Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 04 - 2014 (Vol. 48): Participação nos museus: práticas e conceitos
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Item Cartas de navegação: planejamento museológico em mar revolto(Lusofona University, 2014) Cândido, Manuelina Maria Duarte; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste texto apresenta uma discussão em torno das idéias de planejamento museu como uma carta náutica. Seu objetivo é trazer o debate atual sobre a gestão de museus para um maior escopo de instituições, argumentando que pequenos museus também devem incluir a gestão de suas preocupações. Metodologicamente entendemos Museologia como ciência social aplicada, isso significa que ela é capaz de interferir na realidade e também é baseada em uma forte teoria, que deve estar ligadas com as práticas, a fim de qualificar os museus e, por outro lado, a realidade deve também melhorar a teoria. As cartas náuticas precisam ser flexíveis, bem como o planejamento museológico. Como a Museologia pode ajudar os museus a não se perderem em critérios de gestão que vêm de outras áreas?Item Diz-me como ages, dir-te-ei quem és’: João Couto e a génese do Museu -Biblioteca Condes de Castro de Guimarães, em Cascais(Edições Universitárias Lusófonas, 2014) Almeida, Maria Mota; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste artigo baseia-se, parcialmente, na investigação elaborada no âmbito da Tese de Doutoramento em Museologia. Centra-se no ‘estudo de caso’ de um processo museológico de raiz local: o Museu - Biblioteca Condes de Castro Guimarães, única instituição museal no concelho de Cascais durante meio século. Tendo como base epistemológica o campo de investigação da Sociomuseologia, partindo de fontes primárias, secundárias e de bibliografia complementar, procurou-se apreender a forma como o primeiro responsável desta instituição pensou, percebeu e construiu, na sua génese, a função museológica. A pesquisa orientou-se numa dupla vertente: por um lado, estudou-se, mediante a metodologia de análise de conteúdo, o pensamento e a ação do conservador João Couto; por outro, procedeu-se ao historial do museu, dos anos 30 aos anos 40 do século XX, o que permitiu compreender que, desde muito cedo, a função social e educativa esteve presente através de uma proposta que se foi construindo ao longo das décadas. Demonstrou-se a relevância do contributo do conservador para a construção de uma instituição cultural mais próxima da comunidade, destacando o pioneirismo das práticas de cariz social, cultural e educativo que, posteriormente, se refletiu no desenvolvimento do seu trabalho no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.Item Dos gabinetes de curiosidade aos museus comunitários: a construção de uma concepção museal à serviço da transformação social(Edições Universitárias Lusófonas, 2014) Soto, Moana Campos; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoAo longo do tempo múltiplas concepções de museus se desenvolveram, dos velhos gabinetes de curiosidade aos museus públicos surgidos no contexto pós-Revolução Francesa, criados para construir a identidade nacional e ‘iluminar as massas’. Contudo, o surgimento de uma nova concepção museal, como uma instituição construída pela participação comunitária e a serviço da transformação social é recente, da segunda metade do século XX. Este artigo pretende apresentar o contexto de gestação e o desenvolvimento deste pela Nova Museologia. Para isso, principia mostrando a evolução dos museus até a Segunda Guerra Mundial. Depois, avança apresentando as entidades no âmbito das quais surgiriam essa nova concepção: a UNESCO, o ICOM e o ICOMOS. E, por fim, centra-se no MINOM e no desenvolvimento de suas novas idéias através de seus fóruns e resoluções, apresentando uma visão geral das mesmas.Item Images worth a thousand words… The experience of the memory archive of the São Brás Museum(Edições Universitárias Lusófonas, 2014) Sancho Querol, Maria Lorena; Sancho, Emanuel; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNos países do sul da Europa as políticas de ajustamento socioeconómico que se vêm aplicando estão a traduzir-se num enfraquecimento progressivo da acção museal nas suas diversas formas. Questionados no âmbito dum processo de transformação que envolve uma profunda alteração dos modelos de gestão e dos valores vigentes, os museus procuram agora uma Museologia Sustentável. Neste contexto emergem novas fórmulas museológicas que associam a sustentabilidade à criatividade social e à valorização da diversidade. Este é o caso do Museu do Trajo em São Brás de Alportel (MuT), no Algarve, e da sua “Museologia em camadas”. Um modelo que assenta na gestão partilhada, tomando como ponto de partida o conhecimento profundo do território, a construção colectiva de sentidos culturais, e a resignificação de saberes ancestrais com o objectivo de contribuir para um desenvolvimento equitativo. Neste artigo apresentamos a estrutura, o método e os resultados de um dos seus projectos de referência: Fotografia, Memória e Identidade (FMId). Cruzando a investigação colaborativa com a cartografia de sentidos associados às fotografias de cada família, FMId baseia-se no exercício regular de uma arqueologia memorial que desemboca na descodificação de diversos segmentos da cultura local. As suas ressonâncias deixam marca nos restantes processos e funções museológicas, mas também em cada uma das famílias envolvidas no projecto, que agora possui uma conta corrente da memória no Museu da sua terra.Item Uma reflexão sobre o processo de musealização: o património imaterial nos espaços museais(Edições Universitárias Lusófonas, 2014) Jesus, Priscila Maria de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO presente artigo tem por objetivo levantar, de forma inicial, questionamentos sobre a musealização do patrimônio imaterial e o uso das novas tecnologias nos processos expositivos. Por meio de uma abordagem que busca trazer a história dos museus, o presente artigo faz um questionamento sobre o papel social dos museus em trazer para seus visitantes questões que perpassem a realidade do grupo social no qual está inserido.