Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 20 - 2022 (Vol. 64) : Património para Todos: Sociomuseologia, Arte e Inclusão
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Item Pensamento decolonial e as heranças africanas nos museus em Portugal(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Moutinho, Mário CanevaO artigo trata da permanência na generalidade dos museus em Portugal, de uma ideologia que expressava a relação colonial do passado e que, no essencial, se mantém em vigor na sociedade portuguesa. Esta ideologia na sua forma atual, que foi construída a partir da Conferencia de Berlim (1895) por um conjunto não muito grande de académicos, elites militares e políticos, os quais em particular no período do Estado Novo viram as suas visões da relação colonial consagradas na política colonial de António Salazar e de Marcelo Caetano.Os exemplos dados sobre as diferentes aproximações à natureza da relação colonial no século XX mostram claramente que o pensamento dos ideólogos do fim do século XIX e do século XX, incluindo os tempos da última guerra de libertação, evoluíram de um pragmatismo sem restrições, para dar origem a uma ideologia que procura apresentar uma relação colonial fundada no respeito mútuo, no carinho, na solidariedade humana, enfim, na "comunhão cristã". A ideologia dominante continua a justificar a colonização, a guerra (colonial ou de libertação), o trabalho forçado, a distinção entre os princípios de uma cultura mais avançada e de uma moral superior. Tudo em nome de uma imaginada relação colonial respeitadora dos Direitos Humanos.O artigo analisa algumas manifestações desta ideologia na Museu da Guerra Colonial em Famalicão que de certa forma podem ilustrar como, sob a capa de um discurso pretensamente “neutral”, a se mantém os valores da colonialidade. O artigo chama a atenção para a necessidade de ter em consideração, recentes documentos das UNESCO ou a nova definição de Museu aprovada pelo ICOM em 2022 os quais em muito poderiam ajudar os museus a ter uma atuação mais conforme com os Direitos Humanos.