas não a maior satisfação sexual reflectindo provavelmente os mecanismos de ajustamento que a satisfação sexual tende a manter ao longo da vida de um indivíduo. Permanece por determinar de modo longitudinal o efeito da transplantação renal sobre a sexualidade e a imagem corporal.