Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 20 - 2022 (Vol. 64) : Património para Todos: Sociomuseologia, Arte e Inclusão

URI permanente para esta coleção:

Navegar

Entradas recentes

A mostrar 1 - 7 de 7
  • Item
    Desenho, patrimônio e cotidiano : a experiência do projeto de extensão natal desenhada (UFRN, Brasil)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Cavalcante, Eunádia; Nascimento, José Clewton
    O artigo apresenta o projeto de extensão NATAL DESENHADA, uma parceria do DARQ/ UFRN com o grupo USK Natal, que busca fomentar discussões sobre o patrimônio cultural a partir de ações que articulam atividades de educação patrimonial com práticas de desenho de locação, partindo de duas premissas: uma abordagem alargada do conceito de patrimônio cultural, em que o cotidiano é tratado como base; e o entendimento de que a educação patrimonial se dá em contextos culturais amplos nos quais a escola não é o único agente educativo. Ao enfatizarmos a necessidade do alargamento do conceito de patrimônio cultural e da incorporação da prática cotidiana como elemento fundamental nessa discussão, consideramos abordar o acesso e as práticas inclusivas como aspectos fundamentais para a discussão. Em 2018 e 2019, as atividades ocorreram de forma presencial, nos bairros da Ribeira e Cidade Alta, e visaram construir nexos entre as gerações que não conheceram os referidos bairros de forma pulsante e viva. Em 2020 e 2021, as ações ocorreram em formato remoto, em função da COVID19. Em 2020, no bairro do Alecrim, as atividades apontaram para a diversidade de usos, memórias, afetos e dificuldades de valorização do patrimônio cultural. Em 2021, as ações ocorreram de modo virtual em cidades do interior e da região metropolitana de Natal. Em 2022, foi retomado o formato presencial, em bairros da zona norte da cidade, tendo como público-alvo escolas de ensino médio. Reforçamos a importância das ações de extensão na aproximação entre os saberes acadêmicos e o cotidiano das cidades, incorporando-o no espectro do patrimônio cultural. Ressaltamos que a adaptação ao modo remoto, com a adoção de recursos digitais, não substitui a experiência do corpo na cidade.
  • Item
    Coreografias de participação : tipologias e potencialidades dos programas de jovens em cinco instituições culturais da grande Lisboa
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Silva, Carolina
    Os programas de jovens ocupam hoje um lugar central na oferta educativa de muitos museus internacionais, em particular nos museus de arte contemporânea na América do Norte e no Reino Unido. Alinhados com as características específicas deste grupo etário, enquanto público independente, estes programas podem ser agrupados em três grandes tipologias – pontual, curta duração e longa duração. À dimensão temporal aliam-se objetivos e estratégias específicos que pretendem oferecer aos jovens diferentes possibilidades de acesso e participação nos museus, definindo o que se designa como programação por etapas. No contexto museológico português, o investimento na relação com os jovens, fora do âmbito escolar, é um fenómeno recente, mas em crescimento. Tendo por base a análise dos programas para jovens de cinco instituições da grande Lisboa: o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), a BoCA – Biennial of Contemporary Art, a Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, as Galerias Municipais e o LU.CA – Teatro Luís de Camões, é discutido o potencial de uma programação por etapas interinstitucional.
  • Item
    Modelo do Ecomuseu para uma gestão bottom-up do património : o caso do Ecomuseo Casilino Ad Duas Lauros
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Pigozzi, Lisa
    Ecomuseums are a way to strengthen the social role of cultural institutions, as they work for the community, and with the community. Capacity building and participatory heritage management are promoted by ecomuseums and allow local community to be the protagonist in the narration of the territory, giving it its real voice (Corsane et al., 2009).Avoiding the process of musealization, and the crystallization of the territory (Tessarolo &Ruy, 2020), ecomuseums are a way to promote and discover the living heritage.This paper aims to demonstrate the work of Ecomuseo Casilino ad Duas Lauros in Rome, in the heritage preservation and enhancement of the district. This urban ecomuseum links many headquarters, and in each one has a Comunità di Cura (Community of Care), that is composed by heritage ambassadors and collaborate with the Ecomuseum. The methodology for finding and safeguarding the heritage, developed by the Casilino, is participatory and balanced between local community and the ecomuseum scientific committee.This contribution will illustrate some of the ecomuseums’ initiatives in bottom-up heritage management collected in field research. Furthermore, it will present how the role of this ecomuseum can be an alternative for avoiding city musealization, through the promoting of the (living) heritage.
  • Item
    Debates, intervenções e perdas em torno de património industrial portuense : uma revisão sinóptica de alguns casos em apreço (1952-2022)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Pastor, Mario Bruno
    Ao longo das últimas décadas de debate em torno da arqueologia e do património da industrialização em Portugal, não faltaram exemplos concretos em que as diferentes sensibilidades patrimoniais se foram manifestando. Referimo-nos a casos que trouxeram para o espaço público questões sobre preservação, perda, reuso e até mesmo musealização de espaços e conteúdos industriais. Nesse sentido, recolhemos numa amostragem organizada cronologicamente ao longo dos últimos 70 anos e geograficamente centrada no espaço metropolitano portuense, agregando um conjunto de cinco exemplos que, em circunstâncias diferentes, geraram mais, ou menos, debate público. A maioria dos casos apresentados são todos já dos últimos 40 anos, onde os conceitos de sensibilização e preservação do património industrial, ainda que em permanente reflexão e evolução, estiveram já assumidamente afirmados na discussão. As diferentes recetividades a essas preocupações, no entanto, refletiram diferentes resultados. O objetivo principal foi sintetizar cada uma das diferentes leituras e sensibilidades em torno da conservação e preservação do património industrial e pós-industrial; simultaneamente, procuramos também recuperar, a partir de micromonografias, a memória (muitas vezes inédita) de cada um dos casos da amostragem. O levantamento e análise baseou-se em três vertentes metodológicas: (1) prospeção historiográfica e documental; (2) prospeção arqueológica no terreno e remota; (3) interação das duas bases prospetivas num quadro da arqueologia documental.
  • Item
    Artes performativas e ruralidade : a busca do espírito de um território
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Temudo, Ana
    Este artigo baseia-se no trabalho de campo etnográfico realizado numa comunidade portuguesa localizada no norte de Portugal que partilha a sua vida quotidiana com uma companhia de teatro. Esta investigação baseia-se teoricamente na intersecção entre o património cultural e os estudos de memória que são utilizados como pilares para captar o espírito deste território. Ao reunir nos seus tempos livres em torno do teatro e outras experiências artísticas, este grupo de pessoas activa um sentimento de pertença à comunidade através da partilha de práticas e conhecimentos. Os episódios descritos neste artigo foram captados durante dois anos através de uma série de entrevistas e actividades participativas. As actividades realizadas foram gravadas em vídeo e, como um todo, tomam parte num projecto mais vasto que visa a construção de um museu virtual. Mais do que um arquivo ou repositório composto por objectos materiais desta companhia de teatro, esta experiência museológica é construída a partir de uma colecção de memórias desta comunidade intermunicipal diversa que coexiste diariamente com experiências artísticas que agregam e desafiam a sensibilidade da população.
  • Item
    Pensamento decolonial e as heranças africanas nos museus em Portugal
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Moutinho, Mário Caneva
    O artigo trata da permanência na generalidade dos museus em Portugal, de uma ideologia que expressava a relação colonial do passado e que, no essencial, se mantém em vigor na sociedade portuguesa. Esta ideologia na sua forma atual, que foi construída a partir da Conferencia de Berlim (1895) por um conjunto não muito grande de académicos, elites militares e políticos, os quais em particular no período do Estado Novo viram as suas visões da relação colonial consagradas na política colonial de António Salazar e de Marcelo Caetano.Os exemplos dados sobre as diferentes aproximações à natureza da relação colonial no século XX mostram claramente que o pensamento dos ideólogos do fim do século XIX e do século XX, incluindo os tempos da última guerra de libertação, evoluíram de um pragmatismo sem restrições, para dar origem a uma ideologia que procura apresentar uma relação colonial fundada no respeito mútuo, no carinho, na solidariedade humana, enfim, na "comunhão cristã". A ideologia dominante continua a justificar a colonização, a guerra (colonial ou de libertação), o trabalho forçado, a distinção entre os princípios de uma cultura mais avançada e de uma moral superior. Tudo em nome de uma imaginada relação colonial respeitadora dos Direitos Humanos.O artigo analisa algumas manifestações desta ideologia na Museu da Guerra Colonial em Famalicão que de certa forma podem ilustrar como, sob a capa de um discurso pretensamente “neutral”, a se mantém os valores da colonialidade. O artigo chama a atenção para a necessidade de ter em consideração, recentes documentos das UNESCO ou a nova definição de Museu aprovada pelo ICOM em 2022 os quais em muito poderiam ajudar os museus a ter uma atuação mais conforme com os Direitos Humanos.
  • Item
    O MINOM-Portugal na museologia portuguesa contemporânea
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Rechena, Aida; Sancho, Emanuel; Janeirinho, Raquel
    O MINOM – Movimento Internacional para uma Nova Museologia constitui, em Portugal, um exemplo de longevidade associativa, de agregação de massa crítica e de reflexão inspiradora para a prática museal e a teoria museológica.Movimento crítico de base social e de impacto territorial fundamenta-se na relação com a Museologia Social e a Sociomuseologia, que fazem parte da sua filosofia de base e características.Num processo de autocrítica e tentativa de superação do imobilismo do movimento associativo português, o MINOM-Portugal definiu recentemente as suas estratégias de ação, para acompanhar as mudanças da sociedade do século XXI e as consequentes necessidades de adaptação da museologia e dos museus.