Doutoramento em Urbanismo
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Percorrer Doutoramento em Urbanismo por assunto "DESENVOLVIMENTO LOCAL"
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Item Segundas residências e desenvolvimento local em Portugal(2023) Oliveira, José António de; Roca, Maria da Nazaré Oliveira, orient.Neste trabalho, entende-se que as segundas residências são alojamentos onde ninguém tem a sua residência habitual e que são ocupados por períodos mais ou menos longos, com maior ou menor frequência e em diferentes partes do ano. Os estudos sobre este fenómeno têm raízes nos anos 60 do século XX, mas foi mais recentemente que se expandiram a diferentes contextos geográficos e sociais, também com diferentes abordagens disciplinares. Em Portugal esse interesse radica em estudos pioneiros dos anos 80 e 90, que se retomaram e expandiram desde a primeira década no século XXI. A principal questão de investigação deste trabalho relaciona-se com os efeitos e impactes da expansão das segundas residências sobre o desenvolvimento local, sendo que a respetiva resposta, tendo como embasamento teórico-conceptual o modelo IDENTERRA, foi obtida através de uma análise quantiqualitativa, tanto à escala do Continente português, como à da sub-região do Oeste, adotando uma segmentação em três dimensões: i) a casa; ii) os utilizadores; e, iii) os usos. O crescimento das segundas residências em Portugal, desde os anos 60 do século XX, tem sido marcado por três padrões distintos e complementares: i) a saliência das resultantes do abandono dos campos, sobretudo em áreas mais serranas; ii) seguidas pela consolidação das implantadas em áreas de amenidades ambientais, sobretudo litorais e nas imediações das duas grandes áreas metropolitanas; e, por fim, iii) as mais recentemente ligadas a fenómenos de desenvolvimento turístico regionalmente e economicamente integradas, com destaque para o Algarve e os fenómenos específicos do imobiliário turístico. As grandes conclusões do estudo foram as seguintes: i) em relação à dimensão “casa”, elas surgem no interior dos aglomerados e não são ostensivamente marcantes na paisagem, estando ligadas a sistemas de drenagem e de abastecimento e dinamizando alguns serviços locais de manutenção e reparação; ii) na dimensão “utilizador”, para além do estatuto económico e socioprofissional não ser distintivamente relevante, é visível uma separação entre os casais jovens com filhos e os mais idosos com netos, em relação direta com uma utilização que combina estadias mais curtas e mais frequentes com outras mais longas e, também por isso, menos frequentes; iii) na dimensão “uso”, destaca-se a fruição do descanso e lazer, a par da utilização da praia e dos passeios e convívio com familiares e amigos. No geral, a grande distinção entre todas as modalidades de relação das dimensões consideradas, é mediada, ou até determinada, pelo sentimento de pertença ou apego ao lugar, seja por via da existência de relações familiares, seja pela longevidade da sua frequentação. É a relação com o lugar que determina os maiores níveis de envolvimento e de produção de efeitos e impactes positivos sobre o desenvolvimento local, não só do ponto de vista da utilização e aquisição de bens e serviços, como dos níveis de conhecimento e envolvimento na solução dos problemas locais. Palavras-chave: segundas residências; turismo de segunda residência; desenvolvimento local; efeitos e impactes; ordenamento do território